Segure minha mão II - MIC IV (Completa)

Capítulo 41

Capítulo 41 — Uma amiga

Narrado por Matheus:

Chegou final de novembro, e esses meses ao lado da minha namorada foram maravilhosos, nós confiamos muito um no outro e sempre que tem qualquer desconfiança, conversamos antes de mais nada, várias vezes evitamos brigas por causa da Mel e da Nicole, aquelas lá grudaram no meu pé, depois do que o pai da Tainara ficou sabendo que ela aprontou, levou ela embora e o Henrique voltou pra "mulher" dele. O final do ano está chegando e a formatura também, eu arrumei um emprego e vou começar nele no início do ano que vem.

Hoje é sexta-feira da última semana do mês, mais tarde vou na casa da Bruna e nós vamos olhar filme no Erick.

Eram quase sete horas, fui tomar um banho, depois desci, fiz um sanduíche e fui sentar na sala, liguei a TV e estava passando um telejornal, deixei lá mesmo. A mulher do noticiário começou a falar da cidade vizinha, e eu reconheci a boate que tinha ido com o Diego e o Dani quando tinha brigado com a Bruna.

— A mulher, conhecida como Jô, foi espancada pelo suposto marido, conhecido como Zé Pedra, um traficante da região, ela foi hospitalizada e passa bem, tudo indica que a causa tenha sido a venda de drogas e a prostituição, ele agenciava a mulher e ela havia recusado um cliente, resultado disso: nossa sociedade, violência, drogas e covardia. — A moça do jornal falou.

Fiquei olhando perplexo para a TV ao ver o rosto da Jô em uma foto, ela estava com a cara inchada e os olhos roxos. Peguei minha carteira e o celular, sai de casa, fui até a casa da Bruna, bati na porta e ela atendeu.

— Oi amor! — Me deu um beijo. — O que houve?

— Amor, eu preciso ir ver uma pessoa, ela está no hospital... desculpa, só vim avisar. —falei, dei um beijo na Bruna e saí dali.

— Calma Matt, vou com você! — Ela gritou mas eu já tinha ido para a rua e pego um táxi que passava.

Dei o endereço ao taxista, em uma hora chegamos ao hospital. Paguei e desci, fui até a recepção.

— Por favor, estou procurando a Jô, ela foi espancada... — Falei meio sem jeito, eu nem ao menos sabia o nome dela inteiro.

— É da família?

— Sou... bem... sou o melhor amigo.

— Desculpe, só podemos informar a família.

— Ela não tem família, a menos que família pra você signifique o cara que espancou ela.

— Ok, tudo bem, vou falar com o médico.

A moça saiu dali, fiquei esperando, logo ela voltou.

— Me acompanhe, por favor.

— Como ela está? — Perguntei enquanto caminhava com a recepcionista.

— Bom, ela foi espancada, levou pauladas com ferro e socos muito duros pelo rosto e corpo, mas ela não corre nenhum risco.

— E o cara?

— Foi preso por espancamento, porte ilegal de arma e tráfico de drogas, a polícia estava há tempos atrás dele.

— Ainda bem.

Chegamos em frente a uma porta e a moça abriu, na cama estava a Jô deitada recebendo soro, ela dormia. Fui até lá e fiquei uma meia hora sentado ao seu lado até ela acordar.

— Você? — ela me olhou com curiosidade. — O que faz aqui?

— Vi a notícia na TV, lembrei que você devia estar sozinha...