Chapter Four

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ㅤEu não tinha absolutamente nada pra fazer aquele dia. Meus tios estavam ocupados com seus afazeres e Celeste saiu com as amigas pra uma espécie de clube do livro ou sei lá o que era aquilo que elas faziam juntas e me abandonaram aqui.

Na verdade, eu que não quis ir. Eu não era fã de leitura, não lia nem revistas em quadrinhos. ㅤㅤㅤㅤDepois de ficar um bom tempo mofando no meu quarto eu decidi sair pra dar uma volta, pegar um ar. Estava um dia quente lá fora então pus um short jeans, uma blusa de alça vermelha, calcei uma sapatilha e peguei meu Ipod.

Passei pela estrada de terra que dava acesso a casa, contendo a estranha vontade que me abateu de adentrar aquela pequena trilha e ir até o lago e segui meu caminho. A cidade estava calma como sempre, poucas pessoas passando, algumas sentadas na porta de suas casas. Depois de andar um pouco resolvi me sentar. Caminhei até a lanchonete, e me sentei em um dos bancos que tinham do lado de fora, escorei minha cabeça no banco e fechei os olhos, deixando que a música tomasse conta dos meus sentidos e que o sol aquecesse meu rosto. A sensação era extremamente agradável, eu me sentia leve. Tranqüila. ㅤㅤㅤ

- For the way you're something that I never choose. - Eu comecei a cantarolar baixinho, acompanhando a music. - But at the same time something I don't wanna lose. - Eu adorava aquela música, era um pouco melosa, pros apaixonados, mas alguma coisa na letra dela me encantava. - And never wanna be without ever again. ㅤㅤㅤㅤ

Minha mãe sempre me ouvia cantarolando essa música pela casa, ela dizia que eu precisava arrumar um namorado. Quem precisa de namorado? Eu com certeza não. Estava muito bem sozinha. Continuei concentrada na minha música, até que notei algo diferente. Tinha alguma coisa tapando meu sol.

ㅤㅤㅤㅤEu abri os olhos lentamente, fazendo certa força pra enxergar. Sem querer acabei soltando um grito com o susto que tomei quando vi que não estava sozinha. Tinha alguém parado na minha frente me observando. Foi só depois de um minuto, quando eu respirei fundo algumas vezes que reparei quem era... Dominic.

Tarde demais pra me arrepender por ter gritado feito uma louca. ㅤㅤㅤㅤEu puxei os fones do ouvido e me ajeitei na cadeira, tentando parecer normal. Dificilmente surtiria algum efeito. ㅤㅤㅤㅤ

- Desculpa, eu não queria te assustar. - Ele comentou sorrindo. - Mas fiz de novo. Eu te chamei algumas vezes, mas você não respondeu. ㅤㅤㅤ

- Oh tudo bem, é que eu estava com os fones de ouvido. Não te escutei. - Sorri sem jeito. - Desculpa o meu chilique. Eu juro que não estou bêbada nem nada.

ㅤㅤEle sorriu. Um sorriso lindo e de tirar o fôlego, eu acho que não conseguia olhar pra ele sem parecer uma perfeita idiota. Ele se sentou ao meu lado no banco, e eu pude sentir o seu perfume. Eu não sabia dizer o que era, só sabia que era delicioso. ㅤㅤㅤㅤ

- É Dalila, não é? - Ele perguntou me olhando. - A prima da Celeste. Você é o assunto dessa cidade.

ㅤㅤㅤ- Como é? - Eu o olhei espantada sem entender. ㅤㅤ

- Sabe como é. Cidade pequena, ninguém aqui tem muito que fazer, então o novo passatempo agora é falar sobre a nova moradora de Sacrifice, no caso você. - Ele explicou parecendo divertido. ㅤㅤㅤ

- Oh, é ótimo saber disso. - Revirei os olhos, justo eu que odeio atenção tinha que vir pra uma cidade onde todo mundo conhece todo mundo, é o pior jeito de tentar ser invisível.

ㅤㅤㅤ- Não se preocupe, logo passa. - Ele garantiu. - Não vai demorar e eles acharão outro assunto pra falar.

ㅤㅤㅤㅤEu esperava sinceramente que sim, não queria ninguém bisbilhotando minha vida, falando de mim pelas costas.

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