14- O destino contra mim

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Fiquei assim um bom tempo, até ir parando de chorar aos poucos, me dedicando somente ao abraço. Ela não disse nada, apenas continuou a me acariciar. Logo, esfreguei -me nela e separei, a encarando. Ela sorriu e levou as mãos ao meu rosto, alisando minha bochecha; eu não conseguia sorrir, então apenas suspirei e segurei sua mão, enquanto ela continuava com as carícias.

-Ambre... Eu...

-Se for pedir desculpas novamente... Por favor, não fale nada...

- ... - Ela suspirou e fechou os olhos, me abraçando de novo.- Pode me fazer um favor?...

-Sim...?

-Seu irmão... Eu quero... Não... Eu preciso conversar com ele... Você disse que está morando com o Nathaniel, então, por favor, será que poderia?...

-Não se preocupe... Falarei com ele...

-Obrigada... - Ela aproximou e beijou minha testa.- Eu não queria ter demorado tanto...

-Tudo bem... O importante é que você está arrependida...

Ela sorriu.

- Bom... Depois de saber que eu iria ser avó... Acho que finalmente encontrei coragem para tomar uma atitude!... Mas mesmo assim, eu me segurei por tanto tempo...

-Mãe...

-.. Sim?...

-Estou feliz por saber que você se preocupava com a gente... Não precisa mais pedir desculpas... Pelo menos não para mim. Eu te entendo... Muito bem....

-Ambre...

Eu sorri fraco.

-Então... Poderemos nos encontrar mais vezes?

-Sim! - Ela sorriu também.- Mas não muito frequentemente... Sabe, por causa do seu pai...

-Eu entendo... -Suspirei.- Ei, como ele ficou... Depois daquele dia?...

-... Nervoso... -Ela desviou o olhar.

-Ele fez algo com você?...

-Ele não se atreveria... Eu sei lidar com ele de alguma forma...

-Hum... - Eu agarrava a barra da minha blusa de forma ansiosa.

-Não se preocupe... Apesar de tudo ele não fez mais nenhuma besteira... Ele está bem... - Acariciou meus cabelos.

-Obrigada...

Sorri encarando seus olhos. Era tão bom ter ela ali, junto comigo... Era tão bom saber que minha mãe, realmente, me amava... Era tão bom ver que ela me entendia... Era tão bom vê-la ali...

Continuamos a nos encarar até o celular dela tocar. Ela afastou, pegando o aparelho e visualizando entre um suspiro. Me olhou.

-Eu preciso ir...

- ... O-

-Francis não sabe que vim aqui... E por hora, melhor não saber...

Abaixei a cabeça. Ela veio até mim e levantou meu rosto, beijando minha testa sorrindo fraco.

-Entrarei em contato assim que possível... Com você... E com seu irmão... Se cuidem!

Hesitou em se afastar, mas logo sorriu fraco, retirando as mãos de meu rosto e saindo andando, em rumo ao caminho de casa. A observei ir, e sorri, suspirando. Aquela era a minha mãe...

-Parece feliz...

-Ham? - Me virei. - Félix?...

-Olá, Ambre... - Ele sorriu e aproximou.

Eu, um gamer e um bebêOnde histórias criam vida. Descubra agora