Capítulo 30

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-ESPERA JULIANA.~Escuto Naty gritar atravessando a rua junto comigo.

Entro em casa chorando e ela logo está comigo.

-Volta ao seu trabalho Naty. ~Falo em meio aos soluços e ela me abraça.

-Calma. O que houve? ~Pergunta preocupada e eu sorrio amargamente.

-Você tinha razão em se preocupar.  Gustavo me traiu. Me demitiu e esfregou ma minha cara que conseguiu o que queria de mim.
Sim eu sou uma idiota.~Falo e vejo ela ficar irritada.

Logo ela está vermelha e sai em direção a empresa em passos raivosos. Eu poderia impedi-lá.
Mas não o fiz.

Imagina se entregar a alguém. Confiar nesse alguém depois de tudo que eu passei e novamente ser decepcionada ?

Minutos depois Naty volta sorrindo e eu temo pelos seus atos.

-O que você fez?~Questiono e ela sorrir se sentando ao meu lado.

-Primeiro eu dei uma bela surra em uma vadia que estava na sala dele. Depois dei um tapa na cara dele e por fim me demiti.~Fala simplesmente e eu a abraço.

-Não precisava. Aquele seria seu emprego por um tempo.. Eu.. Eu..

-Calma. Vou buscar Mia na creche e quando eu voltar vamos da um jeito.
Apenas levante a cabeça e pense que tudo acontece por um motivo.~Fala e sai.

Pensei muito.. Pensei bastante..
Então tomei uma decisão.

Liguei para Maria e pedi que ela falasse com o Sr.Samuel e dissese que eu voltaria no dia seguinte. Por sorte ela ainda não havia falado que eu não iria mais trabalhar lá.

Pedi também um emprego para Naty e mesmo sendo difícil ela prometeu tentar arrumar.

Aquele dia eu chorei muito... Mas resolvi me reerguer como eu sempre fazia. E dessa vez o motivo era eu mesma.

***

-Bom zia. ~Mia fala pegando em meus cabelos e eu acordo com um pequeno sorriso.

-Bom dia pequena. Vamos tomar um café? ~Pergunto e vou a cozinha com ela em meu colo.

Naty ainda dormia.

Maria me liga e avisa que eu poderia ir trabalhar as oito e que não havia conseguido nada para Naty ainda.

Acordei a mesma em seguida e disse que  iria trabalhar. Ela não se importou com o fato se ter ficado desempregada e sim me apoiou.

Eu saí de casa sem o habitual sorriso.
E minutos depois quando cheguei na empresa recebi um abraço de Maria.

-Saudades minha menina.~Fala baixo e eu fecho os olhos sentindo a ternura de seu abraço.

Então somos surpreendida ao ver Gabi e Gustavo entrando de mãos dadas na empresa.

Meu coração se quebra mais do que estava quebrado e abaixo o olhar tentando ignorar a dor.

-Eu vou da na cara desse homem...~Maria Fala indo  em direção dele mas eu a seguro.

-QUEREMOS A ATENÇÃO DE TODOS.~Gabi grita me olhando com um sorriso e eu ergo a cabeça.

Então meu olhar se encontra com o dele.

E  sim algo estava errado. Seu olhar dizia que ele estava sofrendo tanto quanto eu.

-O que quer senhorita Gabi? ~O pai de Gustavo pergunta aparecendo do nada e Gabi sorrir mais.

-QUEREMOS DIZER QUE VAMOS NOS CASAR DENTRO DE TRÊS DIAS.~Fala e até eu arregalo os olhos.

Dessa vez eu não consegui segurar as lágrimas e saí correndo em direção ao banheiro, antes que eles me vissem chorar.

Lá dentro eu choro com ódio de mim. Sim, ódio por ter confiado em Gustavo. Ódio por estar chorando.

Alguns minutos depois quando estou prestes a sair vejo um homem entrar.
Me assusto porém isso logo passa quando vejo que é Gustavo. Sinto o ódio me tomar.

Ele rapidamente me prensa  na parede e tapa minha boca com sua mão.

Eu estava vermelha de ódio.

-Juliana, só me escuta, tá legal?
Vou tirar a mão mas não grita.~Ele pede e quando tira a mão devagar eu lhe dou um tapa no rosto.

-Nunca mais encoste em mim.~Falo irritada e ele me olha com surpresa  mas logo seu olhar volta a ficar frio e culpado.

-Eu sinto muito. Apenas confie em mim.~Fala baixo e eu sinto que estou chorando.

-Confiar? Você quer que eu confie em você? Depois de tudo o que você me fez ?~Pergunto com fúria e ele suspira.

- Eu confiei em você e veja só... Eu te odeio eu...

Ele me cala com um beijo.

Eu queria não ter sentido nada mas eu senti. Queria que aquele beijo não fizesse meu coração sangrar porém ele fez.

Me afasto e o olho vendo a tempestade em seus lindos olhos azuis.

-Confia em mim...

-Sinto muito, Mas não dá. Eu não sou um brinquedinho e ainda me lembro bem de te ouvir falando que só quiz me usar.~Falo e saiu do banheiro. Ele não me impede.

Gabi está em pé na sala e vou em direção a ela.

Lhe dou um tapa no rosto e finalmente saiu da empresa.

Estou preste a entrar no carro quando vejo Roberta sentada embaixo de uma árvore chorando. Vou em direção a ela.

-Está tudo bem?~Pergunto me sentando ao seu lado e ela me abraça chorando.

-Eu nunca quiz que meu filho sofresse tanto. Ele é apenas um garoto, não merece está passando por isso.~Fala em desespero e eu a olho sem entender.

-Do que está falando?~Pergunto e ela me olha como se eu já devesse está sabendo de algo.

-Meu Davi foi sequestrado. A vagabunda da Gabi tem alguma coisa haver com isso.

-Gabi?

-Sim. Gustavo  está me escondendo algo, eu sei disso mas não sou burra Juliana. Gabi tem algo haver com isso sim.~Ela fala chorando e eu respiro fundo.

-Calma. Vamos ligar para a polícia.~Falo pegando o celular e ela toma o mesmo de minhas mãos.

-Naoooo,  eu não quero que meu filho sofra. Se Gabi estiver mesmo envolvida nisso ela pode matar meu pequeno. Eu já perdi Guilherme, não posso perder ele. Me ajuda.~Ela pede com lágrimas nos olhos e eu afirmo com a cabeça.

Eu poderia pedir ajuda a Gustavo, mas não ia conseguir agir perto dele. Eu ainda estava magoada com sua palavras de quando os peguei se beijando.

Então respirei fundo e levantei do banco segurando a mão de Roberta. Eu ia ajudar ela e não me importava se algo acontecesse comigo. Eu já não tinha mais nada a perder.

Então entramos em seu carro e esperamos Gabi saí da empresa.

Íamos seguir ela.

Íamos salvar o pequeno Davi...

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