Capítulo 3

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Capítulo 3 — Sentimento que surge

Narrado por Matheus:

Como essa garota é marrenta, mas droga, é linda. Ela tira a concentração. Passei o restante da última aula pensando nela e na proximidade de nossos lábios. É tão estranho o que sinto quando nossas respirações se misturam, deve ser porque ela é a única que me negou um beijo até hoje, vale aquele ditado, a gente sempre quer aquilo que não pode ter.

O sinal para o final da aula tocou, hora de ir embora, ainda bem, estou varado de fome.

Joguei o caderno dentro da mochila e saí com Erick. A Bruna e a Luana já tinham saído e estavam na nossa frente.

— O bundão! — Falei olhando a bunda da Bruna, se eu já a conhecesse bem ela viraria furiosa.

Não deu outra. Ela parou no meio do corredor e como eu e Erick estávamos logo atrás, meu corpo se chocou contra o dela.

— Ai! — Falei rindo do choque.

— O que você falou? — Bruna estava com uma cara que me daria medo se ela fosse um pouco mais alta, sua cabeça ficava exatamente na altura do meu queixo.

— Ai? — Repeti fingindo não entendê-la.

— Antes disso. — Ela perguntou me olhando séria.

— Lu, vamos indo que se não sobra para a gente, acho que a escola está a ponto de passar por uma explosão nuclear... — Erick passou a mão por cima dos ombros da Luana e os dois saíram andando.

— Eu juro que se eu não estivesse com esses cadernos nas mãos eu te dava um tapa que você ia daqui até sua casa com a cara vermelha. — Ela falou toda brava.

— Eu seguro para você. — Falei pegando os cadernos dela e saí andando, não queria levar um tapa... não na cara pelo menos.

— Me dá isso aqui! — Ela disse vindo atrás de mim.

— Vem pegar. — Falei e saí correndo dela.

— Criança! — Ela gritou correndo atrás de mim.

Parei no meio do corredor e virei, como ela estava correndo em minha direção e nós íamos nos chocar outra vez, larguei os cadernos dela no chão e a segurei pelos dois braços fazendo nossos corpos colarem, aproximei meu rosto do pescoço dela e senti seu cheiro de olhos fechados. Caralho, que perfume bom.

— Olha aí! — Ela disse fazendo eu abrir os olhos e soltá-la.

Eu dei risada e ela se abaixou para pegar os cadernos, eu fui me abaixar para ajudar e ela deu uma cabeçada no meu queixo.

— Ai! — Reclamei depois de ter mordido a língua.

— Ai digo eu! — Ela falou esfregando a cabeça.

— Machucou? — Perguntei preocupado com ela, apesar dela ter batido na parte de cima da cabeça e eu ter mordido a língua, o que doía mais...

— Não... — Ela disse esfregando.

— Desculpa. — Falei botando o dedo na língua pra ver se sangrava.

— Já estou acostumada a trombar em você. — Ela disse fazendo cara feia e olhando minha língua. — Machucou aí?

— Machucou... — Falei com cara de cachorro sem dono.

Segure minha mão II - MIC IV (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora