Capítulo quatro

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A cena que vemos ao chegar ao quarto de Beatriz me para na porta. Na parede direita, tem a seguinte frase escrita com tinta vermelha ou talvez sangue, não posso afirmar:

               Vão embora

- Que brincadeira é essa? - Pergunta Shopia.
- Não sei, eu cheguei aqui e a frase já estava escrita.
- Gente, parou com a brincadeira, quem escreveu isso? - diz Ana.
O silêncio invadi o quarto. Até que Emma chega correndo.
- Ouvi um grito vindo daqui, aconteceu algo?
- Veja você mesma! - murmura Sarah.
- Tom, Tom! - Grita Emma.
O menino de hoje cedo chega correndo.
- Me chamou irmãnzinha? Diz o garoto quase tão docemente quanto a irmã.
- Você que escreveu isso Tom?
- Não eu juro. Foi a mulher que eu te falei Emma.
- Conversamos sobre isso amanhã entendeu. Agora vai pro seu quarto - murmura ela.
O menino me fita por cinco segundos, depois vira as costas e vai embora.
- De que mulher ele estava falando? - pergunta Sarah.
- Não liga não, meu irmão estava dizendo que uma mulher conversava com ele ontem a noite. Como eu disse, ele é muito engraçadinho.
- Ata, então quem fez isso? - Pergunta Beatriz com a voz trêmula.
- Não sei, mas não foi meu irmão, eu sei quando ele está mentindo. Com licença.
- Eu não durmo nem mais uma noite nessa casa - fala Max com os olhos arregalados.
- Se quiser dormir lá fora, fica a vontade! - Responde Ana.
Nicollas toma a frente da conversa entusiasmado.
- Diante de toda essa situação, tem uma coisa boa.
- O que?
- Hoje a noite vamos todos acampar na floresta, lembram?
- Eu concordo plenamente - Exclama Max.
- Então vamos esquecer esse episódio que provavelmente foi aquele garoto que causou, e vamos arrumar nossas coisas - Digo.

Saio do banheiro e vou direto ao quarto pegar uma toalha, uma muda de roupa e cobertores. Nicollas está pronto.
- Já vamos?
- Já, só estavamos te esperando.
- Ai meu Deus, nem peguei minha roupa.
- Não se preocupe guardei tudo que vai precisar nessa mochila.
- Obrigada cara, obrigada mesmo. Mas faz um favor pra mim?
- Manda!
- Segura a galera lá embaixo, tenho que fazer uma coisa.
- Claro Emma! Quer dizer: Claro Charles - Brinca enquanto saio.
- Cala boca - Digo por cima dos ombros.
Escuto uma risada.

Atravesso o corredor a procura do quarto de Emma. Abro a última porta a direita. Vejo um quarto modesdo; com um computador sobre uma escrivaninha num canto, uma cama de solteiro ao centro e um pôster do Shaw Mendes na parede do fundo. Emma sai do banheiro do quarto, e ao me ver sua tolha cai, apenas coberta por um sutiã vermelho, ela grita tentando se cobrir.
- No seu país vocês costumam vigiar mulheres semi-nuas? Atira ela.
- No meu país, vemos mulheres assim todos os anos no carnaval - Brinco.
- O quê?
- Nada, nada. Vim te chamar pra ir na floresta com a gente. Ta afim?
- A-afim?
- Quer dizer... quer vir com a gente?
- Eu vou sim! - aceita ela imediatamente.
- Hum...
- Poderia me dar licença pra eu trocar de roupa?
- Não, eu tô legal.
- An?
- Ah. C-claro, eu saio sim. Adorei o quarto. E também gosto de Shaw Mendes - Digo meio sem jeito enquanto ela sorri.

Nunca me senti assim perto de uma garota que acabei de conhecer.

- Adorei o seu quarto ? - Fala Nicollas lá fora.
- Tava ouvindo atrás da porta? Susurro.
- Vim te procurar até que te ouvi dizer: Também gosto de Shaw Mende! - diz ele imitando minha voz - tinha outra frase pra dizer não? Ficou muito gay isso, assim ela só vai querer ser sua amiga. E você não quer isso, né?
- Cala a boca Nicollas!
- Ai, ai, você adora falar essa frase. Mas será que adora tanto quanto Shaw Mendes?
- Cala a..... Quer saber, fica quieto.
Tento mas não consigo segurar o riso nessa situação.
- Vem, tá todo mundo te esperando lá embaixo.

Sento num sofá pra esperar Emma junto com os outros. Até que ela chega usando um jeans claro e blusa verde. Ela desse a escada me dando um sorriso.
Eu coro, mas retribuo, e tenho a impressão que todos perceberam a causa da minha timidez repentina.

- Tudo bem galera, agora que estão todos aqui prontos, hora de ir - lidera Sarah.

Saimos em direção a floresta quase organizados em fila indiana.

- Só espero que não chova, tenho pavor de chuva forte, ainda mais no meio do mato - diz Beatriz.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora