Estamos de volta na entrada do porão, entramos e sentamos por uns segundos no primeiro canto que vemos. Ao nos ver, todos soltam um suspiro em alívio e sentam em silêncio.
- O que foi isso em sua perna Charles? - perguntam
- Não foi nada! Estamos sem tempo pra se preocupar com isso.
- Que bobagem Charles! Espere que vou pegar alguns curativos que estão guardados aqui.
- Não! deixa pra lá, é sério.Descanso mais um pouco e pergunto:
- Onde está o alçapão que permite nossa passagem pra fora, Emma?
- Está ali atrás, naquela escada perto das vassouras.
- Então vamos abri-lo e sair logo daqui!
- Não adianta Charles, já tentamos e a porta está imóvel.
- Não pode ser! Tem que ter uma saída nessa casa dos infernos!- Escutem!
- O que foi Sarah! - Pergunta Max.
- Passos! - Sussurra ela.
- Mas o gatinho está morto, nós quatro o matamos - Diz Bea.
- Não são passos só de uma pessoa! São muitas!
- Devem ter conseguido entrar pela porta - diz Nicollas.
- Talvez ainda esteja aberta! - exclama Paul.
- Fala baixo e usa a cabeça idiota! - Sussurra Max - A desgraçada que nos mantém aqui não é nenhuma débil mental pra deixar um brecha tão óbvia.
- Vou quebrar sua cara, otário!
- Cala a boca vocês dois e parem pra pensar um pouco! - Falo.
- Com licença. Não suporto gente imbecil! - diz Max enquanto sai andando pelo porão.O cômodo é enorme, está sob toda a área da casa, esta que tem uns mil metros quadrados ou mais. Aqui tem várias pilastras, áreas vazias e escuras. teias de aranha cobrem todos os cantos possiveis; É horripilante. Bem no fundo, um pouco longe de onde estamos à uma pequena parede que isola um espaço do cômodo, pra lá que Max foi.
- Deixem que eu converso com ele - Digo.
Todos assentem em silêncio. Chego perto da parede e ouço sussurros duplos. Paro na parede tentando escutar melhor.
Não consigo identificar uma palavra sequer, parece que duas vozes diferentes falam ao mesmo tempo, só que essas vozes saem de um mesmo indivíduo. Max.
Atravesso as pressas a parede e encontro Max caido e se contorcendo.
- Max! Max! Max! Volta Cara!... ah não, você não Max! Acorda!
Ele para de se mexer.
Debruço sobre seu peito e tento escutar seu coração, mas não escuto nada. Deveria fazer uma massagem cardíaca mas não tenho idéia como se faz e também tenho medo de piorar as coisas. Penso em chamar ajuda, mas antes de o fazer, Max se levanta bruscamente procurando fôlego. Deixo a virilidade de lado e o tomo pra um abraço.
- Se você morresse agora eu ia te matar idiota.
- Oi?
- Deixa pra lá! Tá tudo bem? Tá respirando direito? Tá...
- Estou bem, papai! Só um pouco tonto.
- Fez piada, é porque está mesmo.Rimos.
- Vamos voltar pra lá pois não sabemos quem será o próximo a ter um convulsão repentina ou sei lá o quê.
- Sim, mas... não conta pra ninguém, viu?
- O quê? O abraço? - Brinco.
- Não! Quer dizer... também não, mas estou falando do que ouve comigo agora.
- Mas por quê?
- Só não conta, tá bom?
- Tá né! Então vem logo.Voltamos em silêncio pra junto dos outros. Juntos somos dez... separados ainda somos dez, mas assim não temos nenhum apoio emocional.
- Tudo bem, Max? - pergunta Nicollas.
Ele assente com um movimento de cabeça.
- Gente, esquecemos de ler o jornal sobre a morte e a vida da tal mulher - digo enquanto pego as folhas dentro da calça.
Ouço um barulho tilintante vindo de cima.
- Charles! O telefone da casa está tocando!
- Nicollas, Ana, Shopia, venham comigo, oportunidade única, é agora ou nunca! - digo.
- Mas e os tais zumbis? Pergunta Emma.
- Desculpa não podemos perder essa chance.Beijo Emma brevemente enquanto entrego as folhas pra ela.
Subimos.
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Sete Medos(Em Revisão)
HorrorUma viagem para a Irlanda com os amigos que tinha tudo pra dar certo. Era pra ser perfeito, era! mas não foi. Era pra ficarmos sozinhos, longe de tudo e de todos... mas não estávamos sozinhos.