Capítulo 16

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Capítulo 16 — Por quê ele não sai da minha cabeça?

Narrado por Bruna:

Esse menino tira os dias pra encher o saco mesmo. Entrei em casa, subi para o meu quarto, tomei um banho e fiquei escrevendo umas coisas meio estranhas, tenho essa mania de escrever o que eu sinto no meu computador, é uma maneira de desabafar, de me impedir de chorar, faz tempo que meu computador "ouve" minhas dores, desde que aquelas coisas aconteceram, não gosto de falar com as outras pessoas sobre isso porque sei que aí vou começar a chorar, escrever de certa forma alivia, pelo menos não ouço críticas, não ouço conselhos, mas também não mudo a opinião que formei, assim me dou forças para seguir com minha promessa. Sempre o que coloco ali são coisas meio tristes, as vezes um e outro sonho bobo e confesso também que as vezes tenho vontade de escrever sobre amor, hoje foi um desses dias, não sei porque, mas escrevi assim:

Me pergunto todos os dias porque as pessoas acreditam tanto nisso, droga, por que acreditar em amor? Não existem motivos. As pessoas na verdade são frias, todas elas, no fundo a única coisa que realmente importa são elas mesmas, ninguém se preocupa de verdade com o que o outro sente, esse mundo é mesmo virado, falam tanto em viver histórias lindas e perfeitas e com o tempo tudo que disseram é esquecido, o para sempre se acaba, o "na alegria e na tristeza" vira só na alegria, quando chega a hora de ficar junto na tristeza a maior parte some. Droga, por que eu to falando isso. Por que eu to pensando isso, to escrevendo uma coisa e sonhando outra e que diabos ele está fazendo nos meus pensamentos agora?!

Ele se chama Matheus e nossa, é lindo, mas é um idiota. Um idiota muito lindo. Aquele sorriso de menino, aqueles olhos... a história que ele me contou... tão fofo nas palavras quando estamos só, parece até que ele muda de propósito quando tem mais gente junto, de propósito pra me irritar e mesmo me irritando ele continua lindo, cada vez que me chama de Bruninha ou que me dá um abraço mesmo que roubado... e aquele beijo, ou melhor, aqueles beijos. Ele não sai da minha cabeça, e ela está uma confusão por sinal, acabei de escrever uma coisa sobre amor e agora estou parecendo uma apaixonada. Eu já disse que não vou me apaixonar. Mas ele não sai da minha cabeça. Eu ia deletar isso aqui, mas desisti, é o que eu to sentindo, e estou desabafando, então toda realidade está aqui, eu acho que gosto do Matheus, mais do que queria, mais do quero acreditar que gosto, deve ser por causa da implicância dele, do cheiro dele, do maldito sorriso dele. Porque não some tudo da minha memória?

Queria ter resposta pra tudo isso que está acontecendo dentro de mim, e no fundo, acho que sei qual a definição mais certa pra isso, mas não quero, não posso e não vou admitir.

Salvei aquilo ali pela primeira vez, sempre escrevo, leio e depois apago, dessa vez decidi salvar. Desliguei o pc, deitei na minha cama e fiquei olhando as estrelas pela janela do meu quarto, coisa boa ver o céu a noite, está certo que ver o céu aqui da cidade e ver lá da pedra grande tem uma diferença enorme, mas assim já me sinto bem. Sorri e adormeci.

O resto da semana passou logo, chegou a sexta, finalmente, e meu final de semana voou também, tive que ir com minha mãe para a casa da minha vó e fomos também visitar a família do João, então nem passei em casa no final de semana...

Domingo cheguei cansada, tomei banho e fui dormir.

Segunda. Levantei, fiz minha higiene, saí na rua e encontrei com a Lu e o Erick, as vezes vou com eles, as vezes vou só com ela, as vezes vou sozinha.

— Vaquinha. — Lu me deu um abraço.

— Olha quem fala. — Abracei, fomos andando assim.

Segure minha mão II - MIC IV (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora