Capítulo dezenove

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Emma chora ajoelhada na beira da cama. Tom está com os olhos arregalados num canto do quarto. Até Nicollas; o mais calmo e esperanço do grupo, passa as mãos na cabeça e anda de um lado para o outro. Estou com falta de ar e minha garganta dá um nó me impedindo de ao menos expressar por palavras o meu medo... meu pavor. Mas não é hora de ficar em choque.

- Precisamos sair daqui agora! Dessa vez temos temos que pensar, e agir rápido! - grito.
- Por que você não aceita que vamos morrer! Vamos morrer, Charles! - grita Max.
- Cala a boca Max.
- Se liga cara, aceita que dói menos.
- Se quer ficar aqui, fique! Eu não sou covarde o suficiente pra ficar de braços cruzados esperando pela morte.
- Sinto muito, Charles! Mas concordo com o Max, você pretende fazer o quê? Rezar e esperar uma ajuda de Deus?
Pois estou começando a achar que Deus não está do seu lado - Diz Sarah.
- Até você, Sarah? - murmura Beatriz.
- Mas é claro! chega uma hora que as criancinhas, devem cair na realidade.
- Para com isso Sarah! - diz Shopia.
- A morte daquela velha inútil não é nada perto da de vocês.

Emma dá um tapa no rosto de Sarah, que se vira com um sorriso no rosto.

- Quem será o próximo? - diz ela enquanto dá um gargalhada macabra.

- Emma! Calma não é a Sarah, pelo menos não agora.

Seu globo ocular está completamente negro; me deixando com uma repentina e estranha vontade de morrer.

- Tome cuidado, Charles!

O corpo de Sarah levita até perto do teto, seus braços pendem no ar, dando a impressão de corpo sem vida. Ela cai sobre a cama. Está respirando.

Ana, ainda desmaiada, e Sarah também. Agir vai ser difícil.

- Tá legal, precisamos fazer alguma coisa antes que essa vadia desnecessária possua mais alguém aqui - diz Beatriz.

Não é o momento pra ficar pensando no que aconteceu, mas sim, no que vai acontecer. Acho que tenho um plano.

- Espera! - exclamo.
- O que foi Charles? - diz Shopia.
- Emma! Por qual motivo Nara trancou aquele corredor?

Ela limpa suas lágrimas de dor e ódio.

- Não sei, ela nunca me disse algo concreto.
- Se essa mulher  morreu aqui, é provável que tenha algum documentário, história ou sei lá o quê. Mas algo importante tem naqueles quartos, algo tão importante, que eu tenho certeza que com isso, nós vamos descobrir o porquê de todas essas mortes. E também vai nos ajudar a parar com tudo isso ou faze-la parar, por bem ou por mal. Precisamos saber quem vamos enfrentar, e eu vou descobrir... vou descobrir agora!

- Belo discurso, mas que tantas mortes você tá falando? - pergunta Paul.
- Deixa isso de lado.

Não é o momento pra falar.

- Não podemos desistir, Somos dez, e ela é só uma. Eu vou sozinho vasculhar aquele corredor, enquanto isso é melhor arranjarem um plano. Essas são nossas unicas opções.

- Charles! Não acho que estamos em maior número - murmura Max.
- Espera aí, o quê?
- Veja você mesmo, na janela.
- São pessoas... muitas pessoas, devem ter vindo nos resgatar - diz Beatriz.
-Aqui! - grita Shopia.
- Silêncio! Vocês não estão entendendo? - sussurra Max.
- São muitas pessoas, pelo menos cem! - digo.
- Não são pessoas - diz Nicollas chocado - pelo menos, não vivas.
- É! Acho que o cemitério da região perdeu seus hóspedes! - brinca Max.
- Não é hora pra piadinhas Max! - grita Nicollas - Charles eu vou com você.
- Não! Eu vou sozinho, fique e acorde Ana e Sarah.

Ele concorda.

- Devemos ir para o porão - diz Emma.
- Então vão! - grito.
- Mas não sem você!
- Se eu demorar muito, prometa que vão sem mim.
- Mas...
- PROMETA!

Ela suspira.

- Tudo bem.

Dou-lhe um beijo temendo que seja o ultimo.

- Vai Charles! O pessoal lá fora está arrebentando a grade! - diz Max.

Saio pelo corredor escutando gritos chamando por Ana e Sarah. Nicollas está inseguro com minha decisão de ir sozinho, mas prefiro assim. A cabeça de Nara simplemente desapareceu, mas esse não é o maior problema.

Se eu demorar, tomara que não me esperem e se escondam no porão.

Ela me quer por algum motivo, preciso saber qual é.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora