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Ela estava parada na frente de uma igreja. Odiava igrejas, mas não tinha nenhum problema com elas. Até gostava de vez ou outra ir até uma e blasfemar contra a fé dos humanos. Era divertido ver as suas reações espantadas quando ela dizia que odiava Deus e que Ele era um tirano. Os humanos só faltavam bater nela — alguns já haviam até tentado.

Apelathei estava usando um vestido preto rodado de alcinha, meias-calças pretas e saltos altos pretos — a cor era, sem sombra de dúvidas, a sua favorita. Usava também um colar duplo de ouro negro com cruzes. Uma virada para cima, com uma pequena coroa de espinhos sobre ela; a outra virada para baixo, com dois pequenos chifrinhos saindo dela. Era uma espécie de paródia particular contra a santidade do messias de Deus. Seu cabelo era escuro e muito cacheado, e estava preso em um rabo de cavalo. Ela tinha a aparência de uma mulher de vinte e seis anos, com um metro e setenta de altura — um e oitenta com os saltos —, e adorava isso.

Apelathei entrou na igreja quase desfilando.

As mulheres que rezavam pararam e a olharam como se ela estivesse nua. Quis rir. Seu vestido era apenas um pouco acima dos seus joelhos.

Ela as ignorou e foi direto para o confessionário. Em seguida, se sentou e esperou que o padre falasse.

— Pode começar, minha filha — murmurou calmamente o padre.

— Peço perdão, padre, porque eu pequei.

— E qual foi o seu pecado, minha filha?

— Eu copulei antes do casamento, padre — disse ela com uma voz terna.

— Deus perdoa, mas não tolera isso, minha filha.

— Não foi apenas isso, padre. — A voz terna foi substituída por sua voz natural. — Eu gostei. Gostei do pau nele me alargando. Gostei da língua dele na minha vagina. Eu gritei o nome dele quando gozei. Deixei que ele me prendesse numa parede e me fodesse como queria. Eu pedi a ele para me foder com mais força...

— Pare! — gritou o padre. — O que é isso? Você está maluca? Está na casa de Deus.

Antes que ele saísse de dentro do estande, Apelathei entrou em seu compartimento, ficou em cima dele e tapou a sua boca com a mão. Ela levou a mão livre até a genitália do padre e apertou o pequeno volume. Seus olhos ficaram laranja e os do homem arregalaram.

— Olhe bem para mim e me diga se eu estou com cara de quem está ligando. — Ela abriu um sorriso quase mordaz. — Acho que você quer que eu pare porque não sou a Jaime, não é, Louis?

As bruxas podiam fazer feitiços, lidar com a magia contida nos quatro elementos. Os vampiros bebiam sangue, dominavam sob hipnose as mentes humanas mais fracas. E os demônios conheciam os pecados e desejos das pessoas com um toque. Apelathei sabia que Jamie era a garota ruiva sentada na primeira fileira das cadeiras da igreja. Sabia que ela estava com um vestido semelhante ao seu, só que um pouco mais longo e florido. Sabia que ela tinha um par enorme de peitos e o seu olhar era de virgem inocente. Ela sabia de tudo isso porque Louis também sabia.

— Preciso que você me faça um pequeno favor, padre. Pode fazer isso por mim? Se eu tirar a mão da sua boca, vai ficar quieto? — Apelathei colocou a língua para fora e lambeu a têmpora de Louis lentamente, fazendo-o estremecer. — Se você não ficar quietinho, eu vou sair daqui, vou atrás da linda Jamie e vou foder com ela. — Ela se aproximou do ouvido de Louis e sussurrou: — Ela vai gozar na minha boca, e você vai saber disso. Nunca mais vai poder se imaginar fodendo aquele corpinho bonito, porque ela vai ter sido manchada e corrompida por um demônio. Eu vou ficar tão cravada na mente dela que todas às vezes que ela vier aqui, se confessar para você, vai falar dos sonhos que teve comigo, das vezes que desejou que eu a fodesse novamente. Então, vai ficar quieto, Louis?

Guerra dos CelestiaisOnde histórias criam vida. Descubra agora