4.12 Pablo entre a tempestade e a calmaria

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Pablo estava com seus irmãos na sala de reuniões discutindo sobre a ampliação dos negócios no México. Juan seria o González que articularia as negociações.

- Obrigado por ter transferido sua obrigação para mim. – Juan disse sarcástico fazendo Pablo sorrir.

- Aproveite a oportunidade, mano. – disse Lorenzo. – É uma grande chance pra você mostrar sua competência.

- Só espero que você não esqueça que está indo ao México para abrir as portas para a empresa na América. – ponderou Murilo. – Não vá se meter em suas confusões, afinal, não estaremos lá para livrar sua cara. – Juan riu.

- Tenha um pouco mais de fé no nosso menino, Murilo. – disse Alejandro. – Ele cresceu. – piscou para Juan.

- Concordo com você, mano. – disse Pablo sorrindo. – Acho até que agora Juan se aproxima mais da minha idade.

- Rá rá rá. – disse Juan com ironia fazendo todos os outros rirem.

- Entenda isso como um elogio, mano. Somos gêmeos, mas sempre agiu como fosse bem mais jovem que eu.

- Não sou eu o problema, e sim você. É um velho por natureza. Só estou fazendo o favor de ir no seu lugar por causa de Serena e não de você.

- Oh, que bonitinho. – disse Alejandro. – Nosso Juan é um romântico velado.

A reunião acabou e cada um foi pra sua sala. Ao chegar, a secretária de Pablo disse que Martina estava à sua espera.

- Quem autorizou Martina esperar em minha sala? – perguntou irritado.

- Desculpe, senhor González, mas é lá que ela sempre o espera. – a secretária explicou constrangida.

- Isso era antes. Nunca mais permita que ela me espere lá dentro. Martina tem que esperar aqui com você como qualquer outra pessoa.

- Sim, senhor. Desculpe-me. - ele assentiu impaciente e entrou em seu escritório.

Martina estava sentada em sua cadeira como sempre fazia. Ele olhou aquela cena que outrora era tão familiar e não gostou nada.

- A que devo a honra, Martina? – ele falou sério. – Pensei que já havia ido morar com seus pais em Nova York.

- Eu fui, querido.

Ele achou a voz dela tão irritante que se perguntou se sempre fora e ele nunca havia notado. Pablo se sentou no sofá e ela foi sentar no mesmo.

- Esse tempo todo lá, pude pensar. Pensei muito e vi o quanto fui cega e tola esses anos todos.

- Não estou entendendo, Martina.

- Fui burra por não ter enxergado que a minha felicidade estava ao seu lado, Pablo. – ele arqueou uma das sobrancelhas. – Voltei por você. Para nos darmos uma chance. Para sermos felizes juntos. Você sempre me amou, sempre esteve ao meu lado quando eu precisei, sempre foi meu apoio.

O celular dele tocou e ele fez um gesto com o dedo para ela esperar.

- Oi, mano. – era Juan.

- Lembra daquela peça A última conquista de um sedutor que Serena estava comentando? Que é baseada no livro daquele escritor preferido dela.

- Claro. A que ela disse que era a sua cara.

- Ela exagerou. – riu. – Então, a peça vai estar no teatro de Barcelona por um mês a partir desse fim de semana e vai demorar a chegar em Madri.. Quer que eu compre entradas pra vocês dois.

Contos Modernos (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora