Vivendo o Acaso

Casal normal

Música: Love never felt so good- Justin Timberlake.

Na semana seguinte uma sala foi providenciada para Jerry, que parecia ainda mais animado em ser meu amigo depois de saber do meu casamento.

Stacy surtou ao saber sobre Jerry e se manteve chateada por quase uma hora, até um antigo rolo mandasse mensagem a chamando para um café e ela simplesmente se esquecesse do resto.

Ed estava visitando mais a gravadora e inclusive trabalhando no estúdio. Como praticamente todo o meu trabalho foi passado para Jerry, me restava muito tempo livre e em um desses dias, eu resolvi invadir a gravação de Ed, que estava na cabine e pareceu surpreso ao me ver ali.

-O que você ta fazendo aqui?- Perguntou pelo microfone, sorrindo.

Esperei que ele saísse da cabine, para então o responder.

-Você vive invadindo minha sala, minha vez de atrapalhar.- Deixei um beijo em seu rosto.

-Então eu te atrapalho?- Arqueou uma sobrancelha.- Pode deixar que eu não apareço mais.

-Nós dois sabemos que você vai aparecer. Agora entra ali e volta a cantar antes que alguém me expulse.

A equipe ali presente deu risada e ele voltou ao trabalho, enquanto eu me sentava em uma das cadeiras e me deixava levar pela nova música de Ed, entendendo o sentido de cada palavra cantada por ele e reconhecendo uma parte da nossa rotina.

Depois de umas três tentativas, finalmente declararam a gravação como "perfeita" e o liberaram.

-E então, o que te trouxe aqui?- Ele se sentou em meu colo.

-Você é pesado.- Resmunguei.- E a falta do que fazer me trouxe aqui.

Ele riu, antes de se levantar.

-Gostou da música?

-Ficou melhor do que eu pensava.

-E isso é um elogio?- Ed franziu o cenho, mas tinha um sorriso.

-Pode considerar que sim.

Ele me puxou da cadeira e nos despedimos da todos com acenos, antes de ele me levar para fora do estúdio, segurando minha mão.

-Pronta pra ir pra casa?

-Eu tenho uma ideia melhor, sabe?

-Lá vem...

Deixei um soco em seu ombro e ele resmungou algo não compreensível.

-Hoje nós completamos 10 meses de casados e eu sei que a gente não sai comemorando, mas bem que a gente podia fazer algo diferente.

-Mas a gente comemora todo mês, Ana Laura.

-Então você comemora sozinho, porque eu não me lembro.

-A nossa cama se lembra muito bem... A gente sempre transa do dia 23.- Ele soltou uma risada alta.

-Edward!- O repreendi, corando e olhando em volta se tinha mais alguém por perto.

-O que foi? Acho que a essa altura todo mundo sabe que a gente transa, não?

-Você pode falar mais baixo?- Agora eu ria, nervosa.- Tem gente na recepção.

-Não sei qual seu problema em falar sobre sexo.- Ele sussurrou em meu ouvido.

-Meu problema não é falar sobre sexo, é deixar que pessoas que eu não tenho intimidade saibam o que eu ando fazendo.- Sussurrei de volta, acenando para Stacy, que me deu uma piscadinha.