"Parte 7"

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   O assunto da conversa não era importante, mas a filha,  do Sr Antonio, ao final, deve ter perguntado como ele se sentia, porque respondeu  informando que estava bem, embora sentisse alguma dor nas costas, no entanto,menos do que pela manhã. 

Sob o impulso de Orlando, falou à jovem que tinha interessem conhecer a Doutrina Espírita e pediu-lhe que lhe selecionasse alguns livros para iniciar o estudo, convidando-a, finalmente, para que o acompanhasse até o Centro-espírita, onde militava o sr José Pedro. 

Deve ter sido apoiado em tudo, porque desligou o telefone, com um sorriso de satisfação nos lábios.Achei interessante como algumas palavras apenas, daquela jovem, haviam produzido efeito tão benéfico no ânimo do pai. Oh! O amor! Que força extraordinária tem assuas vibrações! 

- Por aqui está tudo bem! Vamo-nos. 

- E essa sócia de Espíritos que está prejudicando o comércio da casa, não podemos espantá-la? 

- Até que poderíamos. Mas, prefiro agir de uma só vez. Estamos fazendo um reconhecimento, avaliando a extensão do problema, para depois resolvê-lo.Preciso tentar um entendimento com Manoela, antes de tudo, porque se apagarmos o foco do fogo, o incêndio será debelado.Arquimedes pretendia conversar com Manoela, assim que esta deixasse o corpo físico, no estado de sono.Chegamos em sua casa em torno da meia-noite. Acomodamo-nos no vestíbulo,passando pelos mesmos dois Espíritos, da noite anterior, que montavam guarda nasala, segundo pude deduzir. 

Não demorou muito e a jovem, liberta do envoltório corporal,apareceu na porta. Estávamos preparados para sermos vistos por ela.

 - Quem são vocês? O que querem em minha casa? Quem lhes deu autorização para invadirem meu lar?As perguntas eram feitas com rispidez incrível, com voz carregada de vibrações pesadas. 

- Estamos vindo da parte de Sr Augusto Henrique, seu avô materno, que nos solicitou ajudá-la, visto que passa por momentos difíceis, anda muito nervosa e está assumindo graves compromissos, cujas conseqüências não pode avaliar. Sou Orlando e esta éneide, que me acompanha. 

- Estou bem. Tenho alguns problemas passageiros, mas não quero meu avô envolvido neles.- Pois é, ele está apreensivo com o seu relacionamento com um senhor, chamado Antônio . 

- Escute, amigo, pelo seu jeito de bonzinho, acho que você está mais interessado em ajudar o Antônio do que a mim. Aliás, já tenho muita gente me ajudando.Agradeço,mas dispenso a sua ajuda. - respondeu, agora, séria, e mostrando sinais de irritação.

 - Tudo bem, você é livre para escolher os próprios caminhos, contudo, sendo amigos de seu avô, estaremos sempre por perto, para, eventualmente, ajudá-la noque for possível. 

- Obrigada. Agora, retirem-se, por favor. Tenho amigos me esperando para providências inadiáveis. Despedimos-nos e nos retiramos. 

Sabíamos quais seriam essas providências. Dentro em pouco, iriam buscar Antônio para, novamente, oprimi-lo e surrá-lo.Trasladamo-nos, rapidamente, para a casa da vítima.Antônio, fora do corpo físico, confabulava com a filha e a esposa, recostado em confortável sofá. 

Estivera no centro Espírita, recebera a ajuda através do passe abençoado e das preces, lera algumas páginas de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, que o confortaram, e a sua disposição já era bem outra.Daí há instantes, os cúmplices de Manoela começaram a chamá-lo, desde o lado de fora da casa, tentando atraí-lo magneticamente, com a ajuda dos ovóides, que lhe estavam incrustados.Antônio agitou-se, demonstrou súbito mal-estar, parecendo relutar em atender o chamado.

 As mulheres se emocionaram, pedindo-lhe que orasse e resistisse. Mas a pressão da sombra era grande, e ele não conseguia articular uma prece.Foi quando Orlando se aproximou, e, movimentando os braços, estabeleceu uma capa magnética ao seu redor, igual a um casulo de luz. Antônio aquietou-se,relaxou e deixou algumas lágrimas rolarem pela face. 

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