Capítulo vinte e dois

230 26 10
                                    

Como sempre passamos pelas escadas, sala de estar, sala de jantar e enfim a cozinha. Reviramos as portas e gavetas do armário a procura de facas ou tudo que possa cortar ou machucar. Pego dois punhais, uma faca de cozinha e um batedor de carne. Guardo umas coisas dentro da calça e seguro as outras nas mãos.

Estamos todos prontos pra ir.

- O porão fica perto da estante da sala - diz Emma.
- Viu, então vamos!

Corremos em direção a sala de estar. Um urro da criatura ecoa do corredor que está trancado.

Estamos perto da entrada, mas Emma para e se vira para traz.

-O que foi Emma? - Pergunto.
- Isso não vai ficar assim! O antigo gatinho vai conhecer a fera que eu sou.
- Do que você tá falando Emma? Precisamos ir! Agora!
- Se quiserem ir, vão! Mas aquela criatura morre, morre agora!

Ela sai andando decidida em direção a escada. Max me olha com os olhos arregalados.

- Eu vou com ela! Mais alguém pra ajudar? - digo.
- Eu vou! - diz Nicollas.
- Eu também! - Fala Beatriz.
- Então vamos! Vocês seis entram agora! Se não voltarmos... sei lá!.. fassam alguma coisa.

Nicollas beija Sarah brevemente enquanto ela desce a escada do porão. Seguimos Emma. A porta de entrada sofre varios baques seguidos, um atrás do outro. Não temos muito tempo, Mas temos quase cem por cento de chance de morrermos; ou pelo gato, ou pelas pessoas lá fora.

Nicollas segura um facão, Beatriz uma barra de metal, Emma apenas um punhal. Ela chega perto da grade amassada do corredor e grita pela besta, que sai de um quarto devagar e se vira para nós.

- Gente! Vocês três descem as escadas enquanto chamo a atenção dele.
- Tá louca, Bea? - exclama Nicollas.
- É serio! Confia em mim e desçam.
- Mas...
- Mas nada! Desçam logo antes que eu mude de idéia.

Concordamos.

Sinto os passos pesados se movendo bem devagar.

- Vem aqui gatinho! - Diz Bea calmamente.

Ele corre em direção a ela. Subimos as escadas e eu arremesso a faca de cozinha na nuca do antigo gato. A faca simplesmente bate no seu couro e depois cai. Nos filmes parece mais fácil. Errei, mas foi o suficiente pra chamar sua atenção. Nicollas e Emma se encolhem no canto da escada enquanto eu corro pelo o outro corredor. Ele me segue. Só tenho armas que serão inúteis contra algo tão grande, então pego uma espada que estava pendurada na parede e me viro para ele. Corro ao seu encontro. Ele levanta as garras pronto pro ataque, enquanto estou a apenas poucos metros de distância, mas antes dele atacar, deslizo a espada pela sua perna direita; foi forte, mas não o parou. Ele urra de dor e finca suas garras na minha perna esquerda. Grito. Emma grita enquanto corre, depois enfia o punhal em suas costas. Ela ganha um forte tapa que a joga contra a parede. Deslizo a espada novamente pela sua perna, só que dessa vez a carne se desgruda e o membro direito tomba no chão. Nicollas enfia o facão em seu abdômen e Beatriz da uma porretada em sua cabeça. Seguramos e o abaixamos enquanto Nicollas entrega o facão na mão de Emma.

- É todo seu - diz Nicollas.

Ela limpa o sangue que sai da boca e dai desliza o facão devagar e friamente pelo pescoço até que a cabeça rola pelo chão.

Sete Medos(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora