"Capítulo 39"

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A beleza é algo que me fascina. Não a estética apenas, mas a beleza de que como a vida funciona.

Quando vejo como a mente opera por caminhos estranhos para encontrar seu ninho, seu aconchego, uma parte de mim se derrete em estado de graça. Como não achar bonito o valor do perdão, o poder do amor, a firmeza da resiliência, o afago da compaixão, os contornos da sabedoria? A virtude é bonita.

Essa beleza precisamos de atenção para enxergar, não é simples e nem óbvia. Só pode ser olhada de frente, participando do processo, pulando para dentro.

Quando uma pessoa enxerga só o lado feito da vida é porque ela não pulou para dentro da beleza, ela vê o que cultiva, o que ela é. Quando você se deixa contagiar pela beleza da vida ela começa a perfurmar, as pessoas se aproximam, querem sertir a fragrância, é irresistível.

Quando você olha o mundo pelos olhos da beleza nada é feio de fato, o que é assimétrico ganha charme, o que é enrrugado ganha vida, o que não se ajusta fica aconchegado. É o olhar interno que faz abrir a beleza das coisas, é você que vê o que pode render de bonito na vida. Não espere que a beleza de for a toque você se você não puder aceitar a beleza estranha que a vida faz escorrer por meio daquilo que é estranho ou feio. A feiúra, é beleza também...

A ausência de dinheiro causa problemas para uma pessoa. Ela fica mais endurecida, paranóica, deslegitimada, enfraquecida socialmente e psicologicamente fragilizada. Essa vulnerabilidade vivida por muito tempo pode transformar essa pessoa numa máquina de ideias tóxicas, em especial se ela é cercada por um meio problemático e que legitime o poder por meio de ações criminais.

Por outro lado, a ilusão do dinheiro como ferramenta de pacificação emocional é um engano. Não raro as pessoas projetam no bem-estar financeiro coisas que ele não pode oferecer. Se as matrizes emocionais saudáveis não estiverem sendo regadas o dinheiro em abundância pode ativar os mesmos mecanismos paranóicos, endurecidos e problemáticos.

No Brasil, em particular, o dinheiro carrega uma contradição, quando não o temos desejamos como se fosse o que nos salvaria, mas quando alguém tem muito julgamos essa pessoa como digna de desconfiança, soberba e mesquinhez. Não há lugar para hospitalidade, ter muito ou ter pouco parece gerar desconforto.

A verdade é que ninguém está blindado com ou sem dinheiro. Para administrar 10 ou 1000 a pessoa terá que se debater com seus desejos, sua vaidade, sua generosidade ou falta dela. O problema do dinheiro é mais revelador sobre nossa personalidade pelo modo como o administramos do que quanto temos. Quem dera fosse tão fácil encher o bolso de dinheiro para se livrar de lidar consigo mesmos e os outros. Não é...

ei que as pessoas dizem que você precisa ter motivação, esqueça esses conselhos ingênuos. Quem precisa de motivação não tem motivação. Simplesmente saia da cama, use seu masoquismo para torturar a si mesma, não pergunte como, para quê e nem quando, apenas saia. Raramente deixo o soneca do celular apertado, se terei que pular na água gelada eu pulo logo. Pulo detestando, mas prefiro do que pular na minha imaginação e de verdade.

Depois que saio da cama vou rolando pelo dia, daí começa a ficar menos difícil. No meio do caminho as pessoas me salvam de mim, aquela leseira dá lugar para interação, a interação me coloca à serviço dos outros. Sou psicólogo, é fácil falar isso, mas você pode se forçar a trombar com pessoas no seu cotidiano. Elas não precisam ser da sua família, basta respirarem, um cachorro serve também.

Mas não espere a maldita motivação, apenas faça, e crie hábito, com o tempo fica menos ruim. No meu caso nunca fica bom, mas menos ruim já começa a parecer excelente. Então, comece o dia como der, mas termine ele com mais empenho, você não pode definir como começa o seu dia, mas pode decidir como ele vai desenrolar...

A vida não é justa, o mundo não é justo se tomarmos as regras como pressuposto. Essa justiça tão almejada não é natural da espécie humana. Como seres sencientes inevitavelmente criamos condições desequilibradas e depois matamos e morremos para garantir o nosso conforto.

O que quer dizer que a justiça não pode ficar solta no vento, como se esperássemos que ela se regulasse sozinha. Ela é responsabilidade nossa, ninguém vai interferir e regular o que sentimos de justo e injusto sobre os outros.

Mas então, sendo nossa responsabilidade parece que escolhemos uma justiça baseada em regras e equanimidade pura. E ela é problemática e engessada.

Nem tudo o que é assimétrico é ruim ou condenável e nem tudo o que é simétrico é bom e elogiável. Porque a regra não considera as conexões e sim o mero comportamento.

Pareceria justo que numa herança 3 filhos recebessem partes iguais baseado no princípio da regra. Na pratica todos sabemos que isso soa injusto apesar de ser justo. Podemos experimentar pensar de outra forma um pouco diferente. E se a divisão de bens tivesse como parâmetro o vínculo entre essas pessoas? Pessoas com vínculos maiores seriam mais beneficiadas? Parece estranho isso certamente, até porque a engenharia para definir isso pós-morte seria delicado. O ponto é que se sabendo disso talvez as pessoas refletissem não em termos de direitos por si, mas de direitos adquiridos por vínculo real. Certamente seria um modelo mais trabalhoso e visto do ponto de vista atual injusto.

Em última instância nosso parâmetro de justiça para ser tocado pela questão do quão somos éticos e capazes de ter bons relacionamentos. Não sou legislador para redefinir o pragmatismo da lei, sou um idealista especulando nossa frágil noção de justiça.

No quesito punição se o critério é a regra colocamos o bandido na cadeia, se o critério é vínculo pensamos em como conciliar essa pessoa com o mundo que a cerca. Muito mais trabalho a curto prazo, menos trabalho a longo prazo.

Uma justiça que realmente coloque as relações no trilho me parecem mais sensatas do que aquelas meramente baseadas em medo e revide.

Capitulo dedicado  todos que  se acha feio, e quem tem alma bela!


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