Rafael

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Há Quinze Anos

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Há Quinze Anos

Os sons dos seus passos ecoavam pelo beco deserto, altos e agitados, demonstrando sem que quisesse o caminho no qual percorria, entretanto, não poderia parar. Mesmo que seus pulmões imploravam por ar, para descansar, mesmo que suas pernas doerem por tanto esforço, mesmo que o peso que carregava em sua mochila dificultava o ato. Nada. Nada o pararia. Observou a curva que fez, parando em um beco sem saída, totalmente encurralado.

— Merda. — exclamou baixinho, olhando para o enorme muro que bloqueva aquele circuito, soltou sua mochila ao chão sujo, pegando um pedaço de madeira que estava em um entulho de móveis quebrados.

Se virou para a entrada do beco, ouvindo os passos dos seus perseguidores, altos, rápidos, fortes. Os três miseráveis, aqueles garotos que o perturbava no colégio, aqueles que não paravam de lhe chantagear. Eram eles, estava cansado deles.

— Sério? Você não tem para onde correr Stilinski.— exclamou o mais alto de todos, o moreno alto, alto demais para sua idade, com os cabelos ralos e os olhos fundos.

— Me deixem em paz ou eu vou lutar.

— Olha, o pivete quer dar um de guerreiro — disse rindo. Esse era ruivo, acima do peso, tentava sempre acompanhar os outros amiguinhos naquelas palhaçadas, porém, acabava ficando para trás. Parecia que daquela vez conseguiu acompanhá-los.

— Calma, só vamos quebrar alguns ossos. — disse o loiro que estava ao meio dentre eles. Esse estalou os dedos como se quisesse provar o quanto era forte, deu-se para ouvir  o som de seus ossos estalando, mesmo assim, era o mais baixo do trio, entretanto, era o mais maldoso. Os olhos escuros e sem vida, a postura de alguém que parecia imbatível.

Olhando-os, notava-se que eram bem mais altos, fortes, espertos. Além, de estarem em vantagem contra aquele corpo magro, sem força, um saco de porrada para eles que viveram lhe espancando. Contudo, a raiva que sentia transbordava, ultrapassando qualquer medo que poderia sentir.

Apertou seus dedos em volta algo duro, parecido com um pé de mesa, grosso, quadrado e poderia ser bem fatal se quisesse. As forças estava sendo aplicadas em cada terminação nervosa de seu corpo, ele não pararia. Não mesmo.

— Vou socar você até a morte Stiles. — disse o loiro claramente irritado.

Avançou contra Stiles que deu alguns passos para trás caindo sobre um monte de sacos pretos de lixo, ouviu a risada dele, debochada. Quando menos esperou sentiu o punho contra o seu rosto, a carne doeu pela força aplicada, sentindo a queimação em sua mandíbula, seguindo pelos dentes que chocaram-se uns contra os outros. Sentiu o gosto de sangue, mas, sabia que naquele momento seria apenas alvo de um deles, os outros esperariam até o líder se satisfazer com a caçar.

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