É o choque de retorno. Se tiver condições de resistir a ele, o que não é sempre fácil, pode tentar de novo, correndo os mesmos riscos e aumentando a sua conta de prestação de serviço, com a organização das sombras que a apóia. Custar-lhe-á,pois, redobradas lágrimas...
- Mesmo que o projeto não se concretize, deverá pagar pelos serviços que lhe forem prestados?
- Claro. Não há nenhuma garantia de sucesso, pois, este também depende da ajudada sua vontade, perseverante, de fazer o mal, quanto da não intervenção de Espíritos superiores que, como no nosso caso, podem neutralizar a ação opressiva.
- É um jogo perigoso...
- Sim, e no qual o único perdedor certo é quem pratica, ou tenta praticar o mal.Sua culpa começa quando dá guarida ao ódio; dobra, quando faz o pacto com a sombra;triplica quando continua agindo, e se multiplica, sobremaneira, se se concretiza o desejo maléfico.
- De que modo o culpado se isentará da culpa, ou melhor, da sua consequente colheita?
- De nenhum modo. Na lei não há isenção.
- E se a pessoa ofendida perdoar?
- Nem assim. Se não pagar o seu débito diretamente a ela, pagá-lo-á de outro modo, mas, sem dúvida, terá de arcar com as consequências, para aliviar-se, como resgate do sentimento de culpa, seja nessa existência, ou em existência posterior, seja aqui ou no mundo espiritual.
- Que compromisso sério!
- Seríssimo, meu amigo. Igualmente sério, porém, é o débito pela prestação de serviço, pelas sombras, que vai ser cobrado, assim que desencarnar, e que,geralmente,importará na sua escravização por tempo que ninguém, em sã consciência, pode avaliar, pois, depende não só do trabalho feito, mas, também, da importância dos resultados alcançados.
- Essa gente não deve saber nada acerca dessas conseqüências terríveis. Não terá, porventura, atenuante em razão dessa ignorância com que - e isso percebe-se -,fazem essas coisas?
- A Lei é clara. Dando um primado de amor, para a nossa conduta individual, ela nos ensina que _devemos _fazer _aos _outros _aquilo _que _desejamos _que _os_outros_nos _façam. Garanto a você que, por mais ignorante que seja, nenhuma dessas pessoas que se vingam, ou querem destruir o semelhante em razão de simples e rasteiros motivos de inveja, gostaria de receber, ela mesma, o mal que deseja para outros.Que atenuantes podem ter? Quando alguém já aceita o fato da sobrevivência do Espírito,a sua possibilidade de comunicação e a eternidade da vida, já saiu do estado de incipiência espiritual, de posse que está dos mais lúcidos esclarecimentos atuais,não havendo como se eximir da sua responsabilidade. A Lei, também, acentua que_será _dado, _a _cada _um, _segundo _as _suas _obras, o que equivale dizer que seremos constrangidos a recolher o mal que semeamos. Quando a pessoa planeja uma ação nefasta destas, e decreta um mal terrível para o semelhante, está lançando uma semente no solo do seu destino, que frutificará e, à maneira da semente de trigo, poderá lhe resultar na multiplicação de cem por um. Ninguém, depois, poderá estranhar acolheita compulsória do mal que haja semeado, porque, se o lavrador lança à terra que aduba com a sua vontade, semente de trigo, não é justo que se espere ali, recolher dourados cachos de arroz. Do mesmo modo, quem semeia o mal, não pode esquecer que a sua colheita, evidentemente, será o mal contra a si mesmo. Esse é o mecanismo simples da vida, que todo o mundo conhece, e não pode causar surpresa a ninguém.
- realmente, a lógica não nos autoriza qualquer outra conclusão.
- Que ninguém tente se iludir...
- Como é neutralizada, ou desmanchada, essa ação maléfica?
- O primeiro passo será a liberação da vítima. Consistirá em livrá-la desse halo de energias negativas que retornarão, imediatamente, às fontes que as geraram, e com as quais estiveram em sintonia constante. É o choque de retorno. As pessoas que geraram essas energias, passam a sofrer a sua influência deletéria, até que consigam livrar-se dela. A segunda providência será desligar os ovóides que estão plantados no perispírito de Serra e tentar esclarecer os Espíritos que o oprimem.E, porque a sessão deveria se iniciar, Orlando calou-se e me fez sinal, com a cabeça, para que me aproximasse da mesa.Feita a prece inicial, e com todos na expectativa do intercâmbio, foi trazido para junto de um dos médiuns, um Espírito que desconhecia o seu estado atual;tinha ambas as mãos crispadas sobre o peito e, na boca, e em toda face, uma fixação de horrível grito de dor. Desencarnara em violento ataque de angina e, ultimamente,se apegara a pobre homem, com o qual simpatizara e que, em face da sua atuação,passara, por sua vez, a sentir fortes dores no peito, acabando num hospital,requisitando os favores de José .Enquanto conversavam, na doutrinação, Orlando a mim e, nós três, nos dirigimos para onde estava Antônio .Orlando pôs-se a aplicar-lhe passe e, à medida que operava, ia se formando,suspensa no ar, naturalmente, controlada pelo magnetizador, negra bola fluídica,irradiando luz escuro-pardacenta, que parecia ter vida, porque semelhava pulsar, a qual,pressionada entre as mãos do instrutor, explodiu, desfazendo-se em raios que se perderam no espaço, em várias direções e em blocos de diferentes densidades.Nesse momento, sem que ninguém tivesse chamado, Josias, e mais de uma dezena de Espíritos, apareceram junto a nós, cambaleantes, atoleimados, envolvidos por pequena e negra nuvem de força.
- Que é isso? - perguntei, baixinho, a Orlando -. Josias está do nosso lado.Ainda hoje nos auxiliou, na defesa de Antonio.
- Acontece que, das forças que foram agora liberadas, uma parte era criação sua,e, portanto, da sua responsabilidade. E a teve de volta, sofrendo-lhe a influência.Libertar-se delas, é um outro problema que deverá resolver.
- A sua disposição de passar para a defesa de Serra, não o livra dessas consequências?
- A justiça humana libera um criminoso confesso só porque, depois do crime, veio a se tornar melhor?
- Penso que não.
- Aqui ocorre o mesmo. Josias participou do processo opressivo, e está recebendo a parte que lhe corresponde. No entanto se o bem que já teve oportunidade de fazer,em favor de Antonio, fosse maior do que o mal que já lhe fez, sua consciência estaria liberada, e não seria vítima de retorno a que fez jus.Josias, e seus acompanhantes, foram recolhidos a recinto apropriado a fim de aguardarem providências Agora Orlando estava aplicando-lhe passes nas costas, em cima dos pulmões até a nuca, forçando o desligamento de um feixe de tênues fios fluídicos que, saindo de cada ovóide, penetravam-lhe a medula espinhal e os órgãos vitais. Depois, como se estivesse lidando com uma placa de massa aderente, começou a afastá-la, com apontados dedos, na volta inteira daquela anomalia que, semelhante a um parasita,estava grudada nas costas do nosso tutelado.Depois de desligá-lo, inteiramente, entregou-o a Orlando, a fim de que fosse transportado, junto com o outro que, do mesmo modo, foi desligado, em seguida,para uma instituição socorrista próxima onde seriam convenientemente tratados.Orlando passou os dois ovóides a um auxiliar e voltou para junto de nós.
Antonio estava livre da opressão. Respirava, agora, fundo e aliviado.A pedido de Orlando, recolheu, dos participantes da mesa, regular quantidade de ectoplasma que aquele derramou, sobre a vítima, a fim de restaurar-lhe, de alguma forma, a energia vital.Quando regressamos à sala onde se desenrolavam os trabalhos de desobsessão,Orlando cochichou algo nos ouvidos de José e, pela sua expressão de alegria, deduzimos que avisara o amigo de que o caso Antonio estava sendo tratado.José pediu, aos demais integrantes da mesa, que se concentrassem com firmeza, pois, passariam a tratar de um penoso caso de obsessão, do qual participava uma legião de Espíritos inferiores, mas, que estava em seus últimos lances, sendo esse caso de interesse da confreira Ruth, presente a seu convite.Em seguida, Josias foi constrangido a acercar-se de um médium, a fim de manifestar-se.
O dirigente, então, passou a falar com Josias, que estava incorporado.
- Como se chama?
- Meu nome é Josias.
- Você participou desse processo obsessivo?
- Sim, até hoje, pela manhã. Eu comandava a ação no plano espiritual.
- E por que só até hoje, pela manhã? Foi destituído?Não. Antônio , e sua filha Ruth, socorreram minha filha Neide, que estava em grave estado de saúde, internando-a num hospital, e assumindo toda a carga da sua despesa. Diante disso, comovi-me, e, agradecido, passei para o seu lado,afastando os Espíritos que o perseguiam.Ruth sentiu um frio percorrer-lhe a espinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Liberdade espiritual(espírita)
SpiritualContarei a historia de espíritos encarnado(vivos) e desencarnados(Mortos). Uma família que sofre vendo o chefe da família sendo alvo de espíritos que vivem na mundo espiritual, cometendo crimes. Como a falta de oração nos leva a ser alvo de es...