Há alguns anos
Se revirou na cama, pois, não conseguia dormir. Tentava. Tentava. Porém, aquele lugar estava lhe deixando sufocada, não gostava daquelas mulheres, apenas as crianças poderiam ser legais, algumas é claro. Ela queria tanto sair dali, porém, ninguém lhe adotava.
Então, permanecia ali, sonhando com uma vida melhor, onde, pudesse ter tudo o que sempre desejou, até seus sonhos românticos surgiam em sua mente, aquele em que teria um homem lindo e poderoso ao seu lado, que lhe amava. Seria muito bom ter alguém que lhe protegesse, não era nada estranho que sua mente de quatorze anos imaginasse algo do tipo.
Se remexeu na cama novamente, ficou em uma posição confortável, até que foi despertada. Percebeu que o dia havia amanhecido, bufou, o seu único momento de paz era quando dormia. Se levantou, querendo ser a primeira a se arrumar, logo uma das freiras iria fazer questão de verificar se todas estavam em pé.
Dividia o quarto com mais três garotas, elas pareciam ser legais, não era de seu costume fazer amizades, mesmo sendo uma das pessoas mais antigas que morava naquele lugar, sim, antiga desde que sua mente se lembrava, é claro. Por isso, não enrolou em se arrumar, usando um uniforme do orfanato. Conhecia as regras e por isso os cabelos ruivos curtos atingindo seus ombros foi presos em um coque, ou tentou, já que tinha pouco cabelo.
Então, saiu do quarto, vendo a próxima adentrar no banheiro. Agradecia que havia um em cada quarto, imaginar que poderia dividir um com outras crianças lhe deixava agoniada, ali pelo menos eram quatro. Não era assim, por isso, aproveitava cada momento antes que suspendesse aquela vitória sobre os órfãos.
Então, saiu do quarto, seu estômago roncava pela falta de alimento, já se via, crianças de todas as idades andando, assim, como via uma freira indo de quarto e quarto, vendo se todos estavam prontos para o café da manhã. Nem se importava com a mesma rotina, seguiu silenciosamente até o enorme espaço recheado de mesas.
Pegou o seu pão e o leite, sentando-se na última mesa, escondida de todas, tentando ao máximo não ser percebida. Comia tranquilamente, vendo o lugar ser preenchido, vozes infantis tendo destaque.
Não se importou quando o café acabou, ficou ali, sozinha, distante, apenas pensando em como poderia construir uma vida melhor para si. Estava cansada, cansada demais para esperar, pensava no que poderia fazer, o que mudar, quando algo chamou sua atenção.
Seus olhos foram até a diretora daquele lugar, e a dois adultos atrás de si, sabiam que eram pais dispostos a adotar alguma alma ali presente, respirou fundo, tendo a esperança que ela viesse em sua direção. Tinha que ser ela! Tinha que ser, porém, notou quando a diretora parou atrás de um rapaz, chamou por ele.
Lydia não poderia acreditar no que estava vendo, era um dos rapazes que mais causava confusão, não sabia quem era, nem o seu nome, mal lhe olhava e não tinha vontade de se aproximar. Entretanto, ficou raivosa quando notou que ele, sendo um completo delinqüente havia conseguido uma família que o quisesse.
Então, percebeu a surpresa no rosto dele, os olhos brilharem enquanto encarava aquele casal e o pequeno sorriso surgir nos lábios finos. Pela primeira vez encarou o rosto daquele rapaz, notou que era bonito e que ele era como si, por mais bagunceiro que fosse, ele queria uma família.
Suspirou, a raiva sendo aliviada. Sabendo, que ele teve sorte. Ao silêncio que havia instalado no recinto pela primeira vez soube o nome do garoto, porém, não era algo que iria se importar algum dia, por isso, apenas naquele momento deixou-se analisar aquela cena.
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Paraíso Negro
FanfictionEle matava por dinheiro. Ela vendia seu corpo por dinheiro. Ambos não tinham ninguém, apenas amigos. Ele foi ser divertir. Ela estava trabalhando. Então, uma vida é gerada. Stiles Stilinski era um assassino de aluguel, matava apenas para supri...