2.4 Murilo e a sereia

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Catarina saiu da água sem se dar conta de que Murilo estava ali bem perto, na areia

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Catarina saiu da água sem se dar conta de que Murilo estava ali bem perto, na areia. Ela estava com a cabeça baixa ajeitando o maiô branco que adorava, ela se sentia bonita e poderosa nele. Sorriu da sua bobagem.

- Catarina! - ela levantou a cabeça assustada. - Desculpa, não queria te assustar.

Ela não respondeu imediatamente, ficou constrangida por estar com tão pouca roupa perto do seu chefe. E meu Deus, que chefe, ela pensou. Murilo estava com apenas uma sunga e ela se viu admirando-o.

- Tudo bem. - falou um pouco sem graça. - É que aqui é uma praia privada, pensei que estava sozinha. - falou tentando desviar os olhos dele, do corpo dele.

- Tem um lugar mais lá na frente que eu gosto muito. - ele apontou. - É calmo, não tem muita onda por causa dos arrecifes. Estava indo pra lá. Você quer ir comigo? - ela se sentiu atraída por ele, impossibilitada de negar, assentiu.

O dois foram lado a lado em silêncio. Catarina que sempre era tão tagarela, estava muda. Olivia tinha razão, ela constatou, seu coração estava suspirando por Murilo. Mas ele jamais olharia pra uma insignificante secretária. Ele era tão certinho que acharia aquilo um verdadeiro crime contra a ética.

Não se sabe como, ao caminhar, Catarina tropeçou e cairia se não fossem braços fortes que a impedissem. Os dois ficaram se encarando por um breve momento que pareceu uma eternidade. O coração de ambos estava transtornado dentro do peito.

- Eu consigo ser mesmo atrapalhada, não é? - ela falou constrangida. Mas a reação de Murilo não fora de aborrecimento como das outras vezes, tinha um brilho diferente no olhar.

- Esse seu jeito só te torna mais especial.

Ele falou com um meio sorriso e agora o coração dela parou. Ele enfim a soltou e Catarina olhou pra frente onde continuou a caminhar e Murilo a acompanhou. Um silêncio ensurdecedor se seguiu.

- Como é sua mãe? - ele tentou iniciar uma conversa. Ela o olhou desconfiada. - Você se parece com ela?

- Sou mais parecida com meu pai. Tanto fisicamente como na personalidade. - sorriu. - Minha mãe é uma romântica incorrigível, está no quinto casamento. -os dois riram.

- Caramba. Quinto? - ela assentiu. - E você, não é romântica?

- Acho que toda mulher é romântica, mas como a minha mãe, definitivamente não. - riu.

- Você fica ainda mais linda quando sorri, Catarina. - ela ficou sem graça e olhou para frente.

- Aqui é muito lindo. - ela tentou mudar o rumo da conversa.

- Não como a Grécia, não é? - ele falou bem humorado.

Ele estava tão diferente, sempre se portava sério com ela. Estava gostando daquele Murilo que estava diante dela.

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