Capítulo quinze

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A corda no pescoço de Koll foi muito cruel, isso mostra que ela  não tem o mínimo de receio em matar e tratar o corpo como um lixo.

Paul bate na janela em busca de uma resposta do amigo, mas todos sabem que koll está morto, todos sabem, mas deixamos ele aceitar isso por si mesmo. Paul chora e se agacha perto da janela. Desse jeito, chorando e soluçando, Paul parece uma criança. Sinto pena, sinto medo.

Ana se levanta e já começa a chorar junto com Sarah e Paul. Nicollas se senta e esfrega a cabeça, Shopia treme, Beatriz se recusa a acreditar, Max fecha os olhos, Emma me abraça, e Nara continua a tampar os olhos de Tom e a tentar convence-lo de que nada de ruim vai acontecer.

- Vamos sair daqui, já que não podemos retirar o corpo, ficar aqui é muito perturbador - diz Nara com a voz vacilante.
Todos concordam ainda em choque.

Vou até Paul e lhe estendo a mão para levanta-lo. No começo ele era um inimigo, veio aqui, me bateu, mas agora todos estamos juntos em busca da sobrevivência.

Ele se levanta. Em pé ele mede uns vinte centímetros a mais que eu. Paul enxuga as lágrimas e dá uma última olhada de despedida para o corpo. Vamos todos em direção a porta, mas somos parados por uma risada fria e irritante que ecoa por toda casa.

- Ela de novo! - diz Max.

- A morte desse lindo garoto foi um desperdício, mas foi necessário para uma pequena amostra do que acontecerá com vocês nas próximas horas.

Nós já não estamos surpresos com que ela diz, as palavras dela simplesmente nos faz cair na realidade inevitável.
- Porquê não nos mata de uma vez! - Grita Emma bem auto.

Nem uma resposta é ouvida. Pelo silêncio, fica óbvio que ela quer nos matar aos poucos, um por um, sendo assim um meio de fazer todos sofrerem.

Nara não demonstra nenhuma reação. Ela sai pela porta nos mandando ir paro o meu quarto. Todos a seguem. Antes de entrar eu paro Nara na porta e pergunto:

- Essa mulher quer algo de mim?
- Porquê acha isso?
- Tom me disse.
- Não, ela não quer algo de você!
- E então?
- Ela quer você!
- O quê? Mas porquê, o que é que eu fiz?
- Terminamos essa conversa aqui, pelo menos por enquanto.

Ela entra.

Penso em para-la e perguntar novamente, mas sei que ela não vai dizer... e estou em dúvida se eu quero saber.

Olho o celular, ele não tem rede e o relógio diz que é quase uma hora da tarde no horário do país. A bateria já está em vinte e cinco por cento. O céu está escuro, a chuva permanece e os raios se intensificam.

Decidimos revezar a guarda, nove dormem e dois vigiam o quarto. Emma e eu somos os primeiros a vigiar.

Todos dormem. Alguns dividem as duas camas do meu quarto, e o resto dormem no chão. Emma e Eu estamos no meio das duas camas, eu olhando pra janela e Emma pra porta, que está fechada.

- Está com medo? - pergunto.
- Muito! E você?
- Apavorado!

Eu esbarro a cabeça nos pés de Nicollas, espero ele acordar mas nada acontece, ele está exausto de mais... todos estão na verdade.
- Durante essa maratona de problemas nem tivemos tempo de conversar sobre nosso beijo - volto a dizer.
- É.
- Gosto muito de você Emma, você tem atitude, é corajosa, não é tão frágil, mas ao mesmo tempo é doce e gentil.
- Você também não é tão ruim!
- Nossa, falei tão bem de você e aí me diz só isso?
- Tô brincando! Pelo que eu vi, você é educado, gentil, corajoso também, e seus amigos te amam, te amam mesmo! E você também ama todos eles, e assim percebo que você sabe cultivar amor por muito tempo, isso que me atrai em você.

Ela me beija.

- Não podemos baixar a guarda - lembro.
- Tem razão.
- Emma! Se algo acontecer quero que saiba...
- Não diz nada, se algo acontecer, eu vou estar com você, ai vai poder me dizer com certeza que me ama.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora