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Killian soltou a perna de Apelathei e ela caiu em queda livre novamente, mas como da última vez, não foi de encontro ao chão. Caiu sobre braços fortes que a seguraram com firmeza.

Ela abriu os olhos e deu de cara com uma gárgula. Ele era loiro e alto, e tinha o cenho franzido, encarando o rosto dela com uma curiosidade nem um pouco discreta.

— Lukka — chamou Killian, fazendo o loiro desviar o olhar do rosto de Apelathei e encará-lo. — Pode soltá-la.

Apelathei propositalmente passou os braços em volta do pescoço de Lukka e se segurou a ele com força.

— Não quero que ele me solte — disse ela com um sorrisinho provocativo. — Eu me sinto tão protegida com ele...

Killian perdeu a paciência e a arrancou à força dos braços de Lukka. Segurou-a pelo cotovelo e começou a andar para dentro da Torre das Gárgulas, a casa nova-iorquina deles.

Apelathei estava lutando para não começar a rir. Sabia que Killian provavelmente estava com ciúmes, e uma pequena parte cruel sua adoraria vê-lo dando um show por causa dela.

— Killian? — chamou Lukka. — Eles querem falar com você.

Killian parou abruptamente e Apelathei se chocou nele. Ele se virou para encará-la e todo o humor dela desapareceu. A expressão dele era quase de medo, mas a maior parte era preocupação. O olhar de Killian se afastou dela e encontrou o da outra gárgula.

Apelathei sabia que estava na Torre das Gárgulas, mas não pensou que poderia estar lá clandestinamente. Sentiu uma pontada no peito com o pensamento de que as outras gárgulas poderiam querer executar Killian por traição.

— Não vá — sussurrou ela antes que percebesse. Killian tornou a encará-la, e ela engoliu em seco. — Não precisa ir falar com eles. Podemos ir embora.

— É a sua família, Killian — lembrou Lukka. — Querem apenas ouvir a verdade de você.

Apelathei se voltou para a outra gárgula com os punhos fechados e Killian a segurou pelos braços, mantendo-a no lugar e longe de Lukka.

— Killian não vai para porra de lugar nenhum. Ele vai embora comigo — rosnou ela com os dentes cerrados.

— Apelathei, cale a boca, por favor — pediu Killian com os olhos fechados.

Ela o encarou e percebeu que ele parecia lutar internamente.

Killian abriu os olhos e olhou para Lukka.

— Diga a eles que eu estarei na Sala Grande em cinco minutos, no máximo. Preciso apenas falar com ela.

— Eu não vou para lugar nenhum! — esbravejou Apelathei. — E você... — Ela foi silenciada no instante em que Killian colocou as duas mãos em seu rosto, segurando as suas bochechas e o seu olhar.

— Eu estou a dois segundos de começar a gritar de verdade com você. Por favor, não discuta comigo agora. Prometo que vai poder fazer isso daqui a pouco, mas, por enquanto, fique de boca fechada.

"Vá se foder..." foi à resposta silenciosa de Apelathei, e Killian sorriu, soltando o seu rosto e segurando a sua mão. Ele a levou aos lábios e depositou um beijo leve no dorso.

— Seja uma boa garota e tente não foder ainda mais com a minha paciência.

Ela lhe mostrou o dedo do meio com a mão livre e ele a soltou, caminhando na sua frente depois de mandá-la segui-lo.

Lukka havia voltado e começou a caminhar ao lado dela. Ele a olhava discretamente — nem tanto — e desviava o olhar sempre que ela retribuía.

— O que foi? — perguntou Apelathei.

Guerra dos CelestiaisOnde histórias criam vida. Descubra agora