Aline pede abrigo e carinho a Tissy

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Eu não queria voltar pra casa depois que meu expediente acabou na sexta-feira de manhã. Eu agradeci que Jorge não tivesse tido a ideia de ir me buscar no hospital e fui caminhando até o prédio onde funcionava o escritório que o Alex e a Tissy trabalhavam. Pedi ao porteiro que anunciasse a Ticiane que eu esperava pra falar com ela, mas sem informar ao Alex da minha presença. Eu não queria falar com meu irmão.

Tissy desceu pra falar comigo depois de alguns instantes.

- Por que não subiu?

- E dar de cara com o Alex?

- Você parece desanimada!

- Porque eu estou desanimada. Vim te ver porque eu não queria ir pra casa.

- Brigou com o Jorge de novo?

- Ainda não.

- Como assim,ainda não?

- Vamos comer um subway com Coca-cola?

- Não posso sair agora, mas... Você está com a moto?

- Não! Eu vim de carona com o Jorge.

- Eu ia sugerir que você fosse pra minha casa e descansar por lá até eu chegar. Mas, você pode ir de táxi, me espera lá que eu chego as seis da tarde.

Recebi as chaves do apartamento de Tissy de suas mãos e tomei um táxi até o prédio onde ela morava na Travessa da Domingos de Morais/Vila Mariana.

Ao contrario da casa de seus pais, seu apartamento era um lugar pequeno de apenas um quarto, sala, cozinha americana e um banheiro. Tudo muito simpático e bem organizado.

Descalcei meus pés e me larguei no seu sofá, ligando a TV e vendo os programas por alto sem prestar atenção. Na minha cabeça só vinha a imagem de Jorge abraçado aquela garota que devia ter na faixa de dezenove anos de idade.

Eu não sabia se sentia mais raiva dele ou de mim, por ficar constantemente pensando nele.

Fui até a geladeira de Tissy e apanhei uma garrafa de Amarula que estava um pouco acima do meio na porta da sua geladeira e um copo em seu armário.

Me sentei diante da TV e comecei a beber. Eu não tinha colocado nada no estômago desde a manha do dia anterior. Mas, não tinha a menor vontade de comer. Então fiquei ali sentada me entupindo daquele licor delicioso e remoendo minha mágoa.


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