Capítulo cinco

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A floresta é densa e escura, a relva balança com o pouco vento que passa por aqui. Andamos mais ou menos uma hora até chegarmos a um rio cristalino, com árvores secas em volta, e várias folhas caidas na margem. Sarah para na beira do rio, abre os braços e se prepara pro discurso:

- Bom gente, agora estamos na beira do rio Boyne. Aqui, alguns anos atrás, ocorreu uma batalha chamada batalha do Boyne, a guerra foi entre...
- Sinto muito Sarah, mas ninguém veio pra cá escutar a história do país - interrompe Beatriz.
- Deixa de ser chata Bea. Continua Sarah - Diz Ana.
- Então, como eu tava dizendo...
- Fica caladinha Ana, pois a conversa não chegou no brechó.
- Como é que é? - Responde Ana em um tom que me faz perceber que é brincadeira - Tira seu mega-hair pra falar de mim querida.
- Eu não uso aplique meu bem.
- Ata, sei, seu cabelo é tão natural como uma unha postiça.
- Ei, o que você tem contra com quem usa unha postiça - Intromete Sarah.
- Nasesucon - responde Beatriz.
- O quê?
- Nada que Seja da Sua Conta - Diz as duas rindo.
- Aé? - Sarah diz enquanto empurra Bea na água. Ana tenta correr, até que Sarah puxa ela pra água, mas enquanto cai, Ana à leva junto. Beatriz levanta a cabeça da água deixando seu rosto contra o sol, O que faz seus olhos verdes e sua pele morena brilharem com o reflexo do rio.

- Não acredito que você fez isso Sarah - diz ela - Nem nos esperou trocarmos de roupa.
- Deixa de ser fresca Bea, todas nós trouxemos outra roupa - responde Sarah.
E Beatriz mostra língua. Max e Nicollas trocam olhares, depois tiram a roupa e vão em direção a Emma e Shopia, que estão o mais longe possível da água. Nicollas pega Shopia no colo, e Max pega Emma, que se solta, tira a roupa e pula sozinha na água. Shopia berra e dá tapas nas costas de Nicollas, deixando o local vermelho. Ele à joga e pula logo em seguida. Me sento em uma pedra perto do rio e observo a água esguichando e balançando de um lado pro outro, enquanto todos riem e se divertem. Já eu, não paro de pensar no que aconteceu no quarto de Beatriz e da Sarah, no que eu vi na janela noite passada, e em Emma, não consigo parar de pensar em Emma. Sei que não foi só sua beleza que me chamou a atenção, e eu preciso descobrir o que foi, antes que eu caia no laço da paixão sem mesmo saber o porque. Depois que volto a prestar atenção no que acontece ao redor, conto uma, duas, três, quatro, cinco, seis pessoas. Onde está a sétima?

Me levanto em desespero até que sinto meus braços sento imobilizados nas costas, e eu empurrado até o rio. Nicollas é claro. Tento me soltar mas ele é mais forte. Sinto a água cobrindo meu corpo e vejo pedras redondas no fundo rio, tiro a cabeça pra fora, e uma onda é lançada em meu rosto com o pulo que ele dá em seguida.
- Gente sinto muito em lhes dizer, mas temos que montar as barracas - diz Shopia enquanto recupero o fôlego.
Todos reclamam enquanto saem.

Depois de tudo pronto eu sento na mesma pedra de antes, só que dessa vez Max senta ao meu lado.
- O que tá rolando entre você e a Emma.
- Ainda nada - Brinco.
- Ela é bonita.
- É, eu sei .
- Muito bonita.
- Entendi tá. Tira o olho - digo empurrado-o com os ombros.
- Calma amigão, eu tô de boa.

Alguns metros de nós Sophia e Ana estão abraçadas e conversando, Nicollas e Sarah conversam dentro de uma barraca, eu espero. Vejo Emma na beira do rio e resolvo ir até ela.
- Tudo bem? - Digo.
- Tudo. Só estava observando o rio. Muito tempo que não venho aqui.
- Quando foi a última vez que veio?
- Cerca de um ano... Com meu ex namorado.
- Ata... quantos anos você tem? - pergunto.
- 17.
- Qual é seu nome completo?
- Emma.
- Completo - insisto.
- Pra quê quer saber?
- Ah, só quero te conhecer melhor.
- Que tal isso - ela me beija - me conheceu melhor agora?

Estou boquiaberto com a atitude de Emma. Ela sai, me deixando sem a chance de responder. Sarah chama todos pra se reunir perto das barracas.

- Os dois pombinhos do rio já pararam de se beijar? Cochicha Nicollas.
- Não pense que eu não sei o que você e a Sarah estávam fazendo na barraca.
- Só estavamos...
- Sem detalhes por favor - interrompo.
- Só estávamos conversando.
- Sei, com a língua ou com o corpo - brinco.
- É sério. Sarah está com medo de voltar pra mansão.
- E com razão.
- Mas disse pra ela aproveitarmos o tempo aqui, e quando chegarmos lá, resolvemos esse assunto da frase na parede.
- Tá Certo.
Concordo.

Agora sei que não é só eu que estou com receio de voltar. Sarah está nessa comigo.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora