Capítulo dezessete

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Fecho as cortinas para não ver o que eu causei por culpa do meu desespero. Não posso fazer nada por eles, não posso socorre-los, não posso chamar ajuda, não posso ajuda-los. Me sento novamente em frente a Emma e fingo que nada aconteceu, não posso contar a eles que eu causei a morte desse casal. Eles morreram tentando me ajudar, não vou consiguir viver com isso.

Emma acorda e me pega com os olhos saindo lágrimas.

- Porquê está chorando Charles? - diz ela enquanto se aproxima.
- Não é nada, Só estou agoniado de ficar aqui, não se preocupe -
- Agente vai sair dessa! Pode ter certeza!
- Mas tem certeza mesmo que todos vão sair vivos! - digo.

Ela fica em silêncio, me fazendo perceber a sua insegurança.

- Vamos ficar bem! Agora vamos descansar pois nosso horário se encerrou.

Eu suspiro para tentar se acalmar e me levanto. Acordo Nicollas com cuidado para não despertar mais ninguém no quarto. Ele se vira pra mim um pouco assustado, depois percebe que é sua vez de vigiar o quarto. Ana é acordada por Emma.

Me deito na cama recém vazia e me viro para a porta. Fico um tempo esperando algo passar pela porta nos fazendo correr pela casa e acabar com o nosso descanço. Tento dormir, mas minhas pálpebras se quer se encostam por um longo tempo. Duas horas se passam e eu continuo acordado, Max e Bea vigiam, depois Paul e Sarah, mas eu só prego os olhos nas últimas horas de vigília de Nara e Shopia.

Max me acorda dizendo que Nara tem algo para dizer. Me sento na cama e olho pela janela na esperança de ver o sol, mas pelo contrário do que eu desejava, lá fora está numa escuridão mais intensa que algumas horas antes.

- Crianças, em toda essa sequência de acontecimentos vocês nem perceberam que não nos alimentamos direito.

Pensando bem estou morrendo de fome, só percebi agora.
- Então vamos lá embaixo buscar alguma coisa! - diz Max.
- Não! Vocês não me entenderam, não sei se você percebeu Max, mas ela não nos ataca a um bom tempo, então acho que está prestes a acontecer algo maior.
- Mas não podemos morrer de fome! - diz Max.
- Não podemos Morrer! - grita Nara - eu sei que precisamos nos alimentar... então só pesso que agora, quando formos lá embaixo... pesso que tomem muito cuidado, e não se separem em hipótese alguma.

Me sinto inseguro e cansado. Realmente não sofremos nenhum ataque durante todo nosso descanso, então eu acho... então eu sei! Que o próximo ataque está prestes a acontecer, será algo maior, tenho certeza. Ela nos permitiu descanso para depois nos pegar. Ela está agindo com a gente como um gato age com sua presa; Solta o rabo do animal lhe dando a chance de correr pela última vez, depois corre atrás dele e o abocanha pelas costas arrancando sua cabeça.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora