conversa franca com o pai

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Fiquei parado no meio daquela sala olhando para o nada e tendo o silencio minha companheira, Antony estava de férias e na Philadelphia, corri para o quarto e peguei o celular na mão e disquei para ele.

_ Antony, é Nigel!

_ Boa noite Senhor, em que posso ajudar?

_ Preciso... _ Parei de falar, mamãe o conhecia, e ela saberia que eu o mandei. _ Preciso daquele seu amigo, ele precisa ir a casa de Victória, se apresentar como amigo e tentar vê-la, _ Respirei fundo. _ Antony, ela está muito doente e quero saber o que está acontecendo realmente com ela.

Eu faria o que tinha prometido a Clemence, não a procuraria, mas se Clemence resolver terminar o noivado, eu estaria livre e seria ela quem terminou e não eu, isso me daria margem para estar bem longe de ser acusado de qualquer coisa e poder correr a traz de Victória, mas agora eu iria ficar em casa e aguardar.

_ O marido morreu no dia 11 de setembro, e ela ficou doente depois disso.

_ Pode deixar, eu tenho a pessoa certa para conseguir a informação e ainda vê-la.

_ Vou aguardar com ansiedade Antony.

_ Ligo para o senhor ainda amanhã sem falta.

Desligamos e eu me sentei na cama e fiquei olhando para o prédio de frente para meu, estava triste, magoado com todos, mamãe foi capaz de contar a Clemence, mas não a mim, e papai também seguiu a mesma linha, isso era injusto demais, talvez agora não estivesse me sentindo tão agoniado, olhei para o celular e disquei para meu pai.

_ Oi pai. _ Disse assim que ele atendeu.

_ Oi Nigel, como você está? _ Perguntou ele respirando fundo.

_ Quero falar com a mamãe. _ Pedi seco.

_ Ela já está dormindo...

_ Mentira. _ Disse cortando-o, sei que não tinha o direito de fazer isso com ele por ser meu pai, mas eu não suporto mentiras.

_ Nigel? Está me questionando? _ Disse ele ríspido.

_ Deixa te contar algumas coisas pai. _ Respirei fundo. _ Primeiro: Odeio que mintam para mim e me escondam as coisas, principalmente quando se trava de Victória, Segundo, eu não sou mais criança para ser enganado, terceiro, odeio que usem pessoas ao meu lado para tentarem me manipular e me forçar a fazer algo que eu não quero, eu já faço isso por minha conta e não preciso de ajuda para isso.

_ Como soube de Victória?

_ Eu tenho meus meios para saber de muita coisa. _ Disse me levantando. _ De quanto tempo Victória estava grávida?

_ Ah! _ Meu pai estranhou aquela pergunta. _ Eu não sei, mas era de poucas semanas.

_ E se eu te falar que essa criança podia ser meu filho? Ainda me negaria informações sobre ela?

O silencio foi enorme do outro lado do telefone.

_ Era o que eu imaginava. _ Fiz um bico. _ Ainda quer que eu confie em você?

_ Nigel, Pelo amor de Deus! _ Disse meu pai em um sussurro. _ Esse filho não era seu.

_ Pode ser que sim, por que eu e Victória transamos quando ela esteve aqui em Nova York, e foi muito bom e intenso, e eu desejei que ela engravidasse e algo me diz que esse bebê era meu _ Passei a mão no rosto. _ E você e a mamãe me impediram de ir vê-la, consolar, ajudar de alguma forma...

_ Victória não iria nem te reconhecer Nigel. _ Disse meu pai soltando a respiração assim que se sentou. _ Ela não fala com ninguém, dorme de olhos abertos, sua mãe disse que nem para ela olha, é como uma pessoa que só existisse o corpo e nada mais, não sobrou nada dela... E se eu fosse você, pouparia ela de mais sofrimento, tentando obter dela a resposta que quer. _ Papai grunhiu chateado. _ não existe mais bebê, então não existe mais quem é realmente o pai e fiquei profundamente magoado com vocês dois por terem traído um homem bom como Ash, que Deus o tenha, e agora suma da vida dela e a deixe viver, você pediu aquela moça em noivado, prometeu lhe dar uma vida e uma família, agora cumpra com sua palavra.

_ Não me caso com quem não é honesta comigo, e não iria correr a traz de Victória, mesmo me contando o que aconteceu e o que está acontecendo, então da próxima vez que mamãe achar que eu devo ficar de fora dos acontecimentos da família, que procure outra pessoa para fazer isso.

_ Você está sendo duro comigo e com a sua mãe.

_ Estou, por que sempre foram duros comigo e foi assim que eu aprendi a ser.

_ O que vai fazer Nigel? _ Papai foi ríspido. _ Vai acabar com seu futuro casamento para correr a traz de Victória e perder Clemence?

_ Eu só quero que todos sejam honestos comigo, nada mais que isso. _ Puxei o ar com força. _ Boa noite.

_ Boa noite Nigel. _Disse meu pai e desliguei.

Não consegui dormir, passei a noite do quarto para a sala, tentei dormir, mas nada, o meu desejo era sair correndo, ir para a Philadelphia e invadir a casa de Victória e a tirar de lá e lhe dar amor, carinho e a consolar, mas eu precisava ter amor próprio e aprender a viver sem ela e largar essa dependência, eu prometi isso a mim mesmo e a Clemence, eu só iria a traz de Victória se Clemence desistisse de mim.


Por Você Part 2 (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora