The Walls Of The City - As paredes da Cidade

Capítulo Dezesseis - Mayra

O sinal bate para a saída. Organizo perfeitamente minhas coisas dentro de minha mochila e saio da sala. Vou para a frente da escola, no pátio, e me sento na grama perto de umas árvores onde os estudantes geralmente descansam e relaxam entre suas aulas.

Sinto duas mãos virem de encontro a minha cintura e um "Buu" baixinho. Viro-me e vejo Aiden olhando para mim. Ele não parece ser um desses caras que levam garotas para passear ou em encontros, não sei o que ele pretende fazer.

– O que você quer? Muita matéria, né? Eu sei, você faltou em três aulas e...

– Calma não é isso. – Ele me interrompe. – Quero te levar a um lugar que não levo ninguém.

– Tudo bem, desde que não nos meta em encrenca.

– Nada de mal vai acontecer, Mayra.

Ele me dirige até seu conversível estacionado em frente à escola. Abre a porta para mim e espera eu me sentar no banco carona para poder ir se acomodar para dirigir.

A partida é dada e Aiden começa dirigir. Quando estamos perto do destino ele diz que provavelmente eu nunca tenha ido a este lugar, pois é pouco conhecido em nossa cidade. Chegamos e me impressiono com o que vejo. Um pequeno jardim botânico todo de vidro e com um canteiro enorme de plantas em minha frente.

Aiden olha para mim, esperando minha expressão. Fico de boca aberta, mas logo retorno à realidade. Ele faz sinal para sairmos do carro. Ele vem para meu lado e coloca as duas mãos nos bolsos da jaqueta, aguardando para que eu comece andar.

Analiso todas flores lindas em minha volta. Presto atenção em cada uma, desde a mais delicada a mais extravagante. Andamos até um banquinho perto de um pequeno lago rodeado de mais plantas e flores.

Depois de olhar tudo maravilhoso na minha volta, sem dizer nenhuma palavra, olho para Aiden. Ele espera minha resposta com uma expressão de tensão, mas percebo que logo relaxa. Sorrio e ele se aproxima mais de mim. Segura minha nuca com suas gélidas mãos. Seus lábios tocam levemente os meus, fazendo um arrepio eletrizante percorrer meu corpo inteiro.

Ele se distancia de mim e me encara com seus olhos delicados. Não posso negar que foi bom. Nunca fui de sair com meninos como minhas amigas fazem, mas com Aiden é diferente. A diferença é que com ele eu sinto vontade de sair.

Meu ânimo melhora mais ainda e esqueço todos problemas que existem em minha vida habitual. Depois de passados alguns segundos, solto uma pequena gargalhada em aprovação. Ele descontrai e também ri.

– Você gosta de flores pelo que percebi, não para de olha-las. – Aiden fala baixinho.

– Eu as amo. Todas são lindas. Acho que todo mundo tem alguma flor com que se parece, pois cada um é lindo de seu jeito.

– Bom saber disso.

– Porque a pergunta?

– Nada não, só queria saber.

– Hum. Entendi. Então... conversou muito com minha irmã naquele dia? – digo mudando de assunto.

– Sim, ela é mais legal que você. – Ele brinca. – Pelo menos ela não me ameaça com flechas.

Sorrio novamente como resposta, e Aiden corresponde com um mais alegre ainda. Logo em seguida uma chuva de verão começa a cair.

– Quer ir lá para o hotel de minha família comigo? Só para ainda não acabar com o passeio.

– Vou pensar no seu caso. – Começamos a correr de mãos dadas entre as possas d'água e as flores no caminho até o conversível do vampiro. Temos de ser rápidos ou a chuva aumentará, e o carro não possui teto.

Aceito ir com ele para o Hotel Sauders e ele nos leva até lá.