A unica entrada do sótão é pelo teto. Um pequena porta que está fechada.
Os passos podem ser ouvidos, e os zumbis aparecem no começo do corredor.
Paul pega um porrete e bate contra a pequena porta; que se abre. Todos dão apoio para o outro conseguir subir. Primeiro Tom, Shopia, Emma, depois Sarah com dificuldade, Beatriz, Em seguida o Max e depois eu. Paul fica por último e tenta subir sozinho. Quando consegue se pendurar eu vejo sangue sair pela sua boca. Ele cai. Um enorme facão e um pedaço de madeira estão atravessados em seu abdômen.
Sarah grita.
Ele sinaliza com os olhos para que eu feche a porta. Olho pra ele pela última vez e fecho a pequena porta. Escuto os passos abaixo de nós, e gemidos.
Paul, apesar do péssimo modo que nos conhecemos, foi uma ótima pessoa; foi leal ao seu amigo e nos ajudou ao máximo, depois morreu sem ao menos ver a luz do dia.
O sótão está completamente vazio, não à absolutamente nada aqui. Apesar da ação rápida, nenhum de nós superou a morte de nossos amigos.
- Tentem abrir a janela! - digo.
- Não dá! Está trancada! - diz Beatriz.Max chora feito uma criança ao lembrar que assasinou seu amigo, e Sarah também. Quero matar ele por isso, mas não foi culpa dele... foi culpa dela! A minha mãe.
- Merda! - grito - pensei que aqui estaria aberto!
- Calma Charles! - diz Shopia.
- Calma? Como posso ter calma?! Ana morreu! Nicollas morreu! Nos meus braços aliás, qualquer um pode morrer agora, e nada impede que Tom seja o próximo.Todos ficam em silêncio.
Chego perto da pequena janela e a chuto; chuto com toda a força, com todo ódio ao lembrar de todo arranhão que tivemos e por toda morte que presenciamos. Choro novamente. Chuto e soco até não ter mais forças. Caio.
- Charles! - exclama Emma - A janela! A janela abriu!
Todos exclamam alegria.
Passamos um por um até que todos estão no telhado. Descemos com dificuldade até encontrarmos os galhos de uma enorme árvore na escuridão e chegarmos ao solo.
Deitamos.
A escuridão permanece, o corpo de Koll não está mais na janela; sumiu como todos os outros. Silêncio predomina ao redor, até que o céu se fecha com nuvens escuras e a típica tempestade demasiada intensa cai seguida de trovões e raios.
Não acabou.
- Preciso encontra-la! Preciso encontrar minha mãe! E eu sei aonde, mas não exatamente! - grito alto o suficiente para ser ouvido.
- Tá doido Charles! - diz Sarah.
- Não! É o unico jeito! Caso contrário isso não vai acabar.
- Então vamos com você! - diz Max.
- Não vão não, isso é um pequeno problema de família.
- Pequeno? - Diz Beatriz.
- Preciso saber onde exatamente eu nasci!
- Eu sei! Ela me disse! - Diz Tom.
- Onde?
- Foi na beira do mar, no penhasco!
- Mas como eu chego lá!?
- É só seguir a margem do rio Boyne até encontrar o ponto mais alto perto do mar.
- Obrigado meu pequeno herói! Agora é minha vez de salva-lo.Corro o mais rápido em direção a estrada para ganhar tempo antes que eles resolvam me seguir. Pulo a grade e me infiltro na floresta disputando contra o vento e a chuva. Não posso temer a tempestade; esse é o medo de Beatriz, não o meu. Eu tenho medo dela... da minha mãe.
Ouço gritos bem atrás de mim chamando o meu nome. Eles me seguiram, como eu imaginava. Mas estou em grande vantagem, poderei ter uma conversa a sós com minha querida mamãe na beira do penhasco, com essa tempestade.
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Sete Medos(Em Revisão)
HorrorUma viagem para a Irlanda com os amigos que tinha tudo pra dar certo. Era pra ser perfeito, era! mas não foi. Era pra ficarmos sozinhos, longe de tudo e de todos... mas não estávamos sozinhos.