Capítulo doze

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No andar de baixo, o gato da casa está sobre o sofá. Ele novamente me fita sem cessar.

- Como se chama o seu gato? - pergunto a Emma.
- Ele ainda não tem nome, chegou aqui semana passada e dai ficou morando na casa.
- Ata.

Andamos pela sala cuidadosamente, sabendo que a qualquer momento podemos ser atacados. A cozinha como a sala está em um silêncio perturbador.

- Vem gente, acho que a minha avó está no quarto onde guardamos alimentos e produtos - murmura Emma.

Shopia e eu a seguimos. Emma abre a porta com cuidado, e ai encontramos Nara sentada em um banco no fundo do quarto.

- Vó, você precisa vir com a gente! Alguma coisa tá acontecendo, e isso está disposto a nos matar.
- Eu sei Emma - Ela chora.
- Então vó, por quê você está assim, se recusando à acreditar no que seus próprios olhos viram.
- Não é isso minha filha.
- É o quê então? Me explica, porque não estou entendendo.
- Não é que eu não acredite, é que eu sei que isso está acontecendo, eu sei o porquê, mas me sinto tão imponente em saber que não posso fazer nada pra proteger você e seu irmão.
- Calma vó, vai ficar tudo bem, nós vamos todos sair daqui.
- Não, não vamos, estamos no jogo dela, só sai vivo quem ela quiser.
- Ela? De quem você está falando vó? É da mulher que morreu nessa casa à alguns anos.
- Sim e Não, Ela é misteriosa, a história dela nessa casa, vai mais além que apenas um suicídio, o poder dela, vai mais além do que só aos redores dessa casa. Ela é poderosa e manipuladora, não adianta tentar fugir, se estamos no jogo dela, só nos resta ficar todos juntos e torcer pra termos uma morte rápida.
- Eu não vou me entregar assim tão fácil - Fala Shopia.
- Tem razão, eu não vou ficar parado vendo meus amigos morrerem - digo.
- Vó, nos conte mais sobre ela, precisamos saber do quê devemos fugir.
- Se querem realmente que sobrevivamos, é melhor não saberem muito sobre ela. Pelo menos por enquanto.
- Mas vó, precisamos saber o...
- É melhor assim, se o destino nos quer ver vivos, ele trará as respostas por si próprio, com o tempo.

Não acredito em destino, acredito que nós fomos criados com livre arbítrio para construirmos o nosso futuro. A vida não faria sentido se todos já tivessem a vida programada pra acabar em um tempo que fosse determinado. Pra mim, Deus criou todas as criaturas pra serem livres e fazerem suas proprias escolhas, mas com suas devidas consequências. Então ai surgiu a maldade, que veio por meio de escolhas erradas. Então eu escolho tentar viver, eu escolho tentar salvar todos que puder. Mas pra isso, preciso que Nara revele mais sobre essa mulher que quer nos dizimar. Mas o olhar dela reflete sua insegurança e medo, me fazendo perceber que ela sabe o que nos contar por enquanto.
- Tudo bem vó, vamos subir e nos encontrar com os outros no meu quarto.

A chuva lá fora pode ser vista pela janela com menos intensidade, o vento balança menos as árvores, mas os raios traçam a escuridão à todo momento. Nara se levanta. Apesar de idosa, ela não precisa de ajuda pra se levantar, nem caminhar. Ela me parece uma mulher forte, mas também insegura.
- Charles! - Exclama Shopia, enquanto me cutuca e aponta pra janela.
- O quê? - Digo enquanto olho onde ela indica.
- Está muito escuro!
- Eu sei! - exclamo.
- Ai meu Deus! Não é isso que ela quer dizer Charles - Emma aponta pro relógio na parede.

O poder dela, vai além do que pensei!

- São onze e vinte da manhã Charles - Diz Emma.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora