Discussão

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Garion olhou-a de baixo para cima. A maneira como o demônio Apelathei andava era excitante. Calcanhares um na frente do outro, pernas longas e aquele vestido preto justo. Ela era decididamente uma tentação — que ele gostaria imensamente de provar; lentamente, com muito cuidado e a fazendo gemer o tempo todo. Sorriu, tentando esconder o quanto havia ficado excitado com a presença dela.

O vestido era aberto e seus olhos encontraram algo inacreditável. Havia marcas nas costas dela, marcas que pareciam manchas, mas finas e quase discretas. Começavam do lado esquerdo de suas costas e terminavam em uma parte coberta, dentro do vestido, no final das costas do demônio.

Apelathei o olhou de baixo para cima e inclinou a cabeça, como se tivesse percebido a mudança em sua expressão.

— Sinto muito — desculpou-se rapidamente. — Eu não quis...

— Quer saber como eu as consegui? — ela o interrompeu.

Garion engoliu em seco. Querer, queria. Mas não queria ofendê-la. Ele, assim como muitos outros, conhecia as histórias sobre o demônio Apelathei. O que ela havia feito em 932, devastando a Europa e a Ásia, matando todos os líderes de cada distrito. O massacre tornou-a conhecida e temida; o sangue em que se banhou, durante os dez anos de Pânico, como ficou conhecida à época.

— Eu não quis ofendê-la, me perdoe.

Ela sorriu. Um sorriso delicado e incrivelmente sensual. Garion engoliu em seco, o desejo pelo corpo do demônio crescendo cada vez mais.

— Está perdoado — ela disse. Aproximou-se dele um pouco e partes do corpo de Garion ficaram mais duras. — Mas pare de me olhar como se fosse mesmo me foder ou eu mostro a você o que fiz com quem deixou essas marcas na minha pele.

Garion afastou-se dela instantaneamente e sorriu, demonstrando que havia entendido a clara ameaça. Tinha uma leve noção de qual havia sido o destino de quem a marcou — e sabia que não queria o mesmo destino de maneira alguma.

Concordou com um meneio de cabeça e a conduziu até a sala de reunião. Abriu a porta para que ela entrasse e teve uma visão ainda melhor das marcas nas costas dela. Pareciam veias pretas, mas não pareciam marcar a superfície de sua pele. Eram enormes, como se tivessem sido tatuadas lá. Desejou saber o que havia feito aquilo. Ignorou sua curiosidade e foi tomar seu assento. A última coisa que queria era perder a cabeça.

...

Apelathei tomou seu lugar na cabeceira da enorme e lotada mesa. Cheia de demônios, bruxos e vampiros. Ela gostava do Conselho russo. Eles eram muito mais sérios; ar mais profissional — e não sorriam muito. Cruzou as pernas e esperou que começassem com as apresentações. Não conhecia todos aqueles líderes.

— Esperamos que sua estadia em Moscou seja satisfatória — disse o demônio que a recebera. — Estamos muito contentes com a sua visita.

— Infelizmente a visita não é social e muito menos algo que eu queria ter feito — informou. — Estamos com um grande problema.

— É por causa das mortes recentes? — indagou uma ruiva com olhos vermelhos intensos. Não parecia ter mais do que trinta anos. — Estamos tentando entender o porquê dessa quantidade de mortes logo agora.

Apelathei a olhou.

— Não precisa fazê-lo, vou explicar agora. — Observou a mulher bebericar sangue dentro de uma taça de cristal. — O líder de NY, Gaurel, foi morto recentemente e outro veio substituí-lo.

— E o que isso tem a ver com as mortes? — questionou um homem de cerca de vinte e cinco anos, com olhos grandes e amarelos, assim como seus cabelos.

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