Jorge Quintino

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Saí da garagem e tomei a rua quase que cantando pneu, não acreditava no que estava acontecendo, era muito para a minha cabeça. Junior enfiou a cabeça entre os bancos e reclamou com um rosnado.

- Como você pode fazer aquilo, Junior, pegar o sapato dela, já não basta os meus. - O olhei de relance, novamente ele reclamou. - Fique longe do quarto daquela maluca e dos sapatos dela! - Dei uma brinca nele. - Vai dormir agora!

Bati no volante com raiva, o que estava vivendo era su real e inexplicável, minha paz tinha acabado e eu amava aquela casa e era justamente onde queria ficar, tinha que convencer aquela garota de me vender a casa ou alugar para mim, não estava a fim de procurar por outro imóvel, mas já que iriamos ficar na mesma casa, não iria facilitar para ela, iria ter que me aguentar.

Cheguei no escritório as 8h da manhã, meu cliente já me esperava, nos sentamos e discutimos sobre o processo jurídico, graças a Deus ele quis entrar em acordo, segunda estaria cedo no fórum para a audiência, arrumei mais alguns processos revi outro, almocei na Av. Paulista e esperei meus amigos para irmos para o Guarujá.

Adriano e Bruno pararam o carro na Pamplona estava a espera deles, a lateral do meu carro já estava todo babado, eu não ligava, meus amigos pararam olhando para Junior.

- Esse seu cachorro tem algum problema... Ele baba mais que criancinha... - Disse Adriano espalmando a mão na minha em um cumprimento.

- Ele é uma criança... Só tem oito meses de vida.  - Disse abraçando meu amigo. - Fala aí, Brunão. - O puxei para um abraço, -  Como está na universidade?

- Fazer o segundo curso não é fácil. - Bruno me abraçou.

- E aí moçada?... Pronto para ir ao mercado?

- Bora aí! - Adriano rui, entramos no carro e seguimos para o supermercado Pão de Açúcar, próximo de onde morava no Morumbi.

Durante as compras, encontramos uma galera, aproveitando para chamar para a balada logo mais a noite, tinha me esquecido completamente que eu não morava mais sozinho, só me lembrei quando abri a porta do passageiro da minha pick-up cabine dupla e o sapato da garota estava lá, caído no chão e mais comido do que antes, peguei na mão e olhei bufando.

- O que é isso, cara? - Bruno puxou o sapato da minha mão. - Qual foi a cinderela que perdeu o sapatinho?

- Cinderela uma ova... - Puxei o sapato e enfiei na boca do Junior. - É o seguinte... Uma maluca comprou a casa sem olhar se tinha ou não um inquilino... O velho está internado no Hospital e não pode resolver isso... Essa mesma maluca foi lá para minha casa, quase me matou e estou sendo obrigado a morar com a meliante atiradora de cinzeiros.

Adriano e Bruno se olharam não entendendo nada, e caíram na gargalhada, cocei a testa irritado, antes não tivesse feito isso, por que toquei bem no galo e ferimento que fez na minha testa, ralhei nervoso.

- Gente... Não quero que mecham nessa garota, o irmão dela também é advogado e não estou afim de um processo, então querem comer alguma gata, sem problemas, mas não mecha com essa garota se não quiserem ir preso por assedio sexual, entenderam?

- Pode deixar! - Adriano esfregou as mãos. - Estou louco para conhecer essa maluca, pelo jeito ela é gostosa.

- Baixinha, gorda, usa óculos...

- E tem dentes tortos? - Bruno não parava de rir.

- Dá para falar sério?

- Opa... Vamos lá Dr. Quintino.  Adriano cruzou os braços tentando não rir.

- Não faz essa cara... - Pedi revirando os olhos. - Vamos fazer a festa e deixar a garota entrar e ir para o quarto dela, ok!?

- O Sr. Quem manda.

- Ótimo! - Voltei a colocar as compras no carro, fechei a porta e seguimos para o Guarujá.

- Ótimo! - Voltei a colocar as compras no carro, fechei a porta e seguimos para o Guarujá

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Guarujá - São Paulo - Rua Prestes Maia

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