27. Adrenalina

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Este capítulo em especial é dedicado a minha leitora AuroraBtly, que se dedicou a comentar todos os capítulos que leu, me apoiou e me "encheu" até eu voltar apostar. Muito, muito obrigada, de verdade, pelo seu apoio pelo Facebook e pelos comentários. Obrigada por encher o meu saco e por não desistir de mim. Espero que você goste deste capítulo, porque ele é todo seu!


Killian quase soltou um gemido de alívio quando entrou na banheira cheia de gelo. Aquilo deveria ser desconfortável, mas o metal demoníaco era muito mais. Ele... sugava a raiva dele, incentivando-o discretamente a matar, a seguir derramando sangue de Celestiais. A sensação do metal quente na pele era quase indescritível. Como ter Apelathei me tocando em todos os lugares, ao mesmo tempo, pensou. Agora era capaz de entender, minimamente, o que Apelathei sentia o tempo todo. Toda a adrenalina circulando pelo corpo, o metal obrigando seu coração a continuar produzindo mais, mas o mantendo vivo ainda assim.

Deixou o corpo afundar na água congelante e fechou os olhos, aproveitando o frio que não sentia dentro daquela roupa. A desculpa de Apelathei para fazê-lo usar aquilo fora até plausível. Metal demoníaco era extremamente difícil de conseguir, e segundo o demônio, não dava em árvores. Arma alguma, que fosse terrestre, seria capaz de atravessá-lo. E ele ainda "ajudava" você a continuar lutando — e obviamente ela omitira a parte em que o metal não só o ajudava a continuar lutando, como também a continuar matando e não sentindo nada. Ele gostaria de negar, dizer que não gostou de usá-lo, mas estaria mentindo. Comparar Apelathei àquele metal era a coisa mais certa do mundo. Os dois tinham uma intensidade que ardia e queimava. Excitantes.

Perdeu a conta de quanto tempo ficou dentro da banheira, mas precisava sair dela, falar com seus soldados e com Apelathei. Ela iria querer notícias dele sobre como havia sido a batalha. E provavelmente gargalharia apenas por imaginar a cara de Miguel quando chegasse e visse que perdera uma boa quantidade de soldados americanos para as chamas das bruxas.

Saiu da banheira, se secou, vestiu jeans escuros e uma camiseta preta com gola V. Ergueu as mangas da camiseta até os cotovelos e arregalou levemente os olhos. As marcas do metal em sua pele estavam avermelhadas, como se ele realmente o tivesse queimado. Mas sequer havia sentido. Apelathei avisara que o uso teria alguns poucos efeitos colaterais — que não eram fatais. Seu corpo ainda estava com muita adrenalina, e agora sua pele estava com queimaduras. Ela disse que tudo aquilo passaria em alguns dias — a adrenalina excessiva em vinte e quatro horas.

Saiu do quarto. Precisava comer alguma coisa e achar seu celular.

— Killian? — Parou quando ouviu seu nome.

Virou-se e viu Alina, um anjo, caminhando em sua direção. Ela não era muito alta; era loira e corpulenta. Seria bonita se não fosse tão... Ele não tinha uma palavra certa para descrever, mas não conseguia achá-la bonita. Ela sorriu e se aproximou rapidamente, jogando uma mecha do cabelo para trás do ombro.

— Eu estava mesmo indo falar com você — disse ela com uma voz macia demais. Falsa demais.

Killian franziu as sobrancelhas e sorriu de modo educado.

— Claro. Para quê?

Ela passou a língua lentamente pelos incisivos centrais superiores e sorriu.

— Só queria agradecer pela batalha de hoje. — Colocou a mão na cintura. — Você é um ótimo líder. Os Caídos têm muita sorte por tê-lo, assim como nós Descidos também temos.

Alina deu um passo longo demais para perto de Killian. O anjo ficou parado, quase colada ao peito da gárgula. Ergueu a cabeça para poder olhar em seus olhos e abriu uma tentativa de sorriso "sensual".

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