4.8 Pablo promove mais lágrimas à doce Serena

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A voz de Pablo era rouca e ao mesmo tempo suave fazendo queimar todo o corpo de Serena.

- Muito linda. – ele disse no mesmo tom.

Ele se aproximou mais de Serena. Seus olhos estavam presos aos dele. E ela queria mais do que tudo ser beijada por ele. Então a vozinha interior resolveu aparecer naquele instante. Ele ama outra. Os olhos de Pablo pareciam gritar perigo. Abruptamente Serena se levantou e encarou o mar.

- Esse mar é realmente lindo. – ela disse sem jeito.

Pablo se deu conta do que queria fazer e não se reconheceu. Os olhos de Serena chamavam por ele e a sua bloca clamava por beijá-la. Seria a boca dela tão doce quanto ela? Ele se recriminou naquele instante. Serena não merecia ser beijada simplesmente por ser beijada. Ela merecia mais. Muito mais. Ela merecia sentimento e ele não a amava. Ele amava Martina. Então por que queria tanto beijá-la? Serena era linda isso era óbvio. Então ele justificou essa necessidade apenas como carnal. Sentou-se ficando ao lado dela olhando também o mar.

- É mesmo lindo. – disse constrangido.

- Vou dar um mergulho. – ela disse sem olhá-lo.

Serena se levantou sem esperar resposta e foi tirando sua roupa. Foi a visão mais linda que ele já teve, mas foi a pior coisa que lhe aconteceu. Pablo ficou excitado com aquela miragem e instantaneamente colocou as mãos sobre seu membro na intenção de esconder sua ereção.

- Puta merda. – ele disse num sussurro. – Como é que eu fiquei assim?

Ele definitivamente não se reconhecia. Nunca na vida ficara excitado numa praia. E ficara daquele jeito por Serena. Ele virou para o outro lado e pensou em mil coisas brochantes até diminuir sua excitação. Mesmo assim achou melhor não entrar na água com ela. Se Serena presenciasse como ele ficou, ficaria constrangida e ele não permitiria aquilo. Depois de um tempo ela saiu do mar e ele olhou pro chão. Serena se sentou ao lado dele.

- Não quer mesmo entrar na água?

- Acho melhor não. Deve tá fria.

- Não tá. A água tá super gostosa. – ele assentiu e ela não insistiu no assunto. – O que você gosta tanto em Martina? – ele a encarou surpreso. – Ela parece ser tão diferente de você.

- Não acho que pra gostar de uma pessoa precise ser igual. – ele falou calmamente.

- Mas precisa pelo menos combinarem, ter coisas em comum. E ... definitivamente vocês não combinam. Nem mesmo com Juan ela combina. Até pra ser amigo de alguém a gente precisa ter afinidades.

- Não quero falar nisso. – ele disse olhando em direção do mar e ela assentiu mesmo que ele não estivesse vendo. – Como andam as edições do livro.

- Maravilhosamente bem. – disse empolgada. - Leonel é muito bom no que faz. – Pablo a encarou. – Ele me ensina cada coisa, Pablo. Eu estou encantada com ele.

- Vocês parecem mais próximos que colegas de trabalho.

- Leonel virou um amigo muito querido. – ela disse ingenuamente.

- Pelo visto os dois têm muitas afinidades. – ele disse num tom um pouco agressivo. Serena o olhou sem entender.

- Muitas. E uma delas é o amor pelos livros. – ele assentiu com o cenho franzido. – Além dele ser uma pessoa extremamente agradável. Em sua companhia eu nem vejo o tempo passar. As horas são sempre tão prazerosas, nem parece que estamos trabalhando. – ouvir aquilo o irritou profundamente.

- Vamos. – ele se levantou num rompante.

Serena nada disse, apenas se levantou, colocou sua roupa e caminhou ao seu lado. Os dois estavam calados. Cada um preso aos seus pensamentos.

Contos Modernos (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora