"Já era amor antes de ser."
Elena saiu da sala porque se sentiu sufocada com aquele olhar ferino. Não que ela se achasse certa pelo que fez, mas não era a única que tinha errado. Aquilo não era justo. Quase não conseguiu dormir aquela noite, seus pensamentos eram destinados a ele. Ao único homem que amara em sua vida. O homem que não a amava e que agora a odiava.
Ao abrir os olhos aquela manhã achou estranho por não ter sido acordada pela filha como todo final de semana. Vestiu seu robe amarelo que ia até a coxa e foi até o quarto de Julía, mas não a encontrou lá. Ouviu risadinhas vindas da cozinha e encontrou pai e filha se divertindo ao fazer o café da manhã.
Elena ficou parada observando a cena e pensando que eles poderiam ter tido aquilo desde sempre, mas...
- Mamãe! - a menina a viu e correu para lhe dar um beijo. - Bom dia, mamãe.
- Bom dia, meu anjinho.
- O papai dormiu mesmo aqui. Não é super? - a mãe olhava a filha sem querer olhar o pai, mas sentia seu olhar sobre ela.
Alejandro estava tentando controlar seus pensamentos ao ver Elena vestida daquela forma e tentava controlar seu amigo embaixo da calça.
- Quando me acordei vi o papai dormindo na poltrona do meu quarto. - Elena o olhou.
- Por que não dormiu no quarto de hóspedes? - ela perguntou friamente.
- Porque o tio Carlos dormiu lá, né, mamãe. - Alejandro franziu o cenho.
- O tio Carlos não pôde ficar, Julía. Ele foi embora ontem mesmo. - ela olhou para a bagunça feita na cozinha. - Algum vendaval passou por aqui? - apertou o narizinho da filha.
- O papai. - a menina gargalhou.
- Eu? - ele fingiu estar ofendido. - Só eu, não é? - ela assentiu sorrindo. - Agora eu pego você, sua pilantrinha.
Alejandro começou a correr atrás da filha e ela fugiu. Os dois corriam ao redor da mesa da sala-de-jantar. Aquela cena fez Elena se reportar ao passado.
- Eu vou te pegar. Não importa o quanto você corra. - Alejandro dizia sorridente.
Elena gargalhava e seu coração estava disparado no peito.
- Quero ver você tentar.
- Ah, você está me desafiando, sua demônia?
Elena ria ainda mais e corria ao redor da mesa do apartamento dela da época. Ela achava graça quando Alejandro a chamava assim. Dizia que ela era uma demônia a tentá-lo constantemente.
- Elena, não se mexa. - ele olhou pro chão perto dela. - Tem uma barata perto do seu pé.
E Elena caiu nessa ao olhar para o chão. Ficou fácil ele a alcançar.
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Contos Modernos (Finalizado)
FanfictionOs cinco irmãos González: Lorenzo, Murilo, Alejandro, Pablo e Juan não imaginavam que seu destino fossem se cruzar ao de cinco mulheres tão diferentes deles, mas que lhes deram uma coisa que eles pensaram que nunca poderiam ter: amor verdadeiro. ...