Dando de cara com Jean

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Fui para casa ligado no automático, era como se meu cerebro estivesse desligado e o carro soubesse o caminho, por várias vezes tentei me concentrar no que estava fazendo, mas o que queria era chegar em casa e ver Aline e constatar de que ela estava lá.

Estacionei para entrar com a pick-up, vi um carro diferente na garagem, meu estomago gelou e senti um nó na garganta já suspeitando de que Alex poderia estar lá para convencer Aline de me deixar, entrei rápido e corri para fechar o portão, peguei minha pasta, entrei em casa querendo agir normalmente, e dou de cara com um moreno sentado no meu sofá e acariciando a cabeça grande de Junior, fiquei parado tentando entender quem era aquele homem.

(Aline)
- Oi Amor! - Jorge parecia bastante tenso e fui tomar a pasta de suas mãos e lhe dar um abraço de boas vindas, estava com saudades- Esse é o meu amigo, Jean Reddy.

Jean levantou-se e estendeu a mão para cumprimentar Jorge.

(Jorge)
Olhei para Aline e lentamente olhei para o tal Jean que veio para me tirar Aline, olhei para sua mão, apertei por educação, agora estava entendendo tudo, por que Alex me procurou, era mais que um aviso, era a concretização de que perderia Aline para ele, sorri logo que soltei sua mão, agrei Aline pela cintura e a olhei, passei a mão pelo seu rosto.

- Senti tanta a sua falta... Só  pensar que estava há quilômetros de distância... - Dei-lhe um beijo apaixonado, amedrontado, um bolo na garganta se fez, queria pedir ali naquele momento para não me deixar. - Parei de beija-la e a olhei sorrindo. - Temos um convidado para o Jantar?

(Jean)
- Ah não, já me demorei demais,vim ver a minha velha amiga.

(Aline)
Adorei o modo como Jean enfatizou a palavra amiga- A mais de um ano não via essa baixinha, senti saudades.

Me aninhei a Jorge e beijei seu rosto.

-Eu também morri de saudades!

(Jorge)
- Fique... Faço questão de receber o Amigo da minha namorida. - Olhei para Aline e ri. - Eu podia dizer esposa!?

(Aline)
-Podia não,pode!

(Jean)
- Aceito o convite então! Adoro a comida da Aline.

(Aline)
Eu não queria que o Jean ficasse para o jantar. Adorava o meu amigo, mas não queria que o Jorge se sentisse constrangido e ele parecia tão tenso.

(Jorge)
- Que bom... Temos muitas coisas para conversar eu creio! - Me abaixei para cumprimentar Junior que parecia tímido e que tinha feito algo de errado. - Está tudo bem garoto, papai chegou.  - Me ergui e olhei para Aline. - Nosso bebê se comportou bem?

(Aline)
- Ele sempre se comporta! Como foi o seu dia?- perguntei folgando sua grava, e tirando seu paletó, Jean voltou a sentar-se- Acho que vou preparar o nosso jantar.

(Jorge)
- Vou trocar de roupa. - bati no ombro do tal Jean. - Volto rápido... E escolho um vinho para tomarmos. - Olhei para Aline, precisava saber se não era encenação. - Depois falamos sobre o meu dia e o seu. - Dei as costas e subi a escada abrindo a camisa, bufando de desgosto, nervosismo e medo.

(Jean)
-Aline é melhor eu ir embora!- Jean exclamou- Tá na cara que seu marido não gostou de me ver aqui.

(Aline)
-Imagina, Jean! Você é um grande amigo... O Jorge vai gostar de você depois de te conhecer.

(Jean)
-Tem certeza?

(Aline)

-Tenho! - Eu sorri afável- Vou preparar o nosso jantar. Fique a vontade!

Segui para a cozinha pra fritar os filés de peixe que eu já tinha temperado e empanado previamente, aproveitei para fazer um arroz de brócolis.

(Jorge)
Entrei no quarto, Junior entrou comigo, nem tinha percebido que estava me seguindo, me sentei na cama depois de fechar a porta, tudo estava arrumado, a presença de Aline estava no meu quarto, agora era nosso, sorri, passei a mão no rosto exasperado, Junior parou diante de mim e se sentou a minha frente, seus dentes de baixo ficaram a mostra, orelhas baixas e cara de quem precisava e muito de carinho.

- Eu também preciso de carinho... - disse entortando a cabeça para olha-lo, sorri quando se aproximou querendo fazer festa, mas parecia desanimado. - O que foi seu cabeça grande?

Não tive a resposta, mas o abracei puxando para o meu colo e o apertei no meu colo.

- Devia ter mordido a bunda dele em vez de ficar pedindo carinho. - Disse apertando suas bochechas, o soltei e troquei de roupa e voltei para a sala.

Tinha que achar uma maneira de fazer aquele cara se tocar de que Aline não ia voltar com ele.

(Aline)
Eu não estava gostando do modo como o Jorge estava agindo, ele não parecia apenas zangado e inseguro pelo meu ex-namorado estar ali. Era como se algo o tivesse deixado muito bravo e ele precisasse desabafar. Pensei em subir e tentar saber o que houve. Mas, talvez fosse melhor deixá-lo sozinho um tempo e depois quando estivéssemos só nós em casa, eu arrancaria dele o que o deixou daquele jeito.

(Jorge) - Então Jean?... Gosta de vinho tinto pró seco ou seco? - Disse ao chegar na sala e indo ao armário climatizador de vinhos.

(Jean)
-Tanto faz, eu não sou muito adepto de vinho... Na verdade,eu não sou muito adepto a bebida, quando namoramos a Aline sempre bebeu mais que eu.- eu não deveria ter dito aquilo, estava na cara que eles estava inseguro com a minha presença ali e eu ainda reforcei a ideia de que éramos ex-namorados.

- eu não deveria ter dito aquilo, estava na cara que eles estava inseguro com a minha presença ali e eu ainda reforcei a ideia de que éramos ex-namorados

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Jean

O InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora