Jorge e o curso

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Entrei faltando 5 minutos para fechar o portão, procurei minha sala pelo painel na entrada e segui, ao chegar, parei na porta e olhei, só tinha lugar nos fundos e esse lugar para mim seria o pior lugar, todos ficaram me olhando, eu suava frio, eu queria o Junior para me passar segurança e poder amaçar seu couro macio.

- Com licença - Disse um senhor atrás de mim com um cutucão generoso.

Me virei para dar passagem e sair correndo daquele lugar, olhei para o senhor.

- Perdoe-me - Disse puxando um lenço do bolso e limpando o suor da testa.

- Jorge?... Dr. Jorge Quintino? - O senhor sorriu, sorri com ele e nos apertamos as mãos.

- Professor Guimarães... Quanta honra... - Fiquei feliz em ver uma cara conhecida.

- O que faz aí em pé?

- Ah.... - Olhei para os alunos e ri sem jeito.

Falei por alto a minha fobia e relatei o sequestro e meu cão terapia que está lá fora me esperando, como os portões já estavam fechados, Não podia busca-lo, logo tratou de me arrumar um lugar perto dele, assim poderia me ajudar se caso passasse mal, isso foi muito bom, me ajudou e muito.

Foram 4horas de provas, fiz toda ela e refiz e revisei, eu queria passar em primeiro lugar, doa a quem doer, eu era ambicioso e orgulhoso para almejar essa colocação, precisava a independência definitiva do meu pai e do escritório.

Todos começaram a entregar as provas, o professor pediu para eu esperar, fiquei sentado ali até terminar e o sinal tocar, todos que sobraram na sala entregaram a prova, inclusive eu.

Acompanhei meu lápis, caneta e borracha e segui o professor.

- Então quer ser Juiz? - Perguntou-me sorrindo.

- Quero... Sempre quis na verdade, um sonho de criança.

Rimos.

- Você era um dos meus melhores alunos... - Dr. Guimarães apoiou a mão no meu ombro e sorriu. - Com quem está trabalhando?

- Com meu pai... Ele me arrastou para o escritório dele... - Torci a boca. -Me jogou para atender os casos que ele detesta... Separação, inventário, etc...

- Mas que merda... Você deveria estar em grandes casos... Você é bom em casos criminalistas...

Dei de ombros.

- Por isso quero sair do escritório, ser Juiz é a única forma, por que o Sr. Quintino não vai me deixar ir para outro escritório.

- Estou torcendo para que passe... - Disse ele chegando na porta da sala dos professores. - Estou lecionando aqui na PUC... Venha me visitar quando tiver tempo, e me conte se passou!

Nos abraçamos calorosamente e me despedi dizendo que voltaria para um café e um papo entre advogados e amigos e corri para ver minha noiva linda e meu filho peludo.

O InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora