Capítulo vinte

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A ficha caiu; estou sozinho no corredor de uma casa com uma besta assassina e com dezenas de mortos-vivos querendo entrar, tirando o fato que estou prestes a entrar num corredor que provavelmente foi trancado por um problema considerável.

A grade é forte, e o cadeado mais ainda, O único jeito é me pendurar pelo parapeito e entrar pela grade que é mais larga, assim eu posso passar.

Faço o que eu tenho que fazer. Deu certo. Pego o celular que Emma me emprestou, e entro na primeira porta das dez que à aqui.

Nesse primeiro quarto tem uma cama de casal e um criado-mudo, ambos velhos e de madeira. Não há muito lugar pra procurar, mas tento. Não encontro nada, assim como nos outros oito quartos. Só pode estar no último. Entro nele e lá se encontra uma cama, um criado-mudo e um enorme armário de roupas. Abro o armário e vejo centenas de jornais com a data de 1999. Será difícil achar algo que me revele o que eu quero.

O urro da besta pode ser ouvido vindo do andar de baixo. Não tenho muito tempo, estou tremendo e mal consigo concentrar na leitura. Paro e inspiro profundamente, mas as unicas coisas que não saem da minha mente são as mortes! De Koll, do casal desconhecido e de Nara. Se eu não me apressar, mais mortes viram, pois sei que meus amigos são leais de mais para me deixarem pra traz.

Vamos Charles!

Me concentro na leitura, vejo receitas, notícias de crimes simples na cidade, agências de viagens, listas telefônicas, estupros, exorcismos, orações, piadas... tudo! Tem de tudo nesses jornais, menos o que eu quero. Olho em baixo do armário e tem alguns papéis soltos pelo chão. Junto as folhas em ordem enumerada, o título do noticiário desse jornal de trinta folhas é:
    O MASSACRE DA CASA NO CAMPO

Procuro pela notícia completa da matéria de capa. Achei. A foto de uma mulher morta com uma corda no pescoço me chama a atenção. É ela. O local do suicídio não me é familiar; o telhado tem uma caida vertical que me dá a idéia de que pode ter sido no sótão.

A besta invade o quarto quebrando pedaços da porta. Pego as folhas do jornal, as enrolo e coloco-as por dentro da calça. Não tenho pra onde correr, a criatura para e não me ataca, parece que está paralisada. Não perco tempo e corro de volta para o corredor.

Ele poderia ter me matado, mas não o fez. Por quê?

Quando estou quase perto da grade sinto um tapa muito forte do antigo gatinho em minhas pernas. Eu caio. Ele acerta as garras entre a minha virilha. Passou perto de eu ser aleijado. Ele levanta as garras se preparando pra crava-las em minha carne, mas um tiro acerta seu abdômen. Tom. Ele caiu no chão com o coice da espingarda, mas foi o suficiente para atrasar a besta e nos dar tempo pra corrermos novamente.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora