Aline vai ao escritório de Jorge

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(Aline)
Aquele dia em especial Olga resolveu pegar no meu pé, mas eu estava de ótimo humor e nem ela faria eu me sentir mal.

Liguei para Seu Anselmo, o dono da farmácia no Guarujá que tinha marcado a entrevista, para remarcá-la para o outro dia logo pela manhã.

Eu estava confiante de que logo começaria a trabalhar perto de casa. E a melhor parte é que iria me ver livre de Olga, de uma vez por todas. Deixei o hospital as 16:15 e fui caminhando até o endereço que Jorge me passara. O porteiro do prédio não queria me deixar subir, então interfonei para Jorge e aguardei-o na recepção, algumas pessoas me olhavam estranhando. Também eu era a única maluca ali vestida toda de branco. Sentei quietinha num sofá preto próximo a janela na recepção, aguardando o fim do expediente de Jorge.

(Jorge)
- O que faz aí? - disse ao entrar no prédio, parei diante dela.

(Aline)
- Esperando a minha carona pra casa!

(Jorge)
Estendi a mão.

- Vem...vamos subir, eu preciso terminar só mais um processo e vamos embora.

(Aline)
- Não vão estranhar? Já vi gente me olhando como se eu fosse o ET de Varginha.

(Jorge)
- Você é um ET! - Brinquei catando na sua mão e a puxando para ficar em pé. - Juscelino.. abre esse portão, estou levando um ser do espaço para o meu escritório...

(Aline)
- Olha lá que eu posso te abduzie.

(Jorge)
- Depende para onde quer me levar, e o que  quer fazer comigo!? - Juscelino abriu o pequeno portão e seguimos para o elevador.

(Aline)
-Desisti da abdução.

(Jorge)
Tive que ri, a porta do elevador se abriu, Eliana estava lá dentro, demos passagem para ela que nos olhou com um sorriso divertido.

(Aline)
- E a jovem do batom? - ela tinha que perguntar.

(Jorge)
- Isso... disse passando a mão na base da coluna de Aline, praticamente empurrando para dentro do elevador. - ate amanha Eliana.
Apertei o botão para fechar a porta do elevador, Eliana só teve tempo de acenar com a mão.

(Aline)
- Não me diga que você chegou aqui com marca de batom? Depois eu que sou estabanada. -Estávamos sozinhos no elevador.

(Jorge)
- Pior que cheguei. - Falei baixinho, dei risada. - Ela foi a única que me avisou, que vergonha.

(Aline)
-Ela parece afim de você.

(Jorge)
- Que ninguém te escute... - Bufei. - To fora! - A olhei e ri. - Tudo bem.. Ela é linda... Mas tem o dobro da minha idade, não curto mulheres casadas, ainda mais quando se trata de cliente do meu pai.

(Aline)
- Melhor manter distância das casadas mesmo. Vai que algum marido ciumento resolve cortar o seu pinto - ri da careta que ele fez e chegamos 10º andar.

(Jorge)
A porta do elevador se abriu, e a puxei para guia-la dentro do escritório, Junior veio todo festeiro para o lado da Aline.

- Está roubando meu cachorro... - Disse para ela apontando para Junior todo feliz.

(Aline)
-Não é minha culpa se ele me adora- abaixe fazendo um carinho nele.

(Jorge)
- É sua culpa... - Disse com toda a convicção. - Vem... Vamos para minha sala.

(Aline)
-Vamos lá! Ele não resistiu ao meu charme -ri dando de ombros

(Jorge)
- Essa é a Carol, minha secretária. - Apresentei Carol para Aline. - Essa é Aline, minha amiga do Guarujá.

(Carol)
-É um prazer conhecê-la.

- Seja bem Vinda Sta. Aline...Deseja uma água ou um café? - Disse Carol num sorriso simpático.

(Aline)
- Ah não, obrigada por se preocupar!

(Jorge)
- Se ela decidir ao contrário eu te chamo. - Abri a porta da minha sala e coloquei Aline para dentro. - Não repare nas caixas no chão... Estava procurando um processo antigo do meu pai para estudar. - Ofereci uma cadeira. - sente-se, só vou terminar de digitar um documento e já vamos embora.

(Aline)
- Posso arrumar as caixas enquanto você termina, se quiser... - ver aquelas caixas no chão e papéis empilhados sobre a mesa, me deu uma certa agonia.

(Jorge)
- Pode ficar quietinha aí... Se acostume quando vier aqui todas as vezes, isso aqui sempre vai estar deste jeito. - Junior passou por nós e se sentou olhando com cara de cachorro magro para Aline. - Aline não tem biscoitos... Vá pedir para Carol. - Junior me olhou e levou as orelhas para traz. - Carol... Pede para ela! - Apontei para a porta entreaberta, e ele saiu de cabeça baixa.

(Aline)
-Tá com ciúmes do seu filhote, Jorge! - Me sentei tentando ignorar todas aquelas caixas, minhas mãos já começavam a coçar e suar frio- Eu não mordo! Só se você pedir...- por que eu disse aquilo? Eu devia estar com um parafuso solto, só pode!

(Jorge)
Pisquei várias vezes para Aline e comecei a rir tapando o rosto com a mão, olhei bem para ela.

- É bom saber que não morde... Por que é ruim sentir o dente raspar... - Apontei para baixo e tive que gargalhar, Aline ficou vermelha como pimentão.

(Aline)
- Você sempre tem que dar uma conotação sexual a tudo? Acho que erras loirinhas de corpinho perfeito que você anda pegando não estão dando conta do teu fogo, Jorginho!

(Jorge)
- Foi você que melou a minha trepada certa no sábado... E me deixou na mão literalmente ontem... - Acenei com a cabeça para ela. - E pior... Deixou meu cachorro tarado por suas calcinhas!

(Aline)
- O quê? Que história é essa, Jorge? E deixei na mão foi?-eu ri- Quase sinto pena de você! Mentira, não sinto pena nenhuma.

(Jorge)
- É... Eu sei... Mas ficar na mão cansa sabia?... chega a dar câimbra! - Dei risada. - Me deixar terminar aqui... e falamos disso no carro. - Olhei para ela. - Na verdade vamos sair daqui e ir a um BK... Estou morrendo de fome.

(Aline)
- Vou ficar quietinha! -me calei e fiquei observando-o. Estava bastante compenetrado no trabalho. Me levantei me aproximando da sua estante de livros e retirei um curiosa- Sidney Sheldon? Já leu Nada Dura para Sempre?- ele me olhou com uma expressão um pouco sisuda e eu senti que o atrapalhei, dei de ombros com um riso tímido.

(Jorge)
- Você já leu esse que me indicou? - Perguntei voltando a digitar.

(Aline)
-Sim! É interessante. Tenho na estante do meu quarto se quiser conferir. - ele me olhou brevemente e voltou a se concentrar no que fazia.

(Jorge)
- Você pode ler para mim num outro dia de tempestade, ou deixar na cabeceira da minha cama para eu ler para você. - A olhei e sorri. - Estamos em época de tempestades, acho que terei várias visitas no meu quarto.

(Aline)
- Você realmente precisa dar uma conotação sexual a tudo. - eu ri. - Você está precisando realmente comer alguém. Jorge.

(Jorge)
- Pensei em ir a um puteiro... Mas... Detesto gastar dinheiro com algo que não posso comer mais que uma vez. - Torci o pescoço, estava exausto.


O InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora