Capítulo 10

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Gustavo estava acariciando meus cabelos e por algum motivo aquilo me acalmou.

Mas logo meu subconsciente gritou: Não deixa  ele te tocar. Ele é apenas mais um.

Me afasto e o vejo ficar sério.

-E então Juliana?  O que aconteceu? Quem é  Lucio? ~Pergunta com os olhos fixados nos meus.

-Me desculpe. Eu preciso ir.~Falo e saio andando rápido.

Ele não me impede de ir e agradeço mentalmente por isso.

Chego na recepção ainda amedrontada e vejo que Kátia está sozinha.
Vou em sua direção.

-Kátia precisamos conversar. ~Falo e a vejo olhar triste para o chão.

-Já até imagino sobre o que seja. Eu sinto muito em ter falado daquele jeito com você. Eu estou passando por um momento difícil e acabei meio que descontando tudo em alguém que não tinha culpa. Sinto muito Juliana. ~Fala e vem sorrindo em me minha direção  me abraçar.

Me afasto um pouco.

-Sim, eu aceito suas desculpas porque todos passamos por momentos difíceis. Mas eu gostaria muito de saber quem era o rapaz que chegou com você de manhã.~Falo com o coração na mão.

A expressão dela fica assustada.

-Lúcio é meu namorado.~Responde voltando a sentar atrás de sua mesa.

-E por que  ele estava te tratando daquele jeito?~Questiono sentindo as mãos suarem.

-Olha Juliana, não tente se meter nessa história porque eu realmente não estou com cabeça para isso. Ele é meu namorado e estamos passando apenas por um momento difícil em nossa relação. Nada demais.~Responde e começa a mecher no computador.

-Não acho que seja nada demais quando o cara chega aqui e quase te bate na minha frente.~Falo e ela levanta irritada.

-Não é da sua conta. ~Fala se preparando para sair quando seguro em seu braço a vendo gemer de dor.

Solto-a sem entender.

Seu casaco cobria todo o seu braço mas logo entendi o motivo. Assim que puxei o mesmo vi as manchas roxas que haviam em todo seu braço.

Alguns pareciam ter sido feitos com algo mais afiado já que havia cortes fundos.

Arregalo os olhos assustada porque era como se eu já soubesse que foi ele.

-Kátia! ~Falo levando as mãos a boca e os olhos dela se enchem de lágrimas.

-Por favor. Me deixa.~Fala e sai correndo.

Sentei em uma cadeira sentindo toda frustação de não poder ajudar.

Respiro fundo uma e duas vezes mas nada me acalmava.

Vou até a mesa do amigo dela mas o mesmo não está.

Eu ia ter que fazer alguma coisa. Meu corpo sabia bem como era Lúcio e o que ele era capaz de fazer.

Volto a fazer a limpeza.

Estava limpando uma sala de reunião quando Gustavo entra na mesma.

Olho sem entender e vejo alguns homens entrarem assim como a loira oxigenada da Gabi.

-Mas essa hora não é de reunião e sim da faxina.~Falo levantando do chão.

-Vaza empregadinha. ~A vagaranha fala quando passa por mim.

-Depois você faz seu serviço Gostosa.~Um dos homens fala e vejo Gustavo serrar os punhos.

-Gostosa vai ser o tapa que eu vou te dar se você me chamar assim de novo seu idiota.~Falo irritada e todos da sala se viram em minha direção.

-Você me chamou de quê sua imunda?~Ele pergunta vindo em minha direção mas Gustavo atravessa na frente e lhe dá um murro no rosto o fazendo cair no chão.

Levo as mãos a boca  assustada. Todos estavam assustados.

-Chama ela assim de novo que eu quebro sua cara seu filho da...~Ele começa a falar indo em sua direção mas os outros o seguram.

-Gustavo o que é isso?~Pergunta um deles assustado e todos olham para mim.

-Eu não permito que falem assim com qualquer que seja a mulher na minha frente Mauro e principalmente na minha empresa  só isso.~Ele fala se recompondo e arrumando o terno.
-A reunião acabou. ~Responde indo em direção  a porta.

-Juliana vem comigo.~Kátia chama aparecendo na porta e eu a sigo ainda sem acreditar no ocorrido.

-O que aconteceu lá? ~Questiona assustada.

-Ele me defendeu.~Falo em um sussurro.
-Ninguém nunca me defendeu.~Volto a falar.

Meu coração por algum motivo acelerou mas eu não sabia explicar o por que.
Saio em direção a sala dele  deixando Kátia sozinha.

A porta estava aberta e ele andava de um lado para o outro passando as mãos nos cabelos.

Fico parada o olhando.

Seus cabelos loiros estavam bagunçados e seu terno levemente amassado. Mas foi quando seus olhos se encontraram com os meus que eu soube que havia algo diferente alí.

Eu não conseguia o ver como apenas um chefe irritante e idiota.

Havia algo mais.

-Obrigada .~Falo me aproximando dele que apenas me olhava.

Seus olhos pareciam estar em uma tempestade.

-Eu juro que não entendo. Quanto mais eu tento me asfastar de você parece que mais entro em sua vida. Eu não consigo ver alguém te humilhar quando eu mesmo faço isso, não consigo te ver quase chorando quando eu mesmo faço coisas que te fazem quase derramar uma lágrima.~Fala passando a mão em meu rosto.

Fecho os olhos por um momento sentindo todo meu corpo relaxado. O toque dele era diferente dos outros que haviam passado por meu corpo.

Parecia ser um toque .... Puro.  E só  então eu percebi isso.

Por algum motivo eu quiz chorar.
Mas não era pelo mesmo motivo das outras vezes.

Eu senti pela primeira vez como é se sentir protegida.

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