Josias não aguentou. Deu-lhe tremendo tapa na cara, com tamanha carga de ódio,que suas mãos quase se materializaram.
- Que é isso, Antonio, você me bateu? - disse a jovem, levando a mão ao rosto.
- Eu? Eu, não. Como poderia bater-lhe se estou aqui fora?Como se tivesse acumulado toda a carga negativa que Josias lhe transferira no bofetão, Manoela olhou Antonio bem no fundo dos olhos, com terrível expressão de ódio,e, antes de pisar no acelerador, e sair,igual a um foguete, disse ao homem que não entendia nada do que estava se passando:
- Você me paga, canalha!Se Antônio tivesse olhado para o rosto de Manoela, teria notado que, no local do bofetão, a pele estava meio avermelhada, e compreenderia o gesto da jovem,levando a mão na parte afetada.
Antonio, ante o inesperado, estava estático, aturdido, com os pensamentos em desalinho.Josias olhou-o e penalizou-se. Afinal, o homem nada tinha feito e levou toda a culpa, com inevitável aumento de ódio da jovem.Josias agora, era um aprendiz benfeitor e sentiu-se culpado, por lhe ter criado aquela situação infeliz. A sua impulsividade de Espírito violento já haviam gerado muitos dissabores para a própria filha, agora socorrida. Por não saber conter-se, prejudicara o novo amigo que, na verdade, desejava ajudar.Orlando e eu, seguindo Antonio e Josias, rumamos para a loja, acompanhando o dia do nosso tutelado, a fim de prepará-lo para a reunião, logo mais, à noite,quando receberia assistência espiritual, com vistas a debelar o processo obsessivo, ao qual estava submetido.
- É incrível como aquele bofetão atingiu a moça- Ocorre que Manoela e Josias estão ligados há algum tempo, sintonizados no mesmo propósito, do qual este só saiu hoje. Isso lhes dá condições especiais no intercâmbio,que somados à materialidade altamente negativa da emissão de ódio, como vimos,por pouco não gerou energia suficiente para materializar-lhe a mão.
- Achei interessante o fato de Manoela, não ter raciocinado, um só segundo, para identificar o agressor. Antonio estava do lado de fora, com a cabeça abaixada, na janela,e as mãos escoradas nesta, de modo que, nunca poderia ter esbofeteado a moça.
- Temos de considerar que Antonio era a única pessoa encarnada, ao seu redor. Logo o tapa só poderia ter sido dado por ele. Esse é um raciocínio aparentemente mais lógico do que a realidade do fato. Na verdade, quando nos indispomos com alguém,estabelecem-se laços negativos de interação mental, de sorte que, qualquer coisa que a pessoa faça, interpretamos, geralmente, de modo negativo, ou seja, por gesto ofensivo.
- A expectativa que temos, em relação ao nosso semelhante, por outro lado, não influencia de forma a impor-lhe, ás vezes, determinado comportamento?
- Sim. Embora não haja manifestação física através da palavra falada, nosso pensamento, unicamente ele, pode alcançar a mente do nosso semelhante,impondo-lhe determinada ideia, ou, simplesmente, sugerindo essa ideia, que interfere na sua apreciação dos fatos, ou determina-lhe uma ação.
- Por aí é que o relacionamento humano se complica.
De uma parte, nos colocamos em posição defensiva contra alguém, prevenindo-nos ante suas ações, e o interpretamos à nossa maneira, ao sabor da nossa prevenção. De outra parte, nosso pensamento,assim armado, pode influenciar-lhe a mente, provocando-lhe reações involuntárias ou interpretações fora da sua realidade interior.
- Por isso mesmo, procurando sintetizar a fórmula de convivência social, a lei,desde os recuados tempos de Moisés,nos manda amar ao próximo. E porque os milênios não bastaram para que o homem soubesse entender o que seja
_amar _ao _próximo,veio Jesus que, exemplificando o Amor nos atos da sua vida, deu-nos um novo mandamento:
_amai-vos _uns _aos _outros _como _eu _vos _amei.
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Liberdade espiritual(espírita)
SpiritualContarei a historia de espíritos encarnado(vivos) e desencarnados(Mortos). Uma família que sofre vendo o chefe da família sendo alvo de espíritos que vivem na mundo espiritual, cometendo crimes. Como a falta de oração nos leva a ser alvo de es...