Capítulo Dezenove - Mayra

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Estou levando para minha irmã uns doces que tinha de sobremesa no refeitório, um milagre. Deve ser para tranquilizar os jovens, que andam aflitos pelo desaparecimento de Melanie, uma estudante que eu não conhecia, mas que tinha minha idade. Particularmente Hayley não deveria comer tanto doce assim, mas a saúde dela está bem, ela ainda é nova para ter problemas, mas mesmo assim, papai e mamãe não me deixam dar muito doce a ela.

Está muito quieto. Stella aceitou ir até minha casa junto comigo, pois se não ficaria chato já que ela mora bem perto da minha casa. A escola não é muito longe, mas nem muito perto. Estranho o silêncio e começo a puxar papo.

– Ei, o que você vai fazer amanhã? – pergunto.

– Ir para a escola – Stella me responde estupidamente.

– Aí tá, não precisa ficar assim só por que não falei nada daquilo.

– Pois você deve me contar, estamos todos juntos, não podemos esconder coisas uns dos outros!

– Mas Stella, isso é meio pessoal, acredito que não necessite de saber de tudo.

– Não! Eu necessito! O que houve lá? Se for só safadeza por que não me fala logo?

– É... Mais ou menos. Aiden me levou a um lugar super romântico, estranhei pois não é o tipo dele. Mas dai percebi que ele é um molengão – muito gato por acaso – e que se importa com os outros. Começou a chover, e fomos para o carro, mas como aquele carro idiota não tem teto, precisamos ir rápido, e antes de passar a minha casa, tinha o hotel dele, e... Bom, ele me convidou para entrar...

– Ai, Mayra, não conhecia esse lado seu! Tá, e dai...? – ela fala abrindo um sorrisinho malicioso.

– Bom, ele começou a me puxar e quando eu vi a gente estava suspirando um no outro e sentindo a pele quente em cima da mesa do escritório dele. Eu não sabia mais o que fazer, mas cada vez os beijos ficavam mais quentes e era como se aquilo nunca precisasse acabar. Mas...

– Vamos Mayra! Termina logo, você fica enrolando só porque eu não entendo muito disso, não é? Vamos lá, eu não sou uma criança.

– Não, é que, não sei, foi bom. Mas depois, uma coisa nos interrompeu; Brandon começou a me ligar desesperadamente, e o Aiden ficou desconfiado. A gente teve a maior discussão com o Brandon, mas percebi que ele não vale tanto, pois mal me conhece e já quer que eu não fale com mais nenhum homem. Mas senti pena, ele estava com flores, e molhado, me esperando. E para complicar, Aiden pegou um cigarro de maconha e começou a fumar!

– Mas vocês pareciam bem "animadinhos" hoje mais cedo – Stella acrescenta em dúvida.

– É que a gente não aguentou muito tempo brigados. Depois que o Brandon foi embora, já voltou tudo ao normal. Só que hoje, quando nos olhamos, voltaram as memórias da cena, e ficamos lembrando da gente naquela mesa de escritório quase caindo aos pedaços conosco em cima.

– Hum... VOCÊS SÃO LOUCOS POR ACASO?!

– Talvez, um pouco.

Stella decide que vai passar a tarde comigo. Chegamos em casa e Hayley me recebe com um abraço caloroso que eu amo. Ela também cumprimenta Stella, e sobe correndo de volta a seu quarto. Papai e mamãe acham que Stella é minha amiga do colégio, ainda bem que ela ainda não teve um de seus surtos na minha casa.

Subimos direto ao meu quarto, e ela analisa cada detalhe dele. Stella e eu levamos snacks para o quarto e agora estamos comendo. Vou ao banheiro, quando fecho a porta, escuto a voz de Stella falando ao telefone, logo me toco de com quem ela está falando. Aiden. Ela comenta que eu contei as coisas a ela, e fala para ele repetir a "jogada da mesa" pois eu falei sobre isso muito "animadinha". Eu odeio a Stella!

– Sua louca! Vem cá, me dê esse telefone! – pego o telefone das mãos dela e falo para Aiden ligar mais tarde que explico tudo.

– O que foi Mayra? Não está vendo que estou fazendo um favor para você?! – Stella fala, com uma risada ao fundo.

– O quê? Como assim?!

– Ah, vai, admite, você adorou o que rolou ontem, não adianta nem falar ao contrário, te conheço, e sei que você quer isso de novo.

– Você me conhece tão bem! Como?! Ah, essas habilidades loucas de banshees – falo brincando.

A noite chega com se fosse um esquilo atrás de uma noz. Stella se despede dos meus pais e de mim e vai embora. Hayley está assistindo "Monster High", esse desenho eu ainda não conheço. Os desenhos mudaram muito desde meu tempo. Nossa. Me senti velha ao cogitar isso.

Automaticamente ao me ver, Hayley abre um espaço entre as cobertas infantis esparramadas pelo sofá para mim sentar. Mamãe está preparando o jantar, e da cozinha está vindo um cheiro tão bom de batatas ao forno. Hayley me faz uma pergunta que na hora me gela inteira.

– Maninha, por que aquele amigo seu tinha uns dentes iguais aos que eu vejo nas fantasias de vampiros no hallowen?

– Quem, Hayley?!

– Ah, aquele lá que pegou a flecha que você atirou no tio Aiden. – meus pais ouvem o que nós estamos falando e vem até a sala, imediatamente já sei o que vou fazer, novamente.

– Ninguém, Hayley.

Subo com os biscoitos que estávamos comendo, pego a minha mochila que ainda não tinha desfeito desde a última vez que fugi, e corro até a porta, meus pais não vão descobrir onde estou.

As dez horas da noite, cá estou eu, na porta do hotel de Aiden, ele está ali dentro, mas não esta abrindo a porta. Na terceira vez em que bato, ele abre. Empurro ele e entro para dentro do seu quarto. Explico a ele o que aconteceu e vou tomar banho. Droga. Esqueci a parte de cima do meu pijama. Peço a Aiden se ele pode me emprestar uma, e ele me empresta, de um jeito diferente.

Ele pega uma blusa larga do armário e vem até mim, só que ele puxa a minha blusa que estou, e arranca ela do meu corpo. Ele começa beijar levemente meu pescoço até minha barriga, os lábios dele estão macios. Ele sobe novamente em uma mesa e começa a mexer com a alça do sutiã, eu hesito, mas logo relaxo novamente. Aiden desce. Puxo a camisa dele arranhado seu abdômen sem querer, mas parece que ele não liga. Aiden está muito ofegante ao meu pescoço. Ele está desacelerando o ritmo, senta na mesa – novamente– e abraço ele, logo ele volta a me beijar. Quando me ligo, ele está me levando no colo para a cama, Aiden puxa os lençóis de seda, mas eu hesito, ainda não estou pronta. Depois de um tempo, finalmente saio e vou para meu banho, logo depois que eu termino, Aiden vai. Fiz questão de dormir em um segundo quarto menor da sua instalação privilegiada. Me senti estranha por ter parado, mas talvez, um dia bem distante desse, 'aquilo' pode acontecer.

The Walls Of The City - As paredes da CidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora