5.8 O furacão de Juan volta mais forte

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Ele a amava, mas nunca a dissera. Por medo. Porque se dissesse seria como desnudar a própria alma e ele nunca fora assim. Sempre fora cínico em relação a esse sentimento. Claro que amava a mãe, os irmãos, Nana e os sobrinhos. Suas cunhadas também passaram a ocupar um lugar especial em seu coração, especialmente Serena.

Mas o que ele sentia por Valentina era diferente. Transcendia tudo o que ele pensava num relacionamento entre um homem e uma mulher. Via o amor devotado que seus irmãos tinham por suas respectivas esposas, achava até bonito, mas não queria aquilo pra ele. Lorenzo, Murilo, Alejandro e Pablo eram totalmente dependentes sentimentalmente das esposas e ele não queria se sentir tão preso a nenhuma mulher.

Mas, então, Valentina apareceu com seu jeito peculiar. Tão tempestuosa e ao mesmo tempo ela era a sua calmaria. Valentina surgiu como um furacão deixando tudo em sua vida do avesso. Mas o avesso parecia tão certo. Ele não se deu conta num primeiro momento, porém foi percebendo aos poucos que ela era tão necessária a ele quanto o próprio ar. Ela não era como as outras mulheres que tinha se relacionado. Sempre dizendo sim a ele ou concordando com tudo o que ele queria ou falava. Ela tinha personalidade. Ela tinha conquistado seu respeito, sua admiração e seu amor.

- Eu amo Valentina como nunca pensei que fosse amar mulher nenhuma. – disse ao irmão e à Serena.

- Então lute por ela. – disse Serena parecendo o óbvio a se fazer.

- Mas como? – ele indagou. – Eu não sei onde ela está. Eu nem sei o que houve pra ela ter se afastado de mim.

- Acho que quanto a isso eu posso te ajudar.

Pablo que encarava o irmão, automaticamente olhou para esposa depois da última frase. E os gêmeos ficaram presos ao que ela falaria em seguida.

- Valentina mudou com você na noite de autógrafos, não foi? – ele assentiu. – E quem estava lá que poderia tramar algo tão baixo para destruir a sua felicidade? – os irmãos gêmeos franziram o cenho e chegaram a mesma conclusão.

- Martina. – responderam juntos.

- Pois é.

- Eu vou matar aquela desgraçada. – disse Juan se levantando com os olhos raivosos.

- Acalme-se, Juan. – ela disse. – Você terá que ser cauteloso se quiser que Valentina volte pra você. – ele assentiu ainda irritado. – Você esteve com Matina recentemente? Quero dizer antes da noite de autógrafos.

- Sim. Ela foi um dia desses ao meu escritório, mas eu a rechacei de lá.

- E o que ela queria? – indagou Pablo.

- Dizer que me amava. Quando eu disse que a desprezava, saiu com fogo nos olhos dizendo que eu pagaria por humilhá-la.

Serena ficou pensativa e os irmãos gêmeos a observavam. Nesse momento o pequeno Miguel chorou.

- Espere que logo eu volto pra contar meu plano. - e foi dar de mamar.

Juan andava de um lado pro outro impaciente.

- Fique calmo, mano. Você terá sua mulher de volta.

- Assim espero, Pablo. – ele suspirou pesadamente e se sentou no sofá para esperar Serena.

- Martina é uma infeliz. É digna de pena.

- Pena? – indagou indignado. – Eu quero mais é que ela apodreça no inferno.

- Ela já vive no inferno, mano. A vida dela é infeliz e ela quer que sejamos também.

Eles ficaram conversando ao que pareceu uma eternidade até Serena retornar.

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