5- Convivendo com o problema

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Quando acordei o dia seguinte, Nathaniel não estava mais lá. Olhei em volta e cocei os olhos, até minha visão ficar nítida e puxei o lençol, me levantando. Fui ao banheiro e lavei o rosto, penteando o cabelo em seguida, enquanto me encarava no espelho. Arrumei meu pijama e sai em direção a cozinha, onde ele se encontrava distraído preparando o café. Sentei e fiquei o observando em silêncio, até o mesmo se virar e assustar com minha presença. Ri e o cumprimentei; ele fez a mesma coisa e se sentou, enquanto servia as coisas e conversava comigo. Passamos alguns minutos conversando e logo limpamos tudo. Não demorou muito e já estávamos prontos, arrumando as coisas para sair. Conferimos tudo e saímos juntos, indo em direção a escola. Totalmente esquecidos do que tinha acontecido.


Enquanto caminhava, eu olhava as ruas molhadas e sentia o clima frio. Não tinha levado nenhuma blusa. Pensei em correr para a biblioteca assim que chegasse na escola; talvez eu não passasse tanto frio... Antes de adentrarmos a escola, depositei um beijo na bochecha de meu irmão e me despedi, entrando antes e garantindo que ninguém havia nos visto. Ei... Alguém podia desconfiar!


Assim que pisei no pátio, entrei correndo no prédio, evitando quaisquer perguntas ou olhares. Me dirigi aos fundos, até a biblioteca, mas quando tentei abrir vi que a porta da mesma estava trancada. Suspirei. Ou eu encontrava uma outra sala que quase ninguém frequentava, ou passava frio até morrer, ou... Tentava achar alguma coisa útil nos Achados e Perdidos!


"Não acredito que vou fazer isso..."


Me dirigi até a despensa onde se encontravam objetos perdidos de alunos e algumas coisas velhas oferecidas pela escola. Me certifiquei que ninguém tinha me visto e abri a porta, adentrando a sala escura e empoeirada. Tossi fraco e comecei a vasculhar as caixas, sentindo a humilhação subir a cabeça. Fala sério...Que tipo de ser não humilhante pegaria coisas do Achados e Perdidos???


-Isso é bem vergonhoso para alguém como você!


-Han? - Me virei rapidamente arregalando pouco os olhos.- C-castiel...


-Não, a diretora!


Suspirei baixo, aliviada. Ele já estava acostumado a humilhar os outros... Antes ele do que qualquer outra pessoa! Simplesmente ignorei e voltei a procurar alguma coisa. Estava cada vez mais frio. Ele reencostou na porta e ficou me observando atento. Estranhei.


-O que quer comigo?


-O que quer dizer?


-Sinceramente... Alguém que vem se mantendo longe de mim pelos últimos 8 anos não estaria me observando a toa sem querer alguma coisa de mim...


-Olha, quem vem ficando esperta...- Ele sorri irônico.


Suspiro.


-Apenas me responda...


-Por mais que eu não queira te 'obedecer'... Só vim lhe desejar os Parabéns!


Parei de mexer nas caixas e o olhei confusa.

Eu, um gamer e um bebêOnde histórias criam vida. Descubra agora