A voz de Pablo era rouca e ao mesmo tempo suave fazendo queimar todo o corpo de Serena.
- Muito linda. – ele disse no mesmo tom.
Ele se aproximou mais de Serena. Seus olhos estavam presos aos dele. E ela queria mais do que tudo ser beijada por ele. Então a vozinha interior resolveu aparecer naquele instante. Ele ama outra. Os olhos de Pablo pareciam gritar perigo. Abruptamente Serena se levantou e encarou o mar.
- Esse mar é realmente lindo. – ela disse sem jeito.
Pablo se deu conta do que queria fazer e não se reconheceu. Os olhos de Serena chamavam por ele e a sua bloca clamava por beijá-la. Seria a boca dela tão doce quanto ela? Ele se recriminou naquele instante. Serena não merecia ser beijada simplesmente por ser beijada. Ela merecia mais. Muito mais. Ela merecia sentimento e ele não a amava. Ele amava Martina. Então por que queria tanto beijá-la? Serena era linda isso era óbvio. Então ele justificou essa necessidade apenas como carnal. Sentou-se ficando ao lado dela olhando também o mar.
- É mesmo lindo. – disse constrangido.
- Vou dar um mergulho. – ela disse sem olhá-lo.
Serena se levantou sem esperar resposta e foi tirando sua roupa. Foi a visão mais linda que ele já teve, mas foi a pior coisa que lhe aconteceu. Pablo ficou excitado com aquela miragem e instantaneamente colocou as mãos sobre seu membro na intenção de esconder sua ereção.
- Puta merda. – ele disse num sussurro. – Como é que eu fiquei assim?
Ele definitivamente não se reconhecia. Nunca na vida ficara excitado numa praia. E ficara daquele jeito por Serena. Ele virou para o outro lado e pensou em mil coisas brochantes até diminuir sua excitação. Mesmo assim achou melhor não entrar na água com ela. Se Serena presenciasse como ele ficou, ficaria constrangida e ele não permitiria aquilo. Depois de um tempo ela saiu do mar e ele olhou pro chão. Serena se sentou ao lado dele.
- Não quer mesmo entrar na água?
- Acho melhor não. Deve tá fria.
- Não tá. A água tá super gostosa. – ele assentiu e ela não insistiu no assunto. – O que você gosta tanto em Martina? – ele a encarou surpreso. – Ela parece ser tão diferente de você.
- Não acho que pra gostar de uma pessoa precise ser igual. – ele falou calmamente.
- Mas precisa pelo menos combinarem, ter coisas em comum. E ... definitivamente vocês não combinam. Nem mesmo com Juan ela combina. Até pra ser amigo de alguém a gente precisa ter afinidades.
- Não quero falar nisso. – ele disse olhando em direção do mar e ela assentiu mesmo que ele não estivesse vendo. – Como andam as edições do livro.
- Maravilhosamente bem. – disse empolgada. - Leonel é muito bom no que faz. – Pablo a encarou. – Ele me ensina cada coisa, Pablo. Eu estou encantada com ele.
- Vocês parecem mais próximos que colegas de trabalho.
- Leonel virou um amigo muito querido. – ela disse ingenuamente.
- Pelo visto os dois têm muitas afinidades. – ele disse num tom um pouco agressivo. Serena o olhou sem entender.
- Muitas. E uma delas é o amor pelos livros. – ele assentiu com o cenho franzido. – Além dele ser uma pessoa extremamente agradável. Em sua companhia eu nem vejo o tempo passar. As horas são sempre tão prazerosas, nem parece que estamos trabalhando. – ouvir aquilo o irritou profundamente.
- Vamos. – ele se levantou num rompante.
Serena nada disse, apenas se levantou, colocou sua roupa e caminhou ao seu lado. Os dois estavam calados. Cada um preso aos seus pensamentos.
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Contos Modernos (Finalizado)
FanfictionOs cinco irmãos González: Lorenzo, Murilo, Alejandro, Pablo e Juan não imaginavam que seu destino fossem se cruzar ao de cinco mulheres tão diferentes deles, mas que lhes deram uma coisa que eles pensaram que nunca poderiam ter: amor verdadeiro. ...