(Jorge)
No caminho fui ligando para as pessoas para quem tinha gratidão e apreço e pedi para que comparecesse em minha casa no guarujá, mamãe e papai também estariam lá, Renata já tinha avisado, pedi ao prefeito para me ceder um pedaço da praia de frente para nossa casa, e falei com Bad Boy para deixar o quiosque aberto, fechei um preço legal para bebidas, as mais caras ficariam em casa e Darcy ficaria responsável para servi-las, liguei para mamãe.- Oi mãe... Está tudo certo?...que horas estarão em casa? - Perguntei animado e ansioso.
- Dentro de meia hora estaremos descendo... - Disse mamãe animada. - A Renata está descendo com o véu e o vestido curto que encomendou.
- Perfeito... A costureira conseguiu terminar a tempo... - Respirei fundo. - Me ligue quando entrar em casa.
- Pode deixar... - Disse ela desligando logo em seguida.
Segui para o escritório com tudo praticamente encaminhado.
(Aline)
Abri a farmácia e iniciei meu expediente a espera da atendente que trabalhava comigo. Ela chegou pouco tempo depois, era uma lourinha simpática de cabelos cacheados e óculos de grau de aros grossos. Se chamava Marisa e era um doce de pessoa. Tinha dezoito anos e já tinha um filhinho de três anos.O fluxo de clientes na farmácia era bem intenso para o tamanho do estabelecimento, mas isso se dava ao fato de que o preço dos remédios era abaixo do preço de mercado.
Por volta do meio-dia recebi a visita de Jean, mas não pude lhe dar atenção de imediato, já que estava ocupada aplicando uma injeção em um cliente. Acenei para ele que me esperasse um instante.
Dentro de alguns minutos saímos para almoçar numa churrascaria que funcionava em frente a farmácia.
- Então Baixinha! O que você e seu noivo estão aprontando pra que eu tenha sido requisitado pra uma visita.
- Ah, nada demais! Só um encontro entre amigos. A noite do cachorro-quente -Jean riu, provavelmente achando aquilo meio infantil- Foi bom que você tenha aparecido na farmácia pra me fazer essa visita. Eu queria te pedir uma coisa.
- Olha lá o que você vai me pedir! Não quero seu marido achando que eu quero atravessar o caminho dele. - Ele acenou para a garçonete e fez nossos pedidos
- Relaxa, isso foi só um momento! O Jorge estava se sentindo inseguro e ele concordou com o que eu tenho a te pedir.
- E o que você tem a me pedir?
- Na verdade não é bem um pedido,é um convite!
- E que convite é esse?-ele já parecia estar impaciente.
- Aceita ser meu padrinho de casamento?
- Padrinho de casamento? -ele repetiu- Tem certeza que seu mari... Noivo, concordou com isso?
- Absoluta! Ele me conhece e confia em mim. Eu não faria esse convite se achasse que de algum modo poderia magoa-lo.
- Você está certíssima! E sendo assim eu aceito. E o que o Alex está achando desse casamento?
-O Alex deixou de falar comigo.
- Lamento!
Nossos pratos chegaram e comemos enquanto Jean me contava o quanto estava gostando da sua estadia no Guarujá e que cogitava montar uma loja de móveis por lá e comprar uma casa pra se tornar efetivo. Falamos ainda sobre os meus planos ao lado do meu futuro juiz e marido.
(Jorge)
Trabalhei o dia todo, revi alguns casos e saí do escritório as 15hs para dar tempo de chegar na farmácia e leva-la para qualquer lugar, menos para casa.Mas antes precisava fazer algo.
- Boa tarde... O Dr. Alexandre Viana está? - Perguntei a recepcionista do escritório dele.
- Sim... Quem gostaria? - A moça me olhou num sorriso desejoso.
- Dr. Quintino. - Pisqui para ela e sorri, enfiando as mãos nos bolsos, logo me anunciou e creio que Alex achou que era meu pai, pois saiu apreçado da sala detendo o passo assim que me viu.
- O que quer aqui? - Disse ele ríspido.
- Nada demais... _ Me aproximei. - Olha Alex... Sei que temos nossas diferenças, você não gosta de mim e eu... - Dei de ombros. - Tentaria gostar de você se me deixasse, principalmente se fizesse Aline feliz...
- O que penso de você não vai mudar nada vindo aqui e tentando me convencer de algo.
- Nem vim te convencer... Só vim te comunicar que hoje faremos uma festa de noivado na casa do Guarujá, está convidado... Se não der para ir, quero te comunicar que o nosso casamento está previsto para 27 de maio, Igreja Nossa Senhora do Brasil, e a Aline e eu fazemos questão de que entre com a noiva... E não vou aceitar um não como resposta, e nem vou querer ouvir, Alex...- Apontei para ele. - Você deve isso a ela e se recusar a ir por ela, não sei como farei para juntar vocês novamente daqui a alguns anos... - Dei um tapa leve em seu peito. - Pense bem... E outra coisa... Sua filha pode ser a daminha?
Alex estava tão perplexo que não respondeu, eu deva ser muito cara de pau.
- Está bem... Depois você da a resposta para a Aline... - Respirei fundo. - Tenha uma boa noite cunhado!
Dei as costas e saí com uma sorriso no rosto, acenei para a recepcionista que me seguiu com os olhos e tomei meu caminho para o elevador, sabia que Alex não apareceria no noivado, mas esperava imensamente que fosse no casamento.
A porta do elevador se abriu, Junior queria se adiantar e entrar, o segurei, duas pessoas sairam de lá de dentro, uma parou a minha frente, só percebi por que vi os pés parados, levantei a cabeça sismado e vejo Tisiane sorrindo e de braços cruzados, parecia curiosa do que fazia ali.
- Oi Tissy... - A beijei no rosto e sorri. - Esqueci que trabalhava aqui.
(Tissy)
- Olá doutor Jorge Quintino. - Me adiantei para abraçá-lo - Estarei na sua casa logo mais para a noite do cachorro-quente! Só você e a Aline pra pensarem nisso(Jorge)
- A Aline acha que é só a noite do cachorro quente... - Dei risada. - Na verdade estou preparando uma festa surpresa de noivado, com direito a lual, cachorro quente... - Disse de uma forma engraçada. - Bebidas... Pode levar uma roupa para dormir, apesar que contratei um pessoal para não deixar ninguém dormir.(Tissy)
- Está brincando!- levei as duas mãos aos lábios- Foi bom ter sido avisada porque ia aparecer de Tailleur. Meu Deus, a Aline vai surtar.(Jorge)
Dei risada e concordei.- Vai... Ainda mais toda certinha como é...mas quero que ela se divirta e curta os amigos e a família... Já que o único da família...Não quer ir. - Dei de ombros chateado. - Cabeça dura... Se pelo menos ele pensasse na Aline... não precisa conversar comigo, mas que a apoiasse...
(Tissy)
- O Alex é turrão assim mesmo,mas eu acho que essa birra não dura muito tempo não! Ele venera aquela irmãO que devo usar nessa super festa?
(Jorge)
- Uma roupa leve pra curtir um lual com musica e bebida... - Sorri. - E tente fazer esse turrão pelo menos ir ao casamento e entrar com a irmã dele... Faça ele lembrar que é a única que ele tem. - Dei um beijo em seus rosto. - Preciso ir, Aline não pode ir para casa... Se não a surpresa acaba... Nos vemos lá.Tissy acenou para mim assim que entrei no elevador, e agora eu tinha que voar antes da Aline sair da Farmácia.
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O Inquilino
RomanceAline Viana é uma farmacêutica pragmática e com mania de limpeza, que por anos guarda cada centavo que ganha pra comprar a casa em que sua mãe trabalhou como domestica e ela e o irmão foram criados. Os anos passam e ela compra essa casa de por...