4.4 Pablo nunca viu mulher mais bela

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Pablo ficou olhando Serena entrar no prédio. Ele estava verdadeiramente encantado com a doçura dela. Em seu pensamento estava convicto de que fizera a escolha certa para ajudá-lo nesse plano maluco. Suspirou ao pensar em Martina. Estava certo de que ela cairia em si e chegaria a conclusão de que ele era o homem certo pra ela, não Juan. Ela só precisava lhe dar uma chance.

Serena não gostava de enganar as pessoas, isso não fazia parte de seu caráter. E as coisas dificultaram ainda mais quando conheceu a família de Pablo. Gostara de todos, inclusive de Juan. Mesmo com seu humor ácido, simpatizou com ele. Tentou dissipar esses pensamentos ao lembrar das necessidades da mãe. O outro dia seria sábado e ela iria à clínica visitá-la.

Acordou cedo e preparou um lanche gostoso para passar um tempo agradável com dona Carlota. Colocou tudo numa cesta de piquenique e foi. A cesta estava pesada, mas Serena a conduzia feliz. Desceu animada do ônibus, queria logo ver sua mãe. Passava a semana inteira longe dela e os sábados eram delas.

Ao chegar foi diretamente para o amplo jardim e viu sua mãe sentada num banco branquinho embaixo de uma árvore frondosa. Era ali que as duas sempre se encontravam.

- Olá! – disse Serena sorrindo.

- Filha!. – exclamou feliz e se levantou. – Você veio! – abraçou –a.

Serena sentiu-se tão feliz envolta naqueles braços maternais.

- Senti sua falta, mamãe.

- Eu também, meu amor. Sente-se. – as duas sentaram no banco. – Sinto um brilhinho diferente nesses olhos tão lindos. – Serena sorriu. Sua mãe a conhecia tão bem.

- Conheci um rapaz.

- Humm. – riram juntas.

- Gosto de estar perto dele. De conversar com ele. Ontem ele me chamou de meu doce e eu fiquei nas nuvens.

- Você o ama, filha?

- Não, mãe. – disse com certeza.- Nos conhecemos a pouco tempo. Mas sua presença me faz bem, sabe?

- Se sei. – disse sorrindo. – Você merece ser feliz, meu amor. – tocou o rosto da filha com delicadeza. – Você é mesmo um doce. Só me prometa que não sofrerá por amor, filha. Se esse homem não lhe der o valor que você merece, esqueça-o. – Serena assentiu sorrindo. - E o seu emprego.

- Dona Redonda enfim conseguiu me demitir, mamãe.

- Aquela senhora deve ser muito infeliz, filha. Uma pessoa amarga como ela só é digna de compaixão. – Serena assentiu. – Mas você ainda está no Café?

- Saí de lá também. – a mãe franziu o cenho preocupada. – Mas não se preocupe. Consegui um emprego muito melhor

- Mesmo, filha? – Serena assentiu sorrindo.

De repente o olhar de dona Carlota voltou a ficar distante, mas Serena não percebeu e continuou a contar as novidades. A mãe voltou-se para ela com um olhar perdido.

- Quem é você? – Serena calou-se instantaneamente e seus olhos encheram de lágrimas. – Você viu a minha filhinha? – dona Carlota se levantou. – Ela estava aqui agorinha mesmo.

Serena não conseguia dizer nada, mas suas lágrimas falavam por si só.

- Ela é tão pequenininha. Tenho medo que se perca.

As lágrimas de Serena eram torrenciais.

- Serena! Serena! – dona Carlota gritava. – Pra onde foi essa menina?  - se perguntava.

Contos Modernos (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora