5.7 O furacão de Juan se foi

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Juan ficou estático ao ver a mulher amada indo embora nos braços de outro. Nos braços de Fernando Guerra. Ele buscava algo em sua mente para tentar entender aquela cena incompreensível. Como a única mulher que ele amou na vida pôde trata-lo daquela forma?

- O que aconteceu, mano? – chegou Pablo o tirando de seu torpor.

- Eu não faço ideia. – ele disse ainda perplexo olhando na direção em que Valentina se fora. – Mas eu vou descobrir. – falou determinado.

Juan dirigiu como um louco e inacreditavelmente chegou antes deles. Como já estava praticamente morando na fazenda, abriu a porta com suas chaves e esperou por Valentina. Antes tomou cuidado para não deixar seu carro visível para quando eles chegassem. Sentou-se no sofá da sala com as luzes apagadas.

Escutou um carro se aproximando e se levantou para ir até a janela observar. Ficou escondido e viu os dois conversando. Eles estavam distantes sendo impossível ouvi-los.

Valentina estava arrasada, mas não derramou mais nenhuma lágrima desde que saiu da noite de autógrafos de Serena. Queria chegar logo em casa, deitar em sua cama e chorar tudo o que tinha pra chorar. Agradeceu mentalmente o silêncio de Fernando durante o retorno. Ao chegarem, ela virou-se para ele e tentou sorrir, mas foi em vão.

- Obrigada, Fernando. – ela se virou para sair do carro, mas ele a segurou pelo braço.

- Não fique assim, Valentina. Ele nunca a mereceu. Desde que o vi naquela dia que descobrimos que tinha sido ele a comprar o prédio do seu café, eu vi que ele não era confiável.

- Eu não quero falar nele, Fernando. – sua voz era quase um sussurro.

- Eu sei. Me desculpa. Você é uma mulher maravilhosa, Valentina e eu quero que você saiba que eu sempre estarei aqui pra você.

Ela apenas assentiu. Sabia o que ele dizia nas entrelinhas, mas estava sem forças físicas e psicológicas para contestar nada. Ela se virou novamente para sair do carro e ele também saiu.

- Quer que eu entre com você? – disse quando já estava de frente para ela, Valentina negou. –Mas se ele...

- Não é necessário. – ela o interrompeu.- Não creio que ele virá hoje. Sabe que eu descobri tudo e ficará com a tal Martina. – ele assentiu.

- Se precisar de alguma, não exite em me ligar. – ela assentiu.

Inesperadamente ele a abraçou e Juan se sentiu tentado a ir lá fora, mas não queria brigar com o tal advogado. Então esperou se contraindo de ciúme e ira. Valentina se desvencilhou dos braços de Fernando.

- Mais uma vez obrigada, Fernando. Boa noite. – Então subiu as escadas que davam acesso a porta. Mas ela esperou que ele entrasse no carro e partisse.

Quando Fernando já estava a uma distância considerável, Valentina suspirou sofregamente e entrou em cassa, acendeu a luz e deu de cara com Juan a encarando. Ela deu um gritinho de susto.

- Você fez aquele showzinho porque queria ficar com esse idiota do seu advogado?

- Não se atreva a vir aqui reverter as coisas, Juan. Você continua o mesmo que eu conheci no México. – ele riu sem o mínimo humor. – Pra conseguir o que quer passa por cima de quem quer que seja, sem se importar com os sentimentos dos outros.

- Do que inferno você está falando? – ele pareceu não entender, mas Valentina já estava imune ao seu teatro.

- Eu não vou ser idiota pela terceira vez, Juan. Você pode ter brincado comigo no México pra ganhar uma maldita aposta. Pode ter brincado comigo esse tempo todo pra conseguir minha fazenda. Mas não vou cair de novo. – ela pareceu convicta e confiante, mas estremeceu com o olhar dele de dúvida sobre ela. -  Vá embora, por favor. – suplicou.

Contos Modernos (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora