-Você é muito bonito mesmo. ~Maria fala para Gustavo que está sentado no sofá a minha frente.
Tapo meu rosto com as mãos.
-Obrigado Maria.~Ele responde com um meio sorriso.
-Mas e então? Juliana é sua filha?~Questiona e ela sorrir.-Não. Explica a ele Juli.~Fala e eu suspiro.
-Não, Maria não é minha mãe. Mas é como se fosse. Ela tem o papel de mãe em minha vida.
E não tenho pais ou ninguém da família. Apenas ela .~Falo tentando desviar o assunto.Eu não queria ter que explicar sobre isso.
-Sinto muito.~Ele fala e Maria como sempre resolve interferir.
-Não sinta meu jovem. Os pais dela não morreram. É só que Juliana não gosta de falar sobre isso.~Responde e eu fuzilo ela com meu olhar.
-Ah. Claro.~Ele responde me olhando.
Tinha como aquela situação ser pior?
-E você como está depois da morte de seu irmão?~Ela pergunta e eu arregalo os olhos.
Ele nunca tinha falado sobre isso explicitamente.
-Estou bem.~Simplesmente responde e levanta para ir embora.
-Acho que a visita já deu o que tinha que dar. Preciso ir embora.~Fala e por algum motivo eu fico triste.-NÃO VAI NÃO. JULIANA ME FALOU MUITO DE VOCÊ E EU TENHO QUE TE INTERROGAR PARA SABER SE VOCÊ VAI FAZER BEM A ELA. ENTÃO SENTA ESSE TRASEIRO AÍ QUE EU VOU TRAZER UMA PIPOCA PARA ASSISTIRMOS UM FILME. ~Ela fala autoritária e vai para a cozinha.
Ele senta com um meio sorriso e eu me sinto constrangida.
-Sinto muito por ela.~Falo e ele nega com a cabeça.
-Está tudo bem Juliana. Ah e não precisa ir trabalhar amanhã. A empresa irá fechar mais cedo por causa de uma inspeção. Tire o dia de folga.~Fala e sorrio animada.
-Que ótimo, assim vou poder arrumar a nova casa e fazer a mudança.~Falo baixinho mas ele escuta.
-Vai se mudar?
-Sim. Vou morar em frente a sua empresa. Fica mais perto para ir trabalhar. Eu não pude ir antes porque ainda não recebi o meu salário.~Solto sem pensar e arregalo os olhos vendo a besteira que acabei de falar.
-Mas Gabi havia me falado que ela mesma tinha se encarregado disso.~Ele diz irritado.
Agora sim tudo fazia sentido.
- Ah claro e você acreditou naquela vagaranha Projeto de lambisgoia. ~Falo irritada.
-Aquela o quê?~Questiona com a sobrancelha levantada e não Seguro a risada.
Ele também sorrir.
Pela primeira vez o vejo sorrir abertamente.
E sim. Seu sorriso era lindo.
Em meio ao sorriso nossos olhares se encontram e havia um brilho diferente nos mesmos.
-VOLTEI.~Maria fala aparecendo com uma panela de pipoca.
Então coloca algum filme e faz Gustavo sentar ao meu lado enquanto ela deita no chão.
Diz que era mais confortável.
Eu ia pegar a pipoca quando Gustavo pareceu relaxar e ia fazer o mesmo.
Nossas mãos se tocaram.
Meu coração acelerou.
Ele estava perto. Perto demais.
Começo a percebe que o filme era de terror.
Eu não tinha medo de filmes assim o problema era que eu não gostava de ver sangue.
Isso me agoniava de um jeito inexplicável.
E do nada o cara do filme enfia uma espada na mulher que cai morta.
-Meu Deus.~Falo escondendo meu rosto mas mãos.
-Você tem medo Juliana? Justamente a que vive me desafiando tem medo de filme de terror ?~Pergunta sério mas eu percebi o tom de deboche.
-Não estou com medo. Só não gosto de ver pessoas morrendo na minha frente, só isso.~Falo voltando a assistir o filme.
Então o mesmo cara pega uma metralhadora e atira em três homens de uma vez.
Dou um grito agudo quando vejo o sangue praticamente voar.
Gustavo sorrir de lado.
O idiota estava se divertindo.
Se controla Juliana.
E então de tudo o que poderia acontecer o pior vem.
O mesmo cara pega uma mulher pelos cabelos e a leva para um beco escuro.
Ele tinha uma má intenção. Eu sabia.
Ela grita e tenta fugir mas ele é mas forte e logo a cena é cortada e só aparece ela no chão com sangue ao seu redor e a roupa rasgada.
Não sei em que momento acabei abraçada com Gustavo.
Mas meu coração estava a mil por hora e as lágrimas teimavam em cair.
Eu praticamente havia enfiado a cara em seu peito dentro do terno e ele estava surpreso e rígido.Escuto um fungar e percebo que vem de mim.
Eu não ia chorar.
-Ei! Calma, é só um filme idiota.~Fala nervoso e eu vejo que ainda estou agarrada a ele.
Me afasto rápido e ele novamente me surpreende quando me puxa para um abraço.
Seu cheiro era bom. E por algum motivo eu não quis sair de seus braços.
O que estava acontecendo comigo ?
-Desculpa.~Falo me afastando devagar e ele me olha profundamente.
Ah aquele olhar!
-Você é linda.~Fala e eu arregalo os olhos.
Nenhuma palavra é dita depois dessa frase.
Apenas nos olhávamos.
Voltamos a comer a pipoca e mudamos de filme.
Hora ou outra eu me pegava olhando para ele. E o pior era que sempre que eu olhava ele já esta olhando para mim.
***
Horas depois Maria estava dormindo e joguei um lençol em seu corpo.
O filme havia acabado e Gustavo se preparava para ir embora.
Estávamos na porta.
-Espero que não tenha se aborrecido comigo ou com Maria. Ela costuma ter as coisas do jeito dela sempre. Igual alguém que eu conheço. ~Insinuo batendo os olhos ingenuamente tentando prender a risada.
Ele ergue a sobrancelha.
-Isso quer dizer que eu sempre consigo as coisas como quero? ~Questiona.
-Sim. Eu mesma sou a prova disso.~Falo sorrindo e ele se aproxima ficando cara a cara comigo.
-Então deve ser por isso que eu vou conseguir um beijo seu.~Fala e então me beija.
Ele me beija.
Ele literalmente me beija..
Suas mãos seguram meu corpo com firmeza e delicadeza enquanto eu estava sem reação.
Corresponde ao beijo mesmo que meu subconsciente dissesse que aquilo estava errado.
Ele beijava bem.
Um beijo viciante.
Era diferente dos beijos que eu já havia recebido.
Era puro.
Mas ainda assim era errado.
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Um Olhar (COMPLETO)
RomantiekGustavo tem um passado sombrio e costuma ser hostil e arrogante. Juliana foi abusada quando era apenas uma adolescente e acabou sendo abandonada por seu noivo assim que ele soube disso. O coração de Gustavo? Era gelo. O dela ? A Antártida. Mas um d...