Capítulo 4

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Capítulo 4 — É uma confusão dentro de mim

Narrado por Bruna:

Afinal, quem esse garoto pensa que é pra dizer que eu nunca amei de verdade? Ele nem ao menos sabe da dor que eu trago no peito. E se soubesse, não entenderia.

— Lu, vou ter que ir... — falei levantando da areia.

— Já? — ela fez uma cara triste.

— É... mas fica aí, não tem problema... — sorri.

— Tem certeza? — ela me olhou com culpa.

— Claro amiga, o Erick te leva depois. — falei e pisquei para os dois.

— Ah, sim, mas e você, vai voltar sozinha?

— Relaxa, eu me cuido. — falei e saí andando.

— Até amanhã! — ela disse acenando e sorrindo.

— Até... tchau, Erick...

— Tchau, Bru. — ele acenou.

Saí da praia e segui andando pela rua, Matt tinha me feito remexer em uma ferida que estava cicatrizando e isso doía, aquela cena voltava a minha mente e minhas lágrimas queriam cair, mas eu jurei, jurei que nunca mais choraria por ele, nem por nenhum outro homem, eles não merecem nossas lágrimas, nenhum merece.

Cheguei em casa e fui mexer no pc, fiquei lá um bom tempo, depois fiz os deveres e tomei um banho, vesti o pijama e saí na varanda de casa para pegar aquela brisa gostosa da noite.

— Por quê? — perguntei para mim mesma baixinho. Por que eu tinha sido a escolhida para ter aquelas lembranças, por que eu tinha que sofrer aquela dor, por que o amor não podia existir de verdade, por que as pessoas têm que ser falsas, por que dói tanto?

Eu não queria deixar nenhuma lágrima cair e isso era muito difícil, cada vez que eu lembrava e engolia o choro, ele parecia aumentar e querer vir mais forte, mas eu jurei, e não vou chorar. Respirei fundo, outra vez engoli aquele nó na minha garganta.

Escutei um assobio do outro lado da rua, olhei e vi Matt e Erick sentados na frente da casa do Erick tomando uma coca. Já eram nove horas da noite.

— Quer? — Erick perguntou de lá e eu pude ouvir.

Talvez seria uma boa falar um pouco com eles, Henrique sairia da minha cabeça assim e coca... não dispenso de jeito nenhum.

— Já vou. — acenei.

A noite estava quente, coloquei um shorts e deixei a blusa do pijama mesmo, fiquei com as pantufas e desci.

— Mãe, vou ali tomar um gole de coca com o Erick.

— Claro, filha... — ela sabia que Erick era meu amigo.

Saí e atravessei a rua, cheguei nos meninos.

— Toma aí... — ele me estendeu o copo.

— Ei, não é só coca... — falei e ri sentindo o cheiro de velho barreiro.

— Pois é... mas se não quiser pode devolver... — Erick disse e eu ri.

— Claro que não. — sim, eu bebia, mas socialmente é claro, achava o cúmulo aquelas pessoas que ficavam bêbadas e chegavam a perder a noção do que falavam ou faziam.

Segure minha mão II - MIC IV (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora