Capítulo dezoito

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Nara nos instrui dizendo pra pegar todo alimento pronto que pudermos e depois corrermos para cima. Saimos pela porta, o corredor está escuro e silêncioso. Eu estou na frente ao lado de Nara, O resto do pessoal se organizam atrás e asseguram que Tom fique no meio.

Começamos a andar.

Por enquanto andamos em passos pequenos. Um barulho de algo se quebrando ecoa em nossa frente, o gato da casa anda na direção oposta a nós, ele me fita de novo, e eu novamente prefiro ignora-lo.

Continuamos a andar, até que chegamos no fim do corredor. Paramos. Olho para baixo e para o corredor trancado, simplesmente não vejo nada. Começamos a descer as escadas, até que Shopia cai; ela rola as escadas e para perto dos destroços do lustre quebrado no chão. Corro até ela e confiro seu coração. Está viva, mas desmaiada e com um machucado na testa.

Ana grita.
- Tinha alguém embaixo das escadas! Eu vi! - diz ela enquanto treme.
- Calma Ana! - Murmura Nara.
- Calma nada! Alguém derrubou a Shopia!
- Anda gente, vão pra cozinha agora!
- Mas e a Shopia! - Diz Max.
- Eu fico aqui tentando acorda-la. Agora vão!
- Eu não vou sem ela! - choraminga Ana.
- Vem Ana! - digo enquanto a levo pelo braço.

Corremos ao Máximo que podemos. Torço para que a passagem da sala de jantar pra cozinha esteja aberta . E está. Procuramos pelos armários e a geladeira em total desespero. Meu celular desliga, fiquei sem a lanterna, mas ainda restam algumas.

Pegamos algumas sacolas e jogamos todos os alimentos perecíveis que achamos nelas.

Voltamos para a sala de jantar, mas novamente uma parede surge no lugar da porta, só que dessa vez a lanterna do celular nos mostra que nada visível está ali. Posso ver Nara, e também Shopia ainda desacordada, mas parece que ela não nos vê batendo na parede invisível, e muito menos nos ouve.

Ouço passos atrás de nós.

- Só pode ser brincadeira! - diz Sarah.

Eu tampo os olhos de Tom o encostando contra mim.

Uma pessoa que não posso distinguir se era homem ou mulher anda lentamente em nossa direção. Ela dança enquanto anda entortando todo o seu corpo de um lado para o outro, seus joelhos quase encostam ao chão e depois se levantam novamente, seu pijama e seus passos estão como se em câmera lenta. Ela se aproxima. Depois some. A passagem é liberada.

Corremos ao encontro de Nara. Entrego uma sacola para o Max e pego Shopia no colo.

O gato da casa sobe no parapeito, e de repente começa a ganhar tamanho, ele se transforma em uma criatura de duas pernas parecida com um ser humano; só que mede uns três metros de altura e sua cara não tem olhos nem nariz... somente uma boca cheia de dentes que urra com ira. Ele pula pra perto de nós, mas corremos. Nara é agarrada pelas afiadas garras da criatura.

- Corram crianças! - Diz Nara.

Nicollas jogas suas sacolas no chão e começa a descer as escadas para tentar ajuda-la, mas as garras da besta cravam no peito de Nara.
- Não morram! - diz Nara perdendo a voz.
- Vó! - Grita Emma.

As garras no peito de Nara entram mais a fundo e depois abre suas costelas como uma criança abre um pacote de batatas.

Órgãos e sangue escorrem pelo chão.

Emma tenta voltar, mas é contida por Nicollas que a puxa para cima. Continuo com Shopia no colo. Corremos em direção ao quarto. A besta nos segue violentamente, quebrando tudo em seu caminho. Paramos para abrir a porta que está emperrada. A criatura para a alguns metros. Está com alguma coisa nas mãos.

Nós não temos pra onde correr, simplesmente fechamos os olhos esperando a nossa morte enquanto ele se aproxima devagar. Ele chega bem perto, depois vai embora. Ao abrir os olhos vejo Ana cair desmaiada com a cabeça de Nara em suas mãos.

Eu esqueci de poupar um trauma de Tom. Ele viu sua avó ser assasinada sadicamente em sua frente.

Emma chora e grita histéricamente enquanto afasta Ana da cabeça de Nara, e a leva desmaiada para o quarto. Todos entram.

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