Achei

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— Você é completamente louca — disse Lipotak. — Total e completamente insana, irmã.

Apelathei revirou os olhos.

— Para de ser tão dramático.

Lipotak quase saltou do sofá.

— Você matou um vampiro. Você o matou! E eu que sou dramático? — Olhou para Killian com o olhar critico. — E você a deixou fazer uma merda dessas?

Killian estava completamente sereno.

— Não sou pai dela — respondeu. — Apelathei sabe exatamente o que faz. Cansei de agir como adulto e ver os meus conselhos entrarem por um ouvido e saírem pelo outro com ela.

— Certo... O que vai fazer agora que conseguiu seja qual for à informação que queria dele?

Apelathei sorriu maliciosamente para o irmão.

— Vamos marcar uma reunião com o resto dos líderes. Quero que todos saibam que eu estou completamente viva. — Ela olhou as próprias unhas. — E Killian vai embora.

— O quê? — berrou a gárgula. — Está me expulsando?

Ela levou inocentemente a mão ao peito.

— Nossa, eu achei que tive dito de maneira gentil. — A gárgula lhe lançou um olhar fulminante. Ela riu. — Sim, eu quero que você vá embora. Já deu da sua proteção. O que eu quero é guerra, de qualquer jeito. E se todos já vão ficar sabendo que estou viva, por que me esconder?

Killian se levantou abruptamente e saiu, batendo a porta com força no processo.

— Você é uma idiota — disse Lipotak. — Precisava mesmo falar assim com ele?

O sorriso dela morreu e o demônio encarou com o olhar sério o irmão.

— Preciso mantê-lo em segurança. Não quero que os Caídos me acusem de traição por estar com ele. E como diz o ditado humano: a corda só arrebenta do lado mais fraco. Ou seja, iriam atrás dele e não de mim. Ou seja, parte dois, ele estaria morto.

— Quer dizer que ele pode se foder inteiro por sua causa com os dele, mas você não pode fazer o mesmo por ele? — desdenhou Lipotak. — Você é uma vadia muito da egoísta.

Ela se levantou e caminhou até o quarto. Murmurou, ainda de costas para o irmão:

— Somos demônios. É isso que fazemos.

...

Os olhos vermelhos de Cassilius quase saltaram de suas orbitas ao verem o rosto do demônio. Ela vestia uma jardineira de couro preto e uma camiseta preta escrita Did the Devil tell you to do it? Ela parecia completamente saudável e pior, estava mais viva do que nunca. Seu coração batia em um ritmo frenético que ele não sentia desde que era vampiro — milhares de anos. Se ainda transpirasse, estaria afogado agora em seu próprio suor. Ela estava viva. Ela estava muito viva. Ele sabia que se não desse um jeito, estaria muito mais morto do que já estava.

...

Apelathei conseguia sentir no ar o medo de Cassilius. Era como um cheiro doce e enjoativo. Mas ela gostava. Na verdade, ela estava adorando. Descobriria porque ele estava com tanto medo e porque a notícia da "morte" dela fora espalhada para os vampiros por meio dos lábios dele. O demônio o faria pagar por isso.

Ela sorriu e se sentou. Olhou em volta, admirando o esplendor do lugar. Vampiros, bruxas e demônios reunidos, todos bem calados, apenas esperando que ela falasse. Os olhos dos líderes estavam longe de alertas. Sagara parecia calma, até um pouco entediada. Lipotak estava mesmo entediado. Cassilius quase dançava em seu acento.

Guerra dos CelestiaisOnde histórias criam vida. Descubra agora