Capítulo treze

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Emma e Nara estão perplexas. Já eu estou processando o quão poderosa ela é.
- Precisamos sair daqui agora, creio que mais um ataque vai acontecer, vamos! - grita Emma.

Saimos do quarto correndo e tropeçando na cozinha, um vento colide contra o meu rosto. Não à nenhum lugar na casa que esse vento pôde ter vindo, então sei que outro ataque começou. Ao chegarmos na sala de estar as lâmpadas explodem com um som ensurdecedor. Não vejo nenhum sinal de claridade na casa. Corremos as cegas em direção a sala principal, mas batemos de frente contra a parede. Tateio a parede em total desespero a procura da porta, mas é como se ela não existisse.
- Cadê a porta? - grita Shopia, chutando a parede.

Vou tateando na horizontal, mas nada! Como se o buraco da porta fosse tampado com outra parede. Escuto chutes lá fora, como se cada lugar da parede de fora estivesse sento chutado. O som de chutes é um tanto perturbador. Encostamos na parede esperando o ataque direto, mas dai eu caio de costas e percebo que a porta simplismente apareceu.

- Corre gente! Corre! - grito.

Passamos pela sala, mas somos parados pelo sofá maior que avança em nossa direção como se tivesse vida. O som de chutes toma intensidade, ouço gritos no corredor oposto do que se encontra o quarto de Emma. Também ouço gritos de despero do corredor do quarto onde durmo. Creio que os do corredor oposto não são de pessoas, mas sim espíritos de pessoas.
- Emma! O que tem naquele corredor lá em cima?
- São quartos vazios que costumavamos alugar! - grita ela pra poder ser ouvida - por quê?
- Porquê de um lado estão nossos amigos, do outro, não tenho idéia! - digo.
- Mas aquele corredor tem uma grade que a vovó mandou colar ano passado!

Queria perguntar o porquê dessa grade, mas primeiro precisamos sair vivos dessa. Estamos parados perto do sofá com receio de se mexer e sermos atingidos de algumas forma.

- O que a gente faz? - murmura Shopia.

O lustre apagado desaba no chão a nossa esquerda. Forço a visão pra tentar enchergar algo no andar de cima, consigo ver sombras no parapeito do lado esquerdo. São pelo menos dez, sei que o lado de lá está trancado, então não são amigos.

- Hora de subir! - digo.

Elas me seguem tropeçando nas escadas, quando subimos e viramos pro corredor dos quartos, não ouso olhar pra grade até que estou dois metros de distância. Finalmente eu à vejo frente a frente. Eu paro, deixando elas prosseguirem. O rosto da mulher demonstra raiva, ódio, nada mais. Sua roupa é a mesma, só que além de suja de terra e lodo, também está coberta de sangue, e muito rasgada. Ela matou alguém na casa, isso não pode ter acontecido, ela feriu alguém que eu amo, isso me enjoa, isso não pode ficar impune. Ela está morta, como pode ferir alguém? Como pode ser ferida? Não sei nenhuma das respostas, e nem quero saber, só quero que isso pare! Mas antes de eu correr pra tentativa de ataque, a sua luminosidade fantasmagórica desaparece.

- Corre Charles! - gritam Emma e Shopia.

Corro em direção a elas. Abraço Shopia com um choro entalado.

- Ela feriu alguém, ela feriu alguém, Shopia! - murmuro.
- Não pode ser!

Entro no quarto de Emma, vejo todos lá dentro, menos Paul e Beatriz.

Passos podem ser ouvidos la fora, portas são abertas e fechadas violentamente. Está a nossa procura. Encostamos na parede do fundo. A porta se abre.

Paul.

- Tínha esquecido qual era o quarto.

Meu primeiro impulso é suspirar de alívio, mas percebo que Beatriz não está com ele.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora